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No Brasil a procura por exames para detecção precoce de glaucoma sofreu uma queda significativa e o motivo pode estar relacionado aos receios impostos pela pandemia da Covid-19. Levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) revela que essa redução chegou à marca de 30%. O quadro pode representar um sinal de alerta, tendo em vista que a enfermidade é a principal causa de cegueira evitável.
Essa atenção é destacada no mês em que é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, em 26 de maio. A médica oftalmologista, Keila Prado, entende que essa redução causa uma preocupação, já que o glaucoma é uma doença que, quanto mais cedo for diagnosticada, melhor serão os resultados do tratamento.
“É importante o isolamento e se ter os cuidados, mas as consultas de rotina não podem deixar de ser feitas. Os médicos têm tomado bastante cuidado com a higienização dos consultórios e diminuído o número de pacientes agendados, o que reduz mais a chance de ter aglomeração. É preciso ter cuidado, mas não podemos negligenciar essa visita periódica ao médico”, considera.
Ainda de acordo com o CBO, “quase 1,6 milhão de exames com essa finalidade diagnóstica deixaram de ser feitos somente no Sistema Único de Saúde (SUS)”. O conselho revela, ainda, que, pelo menos 6,7 mil procedimentos cirúrgicos que poderiam reverter e tratar a doença, também deixaram de ser feitos no ano passado.
Jatobá Queiroz, de 49 anos, reforça a importância de se procurar exames para detecção precoce de glaucoma. Ele conta que perdeu a visão total por consequência da doença quando tinha 21 anos de idade. Para o morador de Brasília, as pessoas não podem relaxar quanto a essa questão, pois o glaucoma pode se tornar um problema maior quando menos se espera.
“O glaucoma é muito silencioso. Ele vai dia após dia destruindo o nervo óptico, impedindo a oxigenação, e quando a gente se dá conta, já está sem enxergar completamente. Infelizmente o glaucoma é traiçoeiro e os cuidados não podem ser deixados para depois”, relata.
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Queiroz também diz que, apesar da limitação, tem levado uma vida tranquila. Ele consegue fazer as atividades do dia com certa destreza, com ajuda de ferramentas que facilitam a mobilidade. Apesar disso, ele chama a atenção para a necessidade de o poder público voltar mais os olhos para políticas que facilitem a vida das pessoas com deficiência.
“Em relação ao poder público, fica a expectativa de que a gente consiga acessibilidade no dia a dia para caminhar nas calçadas, que tenha mais rampas de acesso, enfim, mais acessibilidade. De resto, é só agradecer a Deus por tudo e continuar a caminhada”, pontua.
Dados apontados pela entidade também mostram que essa baixa prejudicou a análise de possíveis casos novos da doença. A situação provoca atraso no tratamento e o acompanhamento de casos confirmados, que exigem monitoramento para evitar o agravamento.
Ao se considerar os números do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS, o CBO destaca que em todas as regiões do Brasil foi notada redução na quantidade de exames preventivos para glaucoma. No estado de São Paulo, por exemplo, foram 348,6 mil exames a menos. Já na Bahia, a diminuição ficou em 202,4 mil exames, enquanto no Rio Grande do Sul o registro foi de 122,5 mil exames a menos.
Em termos percentuais, a queda foi maior nos estados do Amazonas e Piauí, onde a baixa foi de 67%. No Acre, por sua vez, o recuo foi de 64%. O estudo aponta também que nas capitais a quantidade de exames sofreu queda em 542.238. O resultado representa uma redução de 33%, na comparação com 2019.
O glaucoma é uma doença causada, principalmente, pela elevação da pressão intraocular. Esse aumento provoca lesão no nervo óptico e, consequentemente, acarreta comprometimento da visão.
A médica oftalmologista, Karla Caetano, explica que não há prevenção contra o glaucoma. No entanto, ela afirma que é possível evitar a cegueira decorrente da doença.
“Quem faz o tratamento precocemente e o acompanhamento adequado, pode evitar a cegueira. Os pacientes que precisam de uma atenção maior são os com idade acima de 40 anos, também os que têm histórico familiar de glaucoma, os que fazem uso de colírio corticoide prolongado ou com traumas oculares”, destaca a especialista.
Outra causa possível da doença é alteração no fluxo sanguíneo que nutre o nervo óptico. Quando esse nervo não é bem nutrido de sangue por determinado motivo, aos poucos ele pode ir perdendo suas funcionalidades.
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