Os caminhos para a mineração se afirmar perante a sociedade

O papel do setor mineral no enfrentamento das mudanças climáticas foi o tema do Fórum Brasil Mineral, realizado juntamente com a cerimônia de premiação das Empresas do Ano do Setor Mineral 2024.

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O papel do setor mineral no enfrentamento das mudanças climáticas foi o tema do Fórum Brasil Mineral, realizado na tarde do dia 25 de novembro, no auditório da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), juntamente com a cerimônia de premiação das Empresas do Ano do Setor Mineral 2024 e a entrega dos prêmios de Personalidade do Ano do Setor Mineral Pioneiros da Mineração. O Fórum foi dividido em dois blocos, com duração aproximada de 45 minutos para cada um. Na abertura do evento, Luiz Márcio Vianna, presidente do Sindiextra, deu as boas-vindas aos convidados e disse que “é um prazer ser anfitrião da mineração do Brasil inteiro ao lado da revista Brasil Mineral” no evento.

 

O Bloco 1 teve como participantes Marcelo Rideg, diretor de Sustentabilidade da Brazilian Nickel, Wagner Barbosa, VP de Renováveis, Biofloresta e Mineração Brasil da ArcelorMittal; Fernando Guimarães, gerente de Sustentabilidade da Anglo American Brasil; Denilson Coutinho, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Mineração Taboca; Júlio Nery, diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do IBRAM e moderação de Elmer Prata Salomão, conselheiro de Brasil Mineral.

O moderador Elmer Prata começou dizendo que a mineração está no centro de todo o arcabouço da mudança climática e transição energética e há a necessidade de se aumentar a produção mineral para atender às demandas, ao mesmo tempo em que a sociedade rejeita cada vez mais a atividade mineradora. Elmer questionou os participantes como os princípios ESG e novas práticas de mineração e as interações com a sociedade podem contribuir para resolver esse paradoxo.

O primeiro a responder foi Denilson Coutinho, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Mineração Taboca, o qual disse que a mineradora tem um grande diferencial, pois a empresa trabalha na recuperação do estanho, nióbio e tântalo e na  recuperação dos rejeitos, porque movimenta sete milhões de toneladas anuais e dentro disso, a Taboca retira 70 mil de toneladas de concentrado de cassiterita, columbita e tantalita, que são transformados em estanho puro (99,9%) e ferro-nióbio e ferro-tântalo para serem comercializados com diversos mercados.

“A mina polimetálica de Pitinga tem 37 minerais diferentes e trabalhamos para retirar os metais que ainda não foram extraídos. Atualmente, desenvolvemos planta-piloto de terras raras e nas duas últimas semanas tiramos concentrado e conseguimos um com 98% dos principais elementos pesados. Temos mais de dois mil funcionários trabalhando em Pitinga, além de uma metalurgia em São Paulo. Queremos transformar esses concentrados em algo que agregue valor para a sociedade”. Coutinho afirmou que a Taboca investe R$ 14 milhões numa planta-piloto em São Paulo, além de fechar parceria com diversas instituições que são referência em tecnologias.

Na sequência, Marcelo Rideg, diretor de Sustentabilidade da Brazilian Nickel, produtora de níquel e cobalto com foco nos minerais do futuro, diz que a empresa utiliza o processo de lixiviação em pilha a céu aberto com ácido sulfúrico. “Nós nos aproximamos da comunidade, com o objetivo de incluí-la na mineração e quebrar mitos de que a mineração só traz malefícios, com a perspectiva de geração de emprego e de renda onde atuamos, no Piauí. “A mineração, em termos de área ocupada, com manejo bem feito, traz uma produção responsável sustentavelmente. Estamos conseguindo trazer a sociedade para dentro da mineração com a participação de mão-de-obra dos três municípios”.

O terceiro participante foi Júlio Nery, diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do IBRAM, o qual comentou que muitos estudos têm sido desenvolvidos pelo Instituto sobre a necessidade dos minerais críticos, além do 3º inventário de gases do efeito estufa. “Temos um grande potencial por valorizar muito a floresta em pé e nas nossas áreas de mineração temos que dar muitas áreas para compensação. O grande desafio é comunicar isso para a sociedade e temos trabalhado para melhorar a reputação do setor para aqueles que desconhecem a mineração. A comunicação tem quer ser efetiva, sem ser técnica demais para que possamos aumentar o percentual de aceitação por parte da sociedade. Temos um grande papel para ir além, com mineradores usando energias limpas e com minas totalmente operadas eletricamente”. O VP de Renováveis, Biofloresta e Mineração Brasil da ArcelorMittal, Wagner Barbosa, disse que a empresa está no Amazonas e Piauí e Minas Gerais com diversos desafios, independente do minério proposto a extrair. “O primeiro passo que já enxergamos é entender o motivo pelo qual a sociedade nos vê como problema e não solução, uma vez que a mineração é fundamental para o ser humano, para o desenvolvimento, mas ninguém a quer no quintal de casa. Temos que dar exemplo para que a sociedade entenda que estamos no local para colaborar. É preciso cuidar das estruturas, pois não dá mais para ter acidentes e temos que ser cada vez mais transparentes com a comunidade. Há um desafio enorme. Somos necessários, mas temos que provar para a sociedade e governos que nós somos bons”.

O último participante do bloco foi Fernando Guimarães, gerente de Sustentabilidade da Anglo American Brasil, que abordou a comunicação com a comunidade e ressaltou o diálogo como um dos grandes desafios para consolidar a pauta prioritária do ESG, além de traduzir os investimentos em comunidades, compensações ambientais e tecnologias para mitigação desses impactos. Temos muito que avançar para a pauta não ser algo de momento, mas ser uma estratégia de negócio para mudar a comunicação com stakeholders locais. Os investimentos feitos para mitigar os impactos têm que ser aproximados das comunidades, para que elas entendam todos os investimentos e benefícios que a mineração gera no local.

O moderador e conselheiro Elmer Prata Salomão fechou o bloco afirmando que não é a primeira vez que o mundo muda a matriz energética, já que houve a transição da madeira para a energia de hidrocarbonetos fósseis e a mineração foi fundamental para substituir as formas de construção das casas. “Na transformação atual nós brigamos por coisas mais complexas, como mudar o clima para proteger a humanidade e suas formas de produção, formas de geração de energia e como acabar com indústrias de petróleo. A mineração mais uma vez tem papel fundamental para essa transição”.

O Bloco 2, com moderação de Rolf Fuchs, Conselheiro da Brasil Mineral e presidente da Integratio, contou com a participação de Pitágoras Costa, diretor de Projetos e Construção da Aura Minerals; Filipe Scofano Porto, diretor de Exploração Brasil da Ero Brasil; Carlos Boechat, diretor de Tecnologia e Engenharia da Vale; José Augusto Palma, vice-presidente Executivo da Aclara Resources; e João Luis Nogueira de Carvalho, vice-presidente da ABPM.

O primeiro a falar, Filipe Scofano Porto, diretor de Exploração Brasil da Ero Brasil, disse que a sociedade não gosta tanto da mineração devido à sensação “de que o setor destrói o meio ambiente”, quando a área impactada é bem inferior que o benefício que a área gera. “A Floresta Nacional de Carajás existe pelo fato de a Vale protegê-la, enquanto fora dela tem a agricultura, que não é cobrada. Todos vão direto nas mineradoras. A mineração é pop tanto quanto o agro”. Sobre o Vale do Curaçá, na Bahia, onde a Ero Brasil atua, Scofano, disse que quando a mina inundou, em 2016, a cidade era praticamente fantasma e agora a vida útil da mina é até 2040, com pessoas voltando para a cidade. Temos que pensar em parcerias e programas de benefícios com as comunidades, energia limpa, reutilização de insumos, aportar mais energia limpa, frotas elétricas, devemos pensar nisso para o futuro”.

Carlos Boechat, diretor de Tecnologia e Engenharia da Vale, disse que a empresa começou há 82 anos e mais de 98% das pessoas têm orgulho de trabalhar na mineradora. Sobre o tema, ele disse que a mineração tem um papel-chave para reduzir as emissões de carbono e avançar na transição energética no mundo, pois a vale quer ser protagonista. A respeito de tecnologia e inovação aliada à sustentabilidade, Boechat disse que é preciso evoluir na “inovabilidade” (inovação com sustentabilidade) e o ESG é um grande pilar. No caso da Vale, há o exemplo dos briquetes de minério de ferro, que permitem uma evolução dos altos-fornos, a eletrificação de caminhões autônomos para reduzir o consumo de diesel, e aumentar a segurança dos operadores. “É possível alcançar resultados de maneira segura, eficiente e sustentável. O combo importa e como se chega nele, também”, disse o executivo.

Boechat falou também da neoindustrialização, em que a Vale tem a missão 5, com a descarbonização e transição energética e da missão 4, com a transformação digital na indústria. “Temos evoluído bastante com investimentos em Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento e não medimos esforços para inovar nossos processos, e ter produtos de alta qualidade, além de buscar parcerias estratégicas na área de minerais críticos. É importante ter uma escuta ativa com a sociedade, diálogo transparente, reconhecer os erros, mas, sempre, olhando para frente para impactar positivamente a sociedade”.

O terceiro a comentar o tema, Pitágoras Costa, diretor de Projetos e Construção da Aura Minerals, disse que a comunicação com a comunidade é de extrema importância, porém não é fácil. “Um bom exemplo disso é nosso projeto Borborema, que tem uma jazida conhecida há muitos anos e nunca se viabilizou por causa da sensibilidade hídrica na região, uma área de concorrência de disponibilidade hídrica com a população. Sempre buscamos trabalhar em parceria com a comunidade e ouvir os anseios, para esclarecer todo o projeto por meio do Programa Portas Abertas. Estudamos diversas maneiras para operar e gerar benefícios para a sociedades, sendo uma delas o projeto de água de reuso de esgoto de Currais Novos. Porém, o que a comunidade classifica como água de reuso é diferente do que precisa a mineração, até para que não tenha uma perda na recuperação do ouro. Explicamos que iríamos aproveitar a água e tratando, para uma produção mineral que vai gerar benefícios e desenvolvendo a comunidade local. Nosso projeto tem duas mil pessoas e 69% são pessoas da comunidade de Currais Novos (RN). Com confiança conquistada, nós temos um parceiro e não um rival”.

José Augusto Palma, vice-presidente Executivo da Aclara Resources, comentou que é uma responsabilidade enorme para mineração produzir minerais críticos, mas é uma enorme oportunidade, e para isto é preciso ser empático com as comunidades. Para Palma, muitas empresas já adotam medidas importantes para a produção de minerais críticos de forma sustentável, como o uso de energias renováveis e mudar a matriz energética para minimizar os impactos climáticos. As empresas têm negociado contratos a longo prazo para o uso de energias limpas e é fundamental saber aproveitar a oportunidade. “Há grandes avanços na eletrificação dos veículos utilizados na mineração e essa tendência só cresce com o tempo, otimização de processos e inteligência artificial que vão resultar em eficiências nas operações mais competitivas”. A Aclara está em fase preliminar de licenciamento ambiental e social dos projetos no Brasil e no Chile e dialogando muito com a comunidade. “Vamos recircular 95% da água e 95% de todos os rejeitos utilizados no processo, para poder fechar de forma mais eficiente, e não usamos explosivos. Temos um processo sustentável, com baixo uso de água”.

O último participante, João Luis Nogueira de Carvalho, vice-presidente da ABPM, disse que a exploração mineral como um todo é a primeira que chega para realizar sondagens, geofísica, mapeamento geológico. Hoje, é muito diferente do que no passado, principalmente pelo uso de energia renovável, assim como uso do recurso hídrico, coleta e reciclagem de óleos e resíduos para reciclagem e o uso de carros movidos a bateria elétrica. A mineração faz com que os recursos naturais sejam utilizados e otimizados e desta forma podemos ajudar a sociedade. “Não adianta ter um clima saudável, se a população não estiver bem. O importante é a empresa mineral levar desenvolvimento sustentável para as comunidades”.

 Prêmios de Personalidade do Ano do Setor Mineral e Pioneiros da Mineração

 Na sequência, ocorreu a cerimônia de premiação com a entrega dos troféus para as "Empresas do Ano do Setor Mineral" e a entrega dos prêmios de Personalidade do Ano do Setor Mineral e Pioneiros da Mineração. O editor-chefe da revista Brasil Mineral, Francisco Alves, abriu a etapa de premiações dizendo que há 40 anos a publicação tenta reconhecer os valores dos que atuam no setor mineral. “A mineração é feita sobretudo por pessoas e pelas empresas que fazem a mineração, também conduzidas por pessoas”, afirmou. A primeira homenagem ocorreu para os Pioneiros da Mineração, Onildo João Marini (In Memoriam) e Breno Augusto dos Santos. Elmer Prata Salomão, conselheiro de Brasil Mineral, entregou a placa para Satia Marini, filha do homenageado.

Ela agradeceu em nome da família e disse ser “uma grande satisfação receber a homenagem da Brasil Mineral pela trajetória do meu pai. Parabéns a todos pelo esforço de inovar, renovar a mineração e trazer benefícios”. Elmer, que trabalhou e estudou junto com Onildo, disse que o homenageado fez realizações fantásticas no DNPM, em um período de transformações profundas. Criou um programa de treinamento de 100% do pessoal do DNPM e organizou e conduziu a primeira PPP para o levantamento aerogefísico com fins exploratórios. “E o seu maior feito foi a criação da ADIMB. É uma personalidade extremamente importante para o setor mineral e uma homenagem justa”.

Na sequência houve a homenagem ao Pioneiro da Mineração Breno Augusto dos Santos. A placa de homenagem foi entregue novamente também por Elmer Prata Salomão. Breno agradeceu o reconhecimento e disse que é fácil ser lembrado como pioneiro, tendo trabalhado com tantos. “Fui pioneiro quando o Brasil estava iniciando”. E disse que aprendeu uma lição vinda de um mestre: “Nunca agir como gerente, mas sempre como um homem”.

O prêmio de Personalidade do Ano do Setor Mineral, foi concedido a Ana Sanches, presidente da Anglo American Brasil e do Conselho Diretor do IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração, eleita pelos leitores de Brasil Mineral.

Por meio de vídeo, pelo fato de estar na sede da Anglo American, em Londres, Ana Sanches agradeceu a revista Brasil Mineral e aos leitores que a reconheceram. “Trabalhar na mineração nesses últimos 12 anos me deu a oportunidade de contribuir para a transformação de um setor mais seguro, sustentável e responsável e preocupado com a sociedade. Também fico lisonjeada como mulher, pois o setor é conhecido como um universo masculino, mas a representatividade tem aumentado cada vez mais, para uma mineração do futuro mais diversificada”.

A entrega feita por Maria José Salum, conselheira de Brasil Mineral, a Breno Noronha, esposo da homenageada. Breno comentou sobre a inovação de se eleger uma mulher como Personalidade do Setor Mineral, um ambiente majoritariamente masculino. Nós (eu e os filhos) sempre apoiamos os sonhos da Ana, na valorização da mulher e cada um seguir seu sonho. Ana teve nosso apoio”. Maria José Salum considerou-se merecedora em entregar o prêmio para Ana Sanches. “Ela merece ser a personalidade do ano pela excelência, não por ser mulher, mas pela contribuição ao setor mineral”.

 Empresas do Ano

 O último momento da tarde aconteceu com a entrega dos troféus para as Empresas do Ano do Setor Mineral. Na categoria Crescimento médio porte, Pitágoras Costa, diretor de Projetos e Construção da Aura Minerals, recebeu o prêmio para a empresa das mãos de Luiz Márcio Vianna, presidente do Sindiextra. Pitágoras disse que é uma grande responsabilidade, com muitos envolvidos, dedicação, esforço e uma cultura em que a Aura se baseia em respeitar as pessoas. “Conseguimos colocar uma planta em operação graças a todos em um período de quatro meses. Esse reconhecimento demonstra a empresa como destaque e em ser a melhor”.

O troféu na categoria Crescimento grande porte foi para a Vale. A entrega feita por Fernando de Azevedo e Silva vice-presidente do IBRAM, para Carlos Boechat, diretor de Tecnologia e Engenharia da Vale. Carlos Boechat disse ser uma grande alegria receber a premiação, pois “mostra que a Vale está no caminho certo, com retomada de crescimento e investimentos”. Fernando Azevedo parabenizou a Vale por representar a mineração e valorizar mais ainda o setor.

A categoria Governança Ambiental médio porte premiou a Brazilian Nickel, com a entrega sendo feita por Ana Cristina Magalhães, conselheira de Brasil Mineral para Marcelo Rideg, diretor de Sustentabilidade da Brazilian Nickel. “É com muito orgulho que represento o grupo e fico muito feliz em receber o prêmio. “Estamos trazendo para o Brasil a lixiviação em pilha e o níquel laterítico, tendo por princípio a responsabilidade social e ambiental. A começar pela filtragem do resíduo, que não demanda uma barragem de rejeito. Nós reutilizamos o recurso hídrico, atendendo aos mais altos padrões”. Ana Cristina disse estar feliz em premiar uma empresa junior e que é responsável pela sustentabilidade e na questão ambiental.  

O troféu categoria Governança Ambiental grande porte foi para a ArcelorMittal Brasil. A entrega feita por Wilfred Bruijn (Bill), conselheiro de Brasil Mineral, para Wagner Barbosa, VP de Renováveis, Bioflorestas e Mineração Brasil. Wagner Barbosa disse ser “uma honra estar associado como referência em gestão ambiental, algo que faz parte da nossa vida. Não há mineração sem gestão ambiental”. Bill parabenizou a ArcelorMittal, por sempre ter como tônica o zelo pelo meio ambiente e segurança operacional da empresa.

A entrega do troféu categoria Governança Social Médio Porte foi para a Serra Verde Mineração. A entrega foi feita por Camilo Farace, conselheiro de Brasil Mineral, para Herta Torres, gerente de Relações Institucionais e Responsabilidade Social Corporativa. “Recebemos o prêmio com muita surpresa, alegria e orgulho, ainda mais no setor social. Esse prêmio é dos nossos empregados, cerca de 500, que colocaram em produção a primeira planta de terras raras na América do Sul. Vamos continuar fazendo um belo trabalho junto a nossa comunidade”, disse Herta. Camilo Farace disse que a Serra Verde não ganhou o prêmio por acaso. “Governança social hoje vale mais que ouro dentro da mineração. É a razão das empresas terem ciência social e estarem atuando onde estão hoje”.

O troféu categoria Governança Social grande porte premiou a Anglo American Brasil e foi entregue por Débora Puccini, conselheira da Brasil Mineral, para Ivan Simões, diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade. Ivan Simões disse ser uma honra receber essa homenagem e lembrou que a mineração só é boa se ela for boa para todas as partes. Com esse propósito, buscamos fazer o melhor para a comunidade. Debora Puccini comentou que é muito importante um prêmio de Governança Social num período de mudanças climáticas. A Governança Social inova e preza pelo uso futuro dos territórios.

Na categoria Inovação e Tecnologia médio porte, o trófeu foi para a Mineração Taboca, que recebeu o prêmio através de Denilson Coutinho (gerente de Pesquisa e Desenvolvimento) e Lívia Goulart (coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento) das mãos de Renato Ciminelli, conselheiro de Brasil Mineral. Denilson agradeceu a revista Brasil Mineral e as pessoas fortemente estruturadas para nos apoiar. “Não conseguiríamos esse prêmio se não fossem as pessoas”, enquanto Lívia agradeceu aos fornecedores que trabalham no dia a dia. “Não existe uma Taboca sustentável, sem inovação. O prêmio nos mostra que estamos no caminho certo”. Ciminelli disse que o setor tem uma nova preocupação e definitivamente a mineração tem que acompanhar a velocidade da mudança.

O troféu categoria Inovação e Tecnologia grande porte foi para a Vale. A entrega foi feita por Arão Portugal, conselheiro de Brasil Mineral, para Carlos Boechat, diretor de Tecnologia e Engenharia da Vale. Boechat agradeceu novamente e disse o quão importante é a inovação e tecnologia para uma mineração mais segura, eficiente e sustentável. “Investimos mais de R$ 2 bilhões em iniciativas ligadas à segurança e descarbonização. Em termos de mina autônoma, estamos expandindo caminhões e perfuratrizes autônomas e carregador de navio autônomo para os portos, além da Inteligência Artificial. Temos evoluído com melhores resultados, com apoio de todos. Todo o ecossistema nos ajuda, como a FIEMG Lab, Mining Hub, entre outros parceiros”. Arão Portugal disse que a Vale sempre foi além do tempo e “é um prazer entregar o prêmio para a empresa, onde iniciei minha carreira profissional”.  

Na categoria Pesquisa/Prospecção Mineral, os troféus foram para a Aclara Resources e Ero Brasil. Paulo Misk, conselheiro de Brasil Mineral, entregou o prêmio para José Augusto Palma, VP Executivo da Aclara Resources, enquanto João Luiz de Carvalho, conselheiro de Brasil Mineral, entregou para a Filipe Scofano Porto, diretor de Exploração Brasil da Ero Brasil.

“Recebo com muita alegria o prêmio e muito honrado com o reconhecimento. Um agradecimento especial a cada membro da equipe e aos colaboradores. Este prêmio é o primeiro no Brasil. Nos sentimos honrados por trabalhar junto aos stakeholders pelo desenvolvimento”, disse José Augusto Palma. Paulo Misk, por sua vez, parabenizou a empresa e disse esperar que o projeto desenvolva todo seu potencial. “O Brasil tem chance de se refazer no cenário mundial, na transição energética”.

Por parte da Ero Brasil, Filipe Scofano disse estar honrado por integrar uma equipe brilhante e capacitada. “O prêmio é alicerçado em três pilares: Primeiro, foco em geologia. “Geologia básica é poderosa e chegamos assim no Curaçá e conseguimos 15 milhões de toneladas a mais de cobre. Depois de 2022, também descobrimos níquel, o mesmo acontecendo em Xavantina, com o ouro; segundo trabalho árduo – Já tínhamos feito uma sondagem e a equipe (que tem autonomia no programa de exploração) me mostrou que tinha mais a explorar no alvo; e o último é Agressividade em Exploração – Investimentos de US$ 35 milhões por ano desde 2017 para triplicar as reservas. O resultado é que em 2022 apresentamos reservas provadas em Xavantina. Acreditamos em pesquisa mineral, geologia, prospecção e, principalmente na equipe”. João Luiz Carvalho desejou mais sucesso com a quebra de paradigmas para a Ero Brasil.

Para encerrar o evento, houve o pronunciamento do presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, que agredeceu a presença de todos e disse que “cabe a nós, que estamos no setor, transformar o potencial em realidade. O setor mineral é propulsor de todo o segmento industrial. A FIEMG quer rediscutir o relacionamento entre mineração e meio ambiente com trabalho sustentável e valor ao minerar”.

O evento teve patrocínio Ouro da Armac, Metso, Geopar-Geosol Participações S/A e Geosol, patrocínio Prata da GWS Engenharia e como entidades parceiras o SindiExtra e a FIEMG.  

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