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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, anunciou, em missão oficial em Pequim, na China, que o estado receberá investimentos por meio de uma parceria entre as empresas mineiras Gaustec, PST Holding e a chinesa Jingjin Equipment, maior produtora de filtros prensa do mundo. Essa tecnologia permitiu o empilhamento a seco de rejeitos da mineração de ferro, eliminando a necessidade de barragens.
O investimento total será de R$ 510 milhões e vai permitirá ampliar a implantação de uma tecnologia inédita, que estará em operação em Minas Gerais, que irá avançar no processo de descomissionamento de barragens de rejeitos alteadas a montante, além de permitir que esses resíduos sejam reutilizados para produzir minério de ferro. A parceria cria uma nova empresa que planeja investir, nos próximos cinco anos, R$ 360 milhões na construção de dez módulos de produção em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com a geração de cerca de 600 empregos diretos.
O restante do investimento, aproximadamente R$ 150 milhões, será aplicado na implantação de um centro de montagem e distribuição de equipamentos e peças sobressalentes, sendo um hub de produtos e serviços para atendimento aos setores de mineração, saneamento, indústria química e alimentos. “No meu primeiro mês de governo enfrentei a tragédia de Brumadinho, e um dos meus primeiros compromissos como governador aos mineiros foi o de que eu faria de tudo pra que nunca mais tivéssemos desastres como os de Mariana e Brumadinho", relembra o governador.
Zema acredita que a tecnologia ajudará a acelerar o processo de descomissionamento e descaracterização de barragens de rejeitos da mineração. “Apesar de ser uma obrigação legal, as mineradoras têm tido dificuldades técnicas de cumprir os prazos legais e essa solução surge como uma excelente alternativa para atingir os objetivos da lei que criamos”, comenta. Desde os desastres com as barragens em Córrego do Feijão (2019) e em Fundão (2015), as mineradoras que operam no estado foram obrigadas, por novas leis, a desativar seus reservatórios de rejeitos à montante. Porém, com dificuldades técnicas, esse processo está atrasado, o que levou as empresas a firmarem um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público.
Presidente da Invest Minas, João Paulo Braga afirma que a tecnologia está 100% alinhada com as políticas ambientais discutidas em nível mundial, como no caso da COP-28, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, e pode ser exportada para outros países mineradores na América do Sul, Canadá e Austrália. Já o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, comenta que as agendas internacionais das quais o governo mineiro participa têm atraído investimentos para o estado. “A presença do governador Romeu Zema em cada uma das agendas com os empresários demonstra o compromisso de Minas Gerais com empresas que querem fazer negócios no Brasil e coloca o estado na rota dos investimentos estrangeiros diretos. O investidor percebe a seriedade com que é tratado e sente confiança em investir em Minas”, enfatiza.
A joint venture entre as empresas mineiras com tecnologia da empresa chinesa permitiu o desenvolvimento de uma usina móvel de concentração magnética, uma planta modular que pode ser montada nas proximidades das barragens, onde é feita a transformação dos rejeitos em polpa para posterior reprocessamento na planta de concentração magnética. No processo industrial, o rejeito depositado na barragem é beneficiado, gerando o concentrado de alto teor, a areia para construção civil e o resíduo filtrado que é empilhado. “A criação da tecnologia da Gaustec e PST, juntamente à Jingjin, representa um marco para o desenvolvimento sustentável da mineração, seja apoiando as operações atualmente em curso, seja na eliminação do passivo de barragens gerado ao longo dos anos”, afirma um dos sócios da PST Holding, Paulo Toledo.
Com a usina móvel, os rejeitos podem ser beneficiados por concentração magnética na própria área da barragem, com previsão de início de operação em até oito meses. Há também redução das viagens dos veículos a diesel e o reaproveitamento dos rejeitos, que têm de 40% a 50% de teor de ferro - o restante ainda pode ser transformado em areia para a construção civil. Além disso, 95% da água drenada nesse processo pode ser reutilizada pela mineradora em seus processos, inserindo essa tecnologia nos principais conceitos da economia circular. “O projeto representa uma grande redução no tempo para a instalação dessas unidades de concentração magnética. Além disso, trata-se de instalações facilmente realocáveis, conforme o projeto de beneficiamento for se desenvolvendo ou quando ocorra o esgotamento do recurso mineral (término do descomissionamento de uma barragem, por exemplo)”, comenta o diretor executivo da Gaustec, Cláudio Henrique Teixeira Ribeiro. A nova tecnologia já está em operação em duas barragens de grandes mineradoras no Quadrilátero Ferrífero. A Gaustec, a PST e a Jingjin esperam contribuir para que as empresas possam se adequar mais rapidamente à exigência de uma nova forma de fazer mineração, alinhada aos princípios ESG, na qual a sustentabilidade e a segurança das pessoas são prioridade.
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