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Em recente boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, é possível observar que as internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associadas ao vírus da gripe voltaram a aumentar na Região Centro-Sul, com a chegada do inverno. O destaque fica por conta de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul com aumento de SRAG por influenza A, especialmente entre adolescentes, adultos e idosos.

A longo prazo, 11 estados apresentam tendência de crescimento de Síndrome Respiratória Aguda Grave: Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima e São Paulo. Por isso, o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, recomenda o uso de uma boa máscara para evitar o contágio pelo vírus da gripe.

“Sempre que for sair, for receber alguém, coloque uma boa máscara, uma N95, uma PFF2, aquelas que têm uma capacidade de filtragem maior e se ajustam melhor ao rosto, porque elas diminuem muito o risco de passar o vírus para as outras pessoas, liberar o vírus no ambiente. Além disso, qualquer pessoa, mesmo não estando com sintomas, mas que for visitar ou estiver indo à uma unidade de saúde, bote uma boa máscara, porque evita contrair o vírus respiratório na unidade de saúde e levar pra casa, levar para o transporte público, enfim, para outros locais.”

Entre as práticas de prevenção ao vírus da gripe, o Ministério da Saúde também recomenda lavar frequentemente as mãos com água e sabão; não compartilhar objetos de uso pessoal; manter os ambientes ventilados; evitar contato com pessoas com sintomas gripais; e evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca.

Outra ferramenta essencial para se proteger da gripe é a vacinação. Mesmo após o término da campanha do Ministério da Saúde, a maioria dos postos de saúde ainda possui estoque de doses disponíveis gratuitamente.

Faça parte do Movimento Nacional Pela Vacinação e diga sim para a vacina contra a gripe. Procure uma Unidade Básica de Saúde com a Caderneta de Vacinação ou documento com foto.

Para mais informações, acesse: www.gov.br/vacinacao.

VSR: Fiocruz alerta para o aumento nas internações por infecções respiratórias

Casos de SRAG registram aumento contínuo no Brasil; alerta Fiocruz

Brasil registra sinalização de queda no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

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Cada organismo reage de maneira diferente quando infectado por um vírus, mas no caso das síndromes respiratórias, seja pela infecção do vírus SARS-CoV-2 — que causa a Covid — ou da Influenza, causador da gripe, alguns sintomas são comuns às duas doenças.

O médico infectologista do hospital de Base de Brasília, Tazio Vanni, explica quais os primeiros sinais dessas infecções.

“Coriza, nariz escorrendo, dor de garganta, tosse, febre — às vezes cursando com cefaleia — [sintomas] que são bastante semelhantes aos quadros que a gente observa com o vírus da gripe, que é Influenza, ou vírus sincicial respiratório, que causa bronquiolite em crianças, mas também causa quadro clínico parecido com o que eu estou descrevendo em adultos e idosos.”

Segundo o Ministério da Saúde, a infecção pelo SARS-CoV-2 pode variar de assintomática a casos críticos. É preciso ter atenção especial para sinais que indicam piora e necessitam hospitalização, como dispneia – sensação de falta de ar –, pressão no tórax e baixa oxigenação no sangue. 

Lavar as mãos e evitar locais fechados quando houver suspeita ou confirmação de qualquer síndrome gripal também faz parte dos cuidados que devem continuar, mesmo sem a emergência da pandemia. 

A vacinação para o público prioritário com a vacina que protege contra a cepa em maior circulação atualmente já está disponível em todo o país, basta preocupar uma unidade de saúde.

Procure uma Unidade Básica de Saúde, leve a caderneta e vacine-se contra a Covid-19.

Para mais informações, acesse: www.gov.br/saude.
 

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É comum que pacientes infectados por dengue sintam dores no corpo, febre alta e tenham manchas na pele. Esses sintomas duram em torno de 5 a 7 dias. Porém, mesmo após a cura, alguns sintomas podem persistir, como a fadiga extrema, dores musculares e articulares, além de manchas na pele.

Estou com dengue, o que fazer?

O infectologista Julival Ribeiro aponta que as pessoas diagnosticadas com dengue grave, chamada de dengue hemorrágica, podem continuar com sintomas e ter sequelas, como insuficiência cardíaca e miocardite – uma inflamação do tecido muscular do coração. Julival menciona, ainda, que podem haver sequelas cerebrais.

“A depender do quadro clínico da dengue, se foi grave, podem surgir manifestações neurológicas, por exemplo, perda de memória, se a pessoa teve uma inflamação no cérebro, e irritabilidade. Tudo isso pode acontecer a longo prazo com a dengue”, destaca o infectologista.

Caso o paciente apresente sintomas semanas após a cura, deve procurar assistência médica. “Nas pessoas que tiveram dengue grave, é que essas alterações podem durar por longo tempo, ou mesmo tornar-se um problema crônico. Portanto, quem teve dengue, apresenta sintomas depois de várias semanas ou meses, deve procurar um serviço de saúde para esclarecer”, indica Julival.

Dengue hemorrágica

As alterações de saúde afetam, em especial, pacientes que tiveram dengue hemorrágica. O especialista em doenças tropicais do hospital Anchieta e infectologista, Manuel Palácios, explica como a dengue clássica evolui para a hemorrágica.

“A dengue pode evoluir para dengue hemorrágica, ou dengue grave, quando há um aumento da permeabilidade vascular, levando a vazamento de plasma, sangramentos graves e falência de órgãos. A fase crítica, onde o paciente está mais vulnerável, pode durar de 24 a 48 horas”, pontua.

Segundo Manuel Palácios, os sintomas da progressão da doença costumam aparecer entre o 3º e o 7º dia e coincidem com a queda da febre. Os sintomas são:

  • Sangramentos espontâneos: nas gengivas, nariz e trato gastrointestinal
  • Dor abdominal intensa e contínua
  • Vômitos persistentes
  • Letargia ou irritabilidade

A médica intensivista do Hospital Santa Marta, localizado em Taguatinga Sul no Distrito Federal, Adele Vasconcelos, explica que a dengue causa desidratação interna por perda de líquido, o que faz com que o sangue engrosse e as plaquetas caiam – fatores que aumentam o risco de hemorragia. “A evolução da dengue para a hemorrágica depende de organismo para organismo. A gente só considera uma dengue como hemorrágica se o paciente tiver algum tipo de sangramento, seja ocular, no nariz, na boca, na urina, nas fezes, às vezes até na cabeça, um AVC”, salienta a médica.

Em relação às sequelas da dengue grave, órgãos como coração, rins, fígado e cérebro podem ser afetados. A professora do Gama, no Distrito Federal, Gláucia Ferreira Matos, 45 anos, teve a doença em março deste ano. Ela relata que, além da dengue ter afetado a imunidade dela, tem investigado problemas nos rins e fígado.

“A dengue atingiu gravemente o meu fígado, consequentemente o meu rim também e, agora, eu venho fazendo acompanhamento, exames de sangue, hemograma, alguns exames mais específicos para acompanhar, porque eu venho sentindo sintomas que eu nunca tive na vida antes de ter dengue”, conta a professora.

Têm maior risco de desenvolver dengue hemorrágica crianças, idosos, gestantes, portadores de doenças imunossupressoras (HIV/Aids, doenças autoimunes, neoplasias), além de pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão e indivíduos previamente infectados com um sorotipo diferente do vírus da dengue.

Quadro diagnóstico 

  • Dengue clássica: febre alta, dor de cabeça, dor por trás dos olhos, dores musculares e articulares, exantema (manchas na pele) e, às vezes, sangramento leve das gengivas ou nariz. Dura geralmente de 5 a 7 dias;
  • Depois podem persistir: fadiga extrema, que pode durar várias semanas; dores musculares e articulares, por algumas semanas ou meses; exantema pode aparecer novamente alguns dias após a febre ter cessado e durar de 1 a 5 dias;
  • Progressão para dengue hemorrágica: sangramentos espontâneos nas gengivas, nariz , dor abdominal, vômitos persistentes. Costumam aparecer entre o 3º e o 7º dia, coincidindo com a queda da febre;
  • Sinais de dengue grave: choque, caracterizado por pulso fraco e rápido, pressão arterial baixa, extremidades frias e úmidas; sangramento grave (vômitos com sangue, fezes escuras, sangramento vaginal excessivo, entre outros); comprometimento de fígado, cérebro, coração. Podem surgir de 3 a 7 dias após o início dos sintomas (nos casos graves);

Repercussão da dengue no país

O Ministério da Saúde pontua que, em 2024, o avanço histórico da doença no país fez 10 estados e o Distrito Federal decretarem situação de emergência. 

Veja alguns dados sobre atendimentos por dengue na rede pública do país:

  • Goiás: 3.835 internações de janeiro a 4 de junho de 2024;
  • Mato Grosso: 1.991 hospitalizações este ano (enviados até dia 4 de junho);
  • Bahia: foram 9.958 hospitalizados em 2024 (enviados até dia 5 de junho);
  • Distrito Federal: 72.615 pacientes foram atendidos por dengue este ano (dados até 14 de junho).

Em um levantamento realizado pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), de 3 a 13 de maio de 2024, 96% dos hospitais paulistas registraram aumento de internações de pacientes por dengue e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

Segundo o informe da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o número de diagnósticos e mortes por dengue em 2024, com 82% dos casos registrados no mundo, sendo 6,3 milhões de casos prováveis e 3 milhões confirmados em laboratório.

Prevenção e combate à dengue 

Com uma vistoria de 10 minutos semanais em casa, os moradores podem acabar com os possíveis criadouros do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, segundo o Ministério da Saúde. Confira alguns cuidados:

  • Colocar areia nos vasos de plantas;
  • Verificar garrafas, pneus, calhas, caixas d'água;
  • Checar o recipiente atrás da geladeira e climatizador;
  • Olhar plantas e pratos que acumulem água;
  • Amarrar bem sacos de lixo;
  • Limpar bem as calhas de casa.

Para mais informações sobre a dengue e formas de prevenção, acesse: www.gov.br/mosquito.  
 

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02/10/2025 04:20h

Casos já ultrapassam a média anual no Brasil; em São Paulo, há 22 notificações, com um óbito confirmado e outros em análise

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O Ministério da Saúde anunciou que profissionais de saúde devem notificar imediatamente quaisquer casos suspeitos de intoxicação por metanol ao Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS). A substância, que pode estar presente em bebidas alcoólicas adulteradas ou clandestinas, é altamente tóxica e pode causar cegueira permanente e até a morte. 

O estado de São Paulo notificou 22 casos de intoxicação por metanol, sendo 7 confirmados, 15 em investigação e 4 descartados. Um óbito foi confirmado e outros 4 estão em análise. Até o momento, o total de ocorrências ultrapassa a média anual de registros no país, estimada em cerca de 20 casos. 

O Brasil conta com 32 Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), referência nacional no diagnóstico e manejo de intoxicações. O tratamento para casos confirmados envolve o etanol produzido por laboratórios ou farmácias de manipulação, administrado por via oral ou intravenosa, sempre sob controle médico. Quando necessário,  o fornecimento é solicitado pelo CIAtox ou pelas secretarias de saúde.

Em coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, enfatizou que a notificação deve ocorrer sem aguardar o fechamento do diagnóstico, em qualquer caso de suspeita, especialmente quando houver relato de consumo de bebida alcoólica de origem desconhecida ou sem lacre confiável. 

Além disso, o ministério enviou uma nota técnica para para estados e municípios com orientações para profissionais de saúde quanto aos sinais e sintomas, manejo clínico e administração de antídotos. 

Principais sintomas de intoxicação por metanol

Os sinais podem surgir entre 12h e 24h após a ingestão, incluindo: 

  • Dor abdominal;
  • Visão adulterada; 
  • Confunsão mental;
  • Náuseas;
  • Cegueira.  

A Polícia Federal foi acionada e conduz investigações em conjunto com os órgãos de controle e vigilância, para identificar a origem das bebidas adulteradas e interditar estabelecimentos suspeitos de comercialização. 

Com informações do Ministério da Saúde 

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30/09/2025 04:25h

Investimentos integram o programa Agora Tem Especialistas e buscam ampliar a capacidade de atendimento público de saúde

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O Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 2,5 bilhões para a construção de 899 novas unidades de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país e a chegada de 322 médicos especialistas, que atuarão em 156 municípios brasileiros. As iniciativas fazem parte do programa Agora Tem Especialistas, iniciativa da Pasta para reduzir o tempo de espera por atendimentos de média e alta complexidade no SUS. 

Os recursos, provenientes do Novo PAC Seleções 2025, serão destinados à construção de 100 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), 31 policlínicas e 768 Unidades Básicas de Saúde (UBS). De acordo com o ministério, as UBS vão contribuir para reduzir a sobrecarga da Atenção Especializada à Saúde, foco do Agora Tem Especialistas. 

Dos 322 médicos contratados pelo programa, 212 atuarão no interior do país e 188 vão para estados da Região Nordeste.  É o caso da médica especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem Tássia Maria Oliveira, que se mudou de Niterói (RJ) para Itapecuru Mirim, município no interior do Maranhão com mais de 60 mil habitantes, para atuar no diagnóstico do câncer de mama. 

“O objetivo é que as unidades básicas de saúde filtrem os pacientes que necessitam de biópsias, assim como as unidades especializadas em mastologia ou ginecologia, para que eu faça as biópsias e a gente tenha o diagnóstico diferencial entre lesões benignas e malignas das mamas”, explica.

Tássia ressalta a importância do diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento. “A maioria das pessoas que têm o diagnóstico de câncer precoce sobrevivem e vivem bem e não tem recidiva. Quanto mais o paciente demora para fazer uma biópsia, depois que um nódulo é identificado, maior a chance desse nódulo crescer e fazer metástases, que é a distribuição de células cancerosas pelo restante do corpo”, detalha. 

Outros 70 profissionais atuarão na Região Sudeste, 40 na Norte, 17 na Centro-Oeste e sete na Sul. Além disso, 72% vão para áreas classificadas como de alta ou muito alta vulnerabilidade, sendo 22% alocados em municípios da Amazônia Legal.  

Na última sexta-feira (26), especialistas chegaram aos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás, além do Distrito Federal.   

As especialidades com maior número de profissionais são ginecologia (98), anestesiologia (37), otorrinolaringologia (26), cirurgia geral (25) e diferentes áreas do atendimento oncológico (66).   

Para a distribuição das vagas, foram priorizadas as regiões com número de especialistas abaixo da média nacional e as em que a população precisa se deslocar mais para conseguir atendimento. Também foi considerada a capacidade instalada para oferta da assistência.   
 

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Comissão de Saúde cobra maior participação da União e critica demora na habilitação de novos serviços pelo Ministério da Saúde

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A Comissão de Saúde da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) alerta para o crescente desfinanciamento da Atenção Básica em saúde. O colegiado destaca que os municípios têm assumido parcela cada vez maior dos gastos, enquanto a participação da União vem caindo de forma consistente nas últimas duas décadas.

Segundo estudo da FNP e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), a participação da União no financiamento da saúde caiu de 52,4%, em 2002, para 41%, em 2024, enquanto a fatia dos municípios subiu de 25,5% para 33,8%, no mesmo período. Já os estados mantiveram participação estável, em torno de 20%.

“Acabei de presidir uma reunião da Vice-Presidência Nacional de Saúde, da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos, falando sobre a redução do financiamento da atenção básica na saúde por parte do Ministério da Saúde. Em uma parceria da FNP com o Conasemes, nós apresentamos os dados históricos que mostram essa queda de repasse de recursos do Ministério da Saúde para os municípios. E também levantamos o problema da demora da habilitação, do credenciamento de serviços de saúde que o município faz e o Ministério da Saúde demora a credenciar e repassar recursos”, afirmou o prefeito de Campinas (SP) e presidente da Comissão de Saúde da FNP, Dário Saadi.

Pressão sobre os cofres locais

Os municípios têm aplicado bem acima do mínimo constitucional de 15% das receitas próprias em saúde. Em 2024, investiram, em média, 23,1%, o que representa R$ 58,5 bilhões a mais do que o exigido pela Constituição — valor equivalente a 80% de todo o IPTU arrecadado no país.

A situação é ainda mais crítica nos municípios mais populosos. Cidades com mais de 500 mil habitantes foram responsáveis por 69,2% dos gastos em Atenção Básica em 2024, enquanto a União arcou com 27,7%. Entre as capitais, a participação local chegou a 71%, contra 26,7% da União.

Um exemplo é Campinas (SP), que investiu no primeiro quadrimestre deste ano R$ 663,7 milhões na saúde, dos quais R$ 486,9 milhões (73,3%) saíram diretamente dos cofres municipais.

O especialista em orçamento público, Cesar Lima, reforça que a situação é agravada pelo novo teto de gastos, que limita a expansão do financiamento federal. “Os municípios têm reclamado que o novo teto de gastos não deixa com que o financiamento federal acompanhe as demandas da população, principalmente em relação ao seu crescimento. A impossibilidade do crescimento desse gasto, de acordo com o teto de gasto, não leva em consideração o crescimento demográfico da população, mas tão somente o crescimento das receitas em relação às despesas”, destacou.

Diferenças por porte e região

O estudo também mostra que, quanto maior a cidade, maior o peso dos gastos locais no custeio da Atenção Básica. Em municípios pequenos, de até 20 mil habitantes, a União responde por 41,3% dos recursos. Já nas cidades maiores de 500 mil habitantes, a participação federal cai para 27,7%, sobrecarregando os municípios.

O levantamento revela ainda que os municípios do Sudeste e do Sul apresentam os maiores percentuais de custeio da Atenção Básica, com 65,1% e 68,6%, respectivamente. Essas regiões também registraram o maior crescimento populacional nos últimos 12 anos, de acordo com o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pedido ao Ministério da Saúde

Diante desse cenário, a Comissão de Saúde da FNP enviou um ofício ao Governo Federal, solicitando audiência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para apresentar o diagnóstico do setor e reivindicar maior repasse de recursos federais.

A FNP reforça que o fortalecimento da Atenção Básica é estratégico para reduzir a sobrecarga da média e alta complexidade no Sistema Único de Saúde (SUS) e garantir mais eficiência e qualidade no atendimento à população.

Confira aqui o estudo da FNP.

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28/09/2025 04:05h

O estudo epidemiológico aponta alta nas incidências em oito estados; crianças pequenas e idosos são as mais afetadas

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A última atualização do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgada nesta quinta-feira (25), aponta um aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em oito estados brasileiros. O levantamento epidemiológico também indica uma retomada no crescimento das hospitalizações por SRAG associadas à influenza A e à Covid-19 no Distrito Federal e em Goiás.

UFs com alta de casos de SRAG:

  • Amazonas;
  • Distrito Federal;
  • Espírito Santo;
  • Goiás;
  • Maranhão; 
  • Minas Gerais;
  • Pará; 
  • Piauí.

De acordo com os pesquisadores, a segunda onda de crescimento da influenza A na região Centro-Oeste é considerada altamente atípica. A análise é referente à Semana epidemiológica 38, de 14 a 20 de setembro.

Covid-19

A pesquisa revela que a Covid-19 segue a impulsionar o aumento dos casos de SRAG no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo.   

A região Sul, assim como Mato Grosso do Sul e Bahia, também apresenta sinais de crescimento nas notificações de SRAG relacionadas ao vírus. No entanto, até o momento, não há impacto nas hospitalizações nesses estados.

Diante desse cenário, a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, reforça a importância de manter a carteira de vacinação atualizada para evitar a alta dos casos

“A gente pede para que as pessoas dos grupos de risco verifiquem se estão em dia com a vacinação contra o vírus, lembrando que idosos precisam tomar doses de reforço a cada seis meses, enquanto que os outros grupos, como imunocomprometidos, que são também grupos de risco, precisam tomar doses de reforço uma vez ao ano”, aponta Portella.

Crianças e adolescentes são as mais afetadas

O rinovírus tem sido responsável pelo aumento no número de casos de SRAG nos estados do Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e Espírito Santo, especialmente entre crianças e adolescentes.

No Amazonas, o vírus sincicial respiratório (VSR) tem impulsionado o crescimento dos casos de SRAG em crianças de até 2 anos, embora haja sinais de desaceleração. Já no Espírito Santo, o metapneumovírus tem contribuído para o aumento das ocorrências da síndrome em crianças pequenas.

Por sua vez, no Distrito Federal e em Goiás, a influenza A tem desempenhado um papel significativo no avanço dos casos de SRAG em praticamente todas as faixas etárias a partir dos 2 anos de idade.

Cenário nacional

Ao longo do ano epidemiológico de 2025, já foram notificados mais de 180 mil casos de SRAG, sendo 53% com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Dentre os casos positivos:

Vírus Prevalência (%)
Vírus Sincicial Respiratório (VSR) 43,1%
Rinovírus 26,9%
Influenza A 23,6%
Sars-CoV-2 (Covid-19) 7,6%
Influenza B 1,1%

Fonte: Fiocruz

As últimas quatro semanas epidemiológicas apontam que o rinovírus é o vírus mais detectado entre os casos positivos, seguido por covid-19 e VSR.

Vírus Prevalência (%)
Rinovírus 44,5%
Sars-CoV-2 (Covid-19) 17,7%
Vírus Sincicial Respiratório (VSR) 15,1%
Influenza A 13,6%
Influenza B 1,8%

Fonte: Fiocruz

Incidência e mortalidade

O Boletim aponta que, na análise das últimas oito semanas epidemiológicas, a incidência e a mortalidade por SRAG permanecem mais elevadas nas faixas etárias extremas: crianças pequenas concentram os casos, enquanto os idosos apresentam os maiores índices de mortalidade.

Em relação às notificações associadas ao Sars-CoV-2 (Covid-19), a incidência é maior entre crianças pequenas e idosos, com mortalidade predominante a partir dos 65 anos. A influenza A também se destaca como causa relevante de óbitos por SRAG entre idosos. Já os demais vírus com circulação significativa, como o VSR e o rinovírus, afetam principalmente crianças pequenas.

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28/09/2025 04:00h

Estudo da Fiocruz analisou 6,9 milhões de nascimentos e aponta relação de dengue, zika e chikungunya com intercorrências como parto prematuro e baixo peso fetal

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As doenças transmitidas pelo Aedes aegypti — dengue, zika e chikungunya — representam um risco à saúde materno-infantil no Brasil. Pesquisa conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e publicada na revista Nature Communications analisou mais de 6,9 milhões de nascidos vivos entre 2015 e 2020 e concluiu que a infecção por arboviroses durante a gravidez aumenta o risco de complicações no parto, prematuridade, baixo peso e pode levar até ao óbito neonatal

O levantamento, realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Fiocruz Bahia), mostra que os riscos variam conforme o tipo de vírus e o período da infecção. A dengue foi associada a partos antes do tempo, baixo peso ao nascer e anomalias congênitas. Já a zika apresentou efeitos mais severos, com destaque para o aumento de mais de duas vezes no risco de más-formações congênitas. A chikungunya também se revelou perigosa, elevando a probabilidade de morte neonatal e de alterações no desenvolvimento fetal.

Os impactos são mais severos em comunidades vulneráveis, onde a exposição ao mosquito transmissor é maior. Além do risco à saúde, o custo do cuidado de crianças com anomalias congênitas ou complicações neonatais recai, em grande parte, sobre famílias de baixa renda.

Período de maior infecção

Entre outubro e maio, a incidência de casos de dengue aumenta. Por isso, é preciso reforçar os cuidados, como eliminar lugares com água parada que podem se tornar focos do mosquito, como pneus, pratinhos de plantas e entulhos nos quintais, além de buscar uma unidade básica de saúde em caso de sintomas. 

“Mesmo nos períodos de baixa transmissão, sempre a população que está com febre, dor no corpo, dor nas articulações, procure a unidade de saúde, porque sempre é importante pensar que pode ser um caso de dengue, de chikungunya ou de zika vírus, e a conduta é sempre indicada”, explica o secretário adjunto da da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, Fabiano Geraldo Pimenta Junior.

O infectologista Julio Croda destaca a importância da vacinação contra a dengue de crianças de 10 a 14 anos para evitar o agravamento dos casos. "A vacina garante proteção, principalmente para as formas mais graves, para a hospitalização", detalha.

No Brasil, a dengue é a arbovirose de maior incidência. De acordo com dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, em 2025 foram registrados mais de 1,5 milhão de casos prováveis da doença em todo o país, com 1,6 mil mortes
 

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27/09/2025 04:15h

Ação visa agilizar a concessão de benefícios por incapacidade, com atendimentos remotos em 35 cidades

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O Ministério da Previdência Social promove, neste sábado (27) e domingo (28), mutirões de perícia médica conectada, com a oferta de mais de 5 mil vagas em 35 cidades (veja lista abaixo). A iniciativa busca reduzir a fila de segurados que aguardam avaliação para concessão de benefícios por incapacidade.

As perícias conectadas permitem que médicos peritos realizem atendimentos a distância, por meio de videoconferência. O formato garante agilidade e amplia o alcance do serviço, sobretudo em cidades do interior e regiões de difícil acesso.

Estados como Amazonas, Bahia, Ceará, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina participam da ação. As perícias atendem a diferentes demandas, incluindo benefícios por incapacidade temporária que não foram aprovados na análise documental, além de avaliações médicas relacionadas a requerimentos do BPC para pessoas com deficiência e revisão desses benefícios assistenciais.

A Região Sul concentra o maior número de vagas, destinadas a pessoas que haviam agendado atendimento pericial, mas enfrentavam longos tempos de espera. Serão oferecidos 800 atendimentos em Joinville (SC), 400 em Curitiba (PR) e 374 em Cascavel (PR).

UF Estado Município
AM Amazonas Tabatinga (sábado)
AM Amazonas Manacapuru
AM Amazonas Itacoatiara
AM Amazonas São Gabriel da Cachoeira (sábado)
AM Amazonas Presidente Figueiredo (domingo)
AM Amazonas Iranduba
BA Bahia Irecê
BA Bahia Paripiranga
BA Bahia Caetité (sábado)
BA Bahia Barreiras
BA Bahia Santa Rita de Cássia
BA Bahia Eunápolis
BA Bahia Cruz das Almas
BA Bahia Nazaré
CE Ceará Ubajara
PA Pará Goianésia do Pará
PA Pará Redenção/Pará
PA Pará Marabá
PA Pará São Geraldo do Araguaia
PA Pará Rondon do Pará
PA Pará Jacundá
PA Pará Xinguara
PA Pará Parauapebas
PA Pará Conceição do Araguaia (sábado)
PR Paraná Campo Mourão
PR Paraná Maringá
PR Paraná Cascavel
PR Paraná Francisco Beltrão
PR Paraná Marechal Candido Rondon
PR Paraná Medianeira
PR Paraná Ponta Grossa
PR Paraná Cianorte
PR Paraná Curitiba
RS Rio Grande do Sul Santa Rosa
RS Rio Grande do Sul Frederico Westphalen
SC Santa Catarina Joinville
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27/09/2025 04:10h

Entre os estados, o maior valor foi destinado a Minas Gerais, que conta, no total, com mais de R$ 113,8 milhões

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Os valores complementares para o pagamento do piso da enfermagem referentes ao mês de setembro já podem ser consultados. Os recursos foram detalhados na Portaria GM/MS nº 8.214, de 22 de setembro de 2025, publicada pelo Ministério da Saúde no Diário Oficial da União.  

A transferência totaliza R$ 798,8 milhões (798.882.139,26), entre os valores destinados à execução municipal e estadual

O recurso é repassado aos entes federados mensalmente. O intuito é de que, com a verba, estados e municípios efetuem o pagamento do piso de profissionais da categoria. 

Em contrapartida, o advogado especialista em direito médico, Josenir Teixeira, destaca que a destinação desse dinheiro deve ser fiscalizada, com vistas a garantir que os valores cheguem aos trabalhadores.

“Os profissionais da enfermagem devem ficar atentos a acompanhar o repasse que os municípios irão receber, para que os municípios efetivamente repassem os valores às suas empregadoras, para que, finalmente, as suas empregadoras paguem os valores dentro da folha de pagamento. Vamos ver se realmente esses valores repassados pela União serão suficientes para cumprir o que disse a lei”, diz Teixeira.

Entre os municípios, Goianinha (RN), Picos (PI) e Belo Jardim (PE) receberão mais de R$ 200 mil cada. Para Arapiraca (AL), Vitória da Conquista (BA), Caxias (MA), Governador Valadares (MG), Dourados (MS), a previsão é de destinação de mais de R$ 1 milhão para cada. 

Confira na tabela abaixo quanto cada estado recebeu  

Entre os estados, o maior valor foi destinado a Minas Gerais, que conta, no total, com mais de R$ 113,8 milhões. Na sequência aparece Bahia, com cerca de R$ 84 milhões, entre valores de execução estadual e municipal. 

Cofen e Bancada da Enfermagem: reunião com ministro da Saúde 

O ministro da Saúde Alexandre Padilha recebeu, no último dia 24, uma comitiva de membros do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem e parlamentares da Bancada da Enfermagem.

O grupo pediu o apoio da pasta da Saúde para a aprovação da PEC 19 – que vincula o piso da enfermagem a uma jornada de 30 horas de trabalho. No momento, a matéria segue na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e aguarda deliberação.
 

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26/09/2025 04:30h

Programa vai acelerar atendimentos com especialidades médicas de forma gratuita para a população por meio de convênios com hospitais particulares e filantrópicos

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A Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram, nesta quarta-feira (24), a medida provisória que cria o Programa Agora Tem Especialistas, iniciativa do Ministério da Saúde para diminuir o tempo de espera de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) por atendimento com especialidades médicas. 

O projeto segue para sanção presidencial, que deve ocorrer nos próximos dias. O programa tem como meta reduzir a fila por atendimento, consultas e cirurgias. De acordo com o ministério, as áreas prioritárias são oncologia, ortopedia, ginecologia, cardiologia, oftalmologia e otorrinolaringologia

Os atendimentos envolvem as unidades de saúde do SUS, a realização de mutirões, atendimentos em unidades móveis de saúde e pelo sistema de telessaúde

Ribeirão Preto (SP), recebe, nesta semana, unidades móveis de saúde para atendimentos oftalmológicos. Serão 120 atendimentos até a próxima semana, com a realização de 60 procedimentos cirúrgicos de catarata.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Mauricio Godinho, a expectativa é que, com a implementação do programa, todos os 3,5 mil pacientes à espera de correção de catarata sejam atendidos nos próximos dois meses. 

O gestor destacou a substituição, no SUS, do exame Papanicolau pelo teste de biologia molecular DNA-HPV para detectar o câncer de colo do útero como uma importante iniciativa do Agora tem Especialistas

“O uso da biologia molecular permite um diagnóstico muito mais breve, muito mais inicial da presença do HPV. Assim, além de oferecer tratamento e reduzir a transmissão, diminui o maior risco, que é o câncer de colo de útero. Trata-se de trazer tecnologia para a ponta para a atenção primária”, explica.

Atendimentos em hospitais particulares

Na rede privada, participam operadoras de planos, hospitais, clínicas e instituições filantrópicas que aderirem ao programa.

Como contrapartida, as instituições particulares receberão incentivos fiscais referentes aos valores das consultas e atendimentos. Já as operadoras de saúde poderão trocar débitos por prestação de serviços assistenciais. Em situações de urgência, a União poderá executar o recurso de forma direta. 

A contratação será feita por estados e municípios, ou de maneira complementar pela Agência Brasileira de Apoio à Gestão do Sistema Único de Saúde (AgSUS) e pelo Grupo Hospitalar Conceição, ambos vinculados ao Ministério da Saúde. 

Escassez de profissionais

Em audiência pública em agosto na comissão que analisava a MP, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou que apenas 10% dos médicos especialistas do Brasil atendem pelo SUS e que a concentração desses profissionais é desigual entre os estados. De acordo com o ministro, alguns pacientes viajam até 870 quilômetros para conseguir atendimento.

Pernambuco (PE) é um dos estados pioneiros na implementação de ações do Agora tem Especialistas. Para o superintendente do Ministério da Saúde em PE, Rosano Carvalho, os atendimentos médicos em carretas equipadas vão beneficiar principalmente as populações de áreas remotas do estado. 

“Existe uma concentração de médicos e de médicos especialistas nos estados do Sul e Sudeste. O percentual de médicos à disposição da população diminui nos estados do Norte e Nordeste. Portanto, essa ação de formar especialistas e fixá-los em áreas como Pernambuco é extremamente importante”, ressalta. 

Segundo o texto aprovado no Congresso, o Agora tem Especialistas funcionará até 31 de dezembro de 2030. A renúncia fiscal é de R$ 2 bilhões ao ano a partir de 2026. No entanto, os  procedimentos podem ser realizados já em 2025.
 

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24/09/2025 04:55h

Pesquisa divulgada pelo SESI aponta que o interesse por serviços digitais cresce, com destaque para teleconsultas e agendamentos online, embora persistam desafios de conectividade e confiança no atendimento remoto

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O Serviço Social da Indústria (SESI) apresentou, nesta terça-feira (23), em São Paulo (SP), durante o evento Conecta Saúde, os resultados de uma pesquisa nacional sobre saúde digital. O levantamento mostra que 78% dos brasileiros demonstram interesse em utilizar serviços digitais de saúde, como teleconsultas, agendamento online de consultas e exames, prescrição e atestado digital.

Apesar do interesse crescente, o estudo aponta que apenas 20% da população usou efetivamente algum serviço digital em 2025. O celular é o principal meio de acesso (96%) e os canais mais utilizados são telefone e WhatsApp (45%), aplicativos de planos de saúde (32%) e o ConecteSUS (31%).

Para Emmanuel Lacerda, superintendente de Saúde e Segurança do SESI, os resultados confirmam que a saúde digital deixou de ser tendência para se tornar realidade. “A saúde digital amplia o acesso a serviços de qualidade, especialmente em regiões com escassez de profissionais ou infraestrutura. Ela permite atendimento mais rápido, redução de filas, monitoramento contínuo de condições de saúde e maior integração entre diferentes perspectivas do cuidado. Além disso, favorece a prevenção, ao oferecer ferramentas de autogestão e programas personalizados de bem-estar, resultando em mais qualidade de vida e produtividade”, avalia.

Pesquisa Saúde Digital: avaliação crescente

Entre 2023 e 2025, a avaliação positiva dos serviços digitais de saúde cresceu de 73% para 81% entre os usuários, segundo a pesquisa. Na telemedicina, fatores como praticidade (30%), agilidade (28%) e bom atendimento (14%) são os principais responsáveis pela aprovação. Por outro lado, a percepção de consultas superficiais (32%), falhas técnicas e dificuldades no agendamento (16%) ainda pesam nas avaliações negativas.

O levantamento aponta que cada pessoa se interessa, em média, por dois serviços digitais. Os mais procurados são o agendamento online (57%) e a teleconsulta (49%), seguidos por exames integrados (33%), prescrição digital (23%) e atestado médico (18%). A inteligência artificial já está presente no apoio ao diagnóstico em 10% dos casos.

A brasileira Roseane Silva, 38 anos, mudou-se para Valparaíso, na costa do Chile, em 2023, para trabalhar no segmento farmacêutico. Ela conta que a telemedicina se tornou parte da sua rotina e trouxe mais praticidade ao cuidado com a saúde. Para ela, a principal vantagem é a flexibilidade.

“O que mais chama a minha atenção em relação a esse tipo de atendimento é justamente a flexibilidade, poder ser atendida na hora prevista, principalmente. Eu posso estar com mal-estar e ao agendar o serviço sei que nesse momento serei atendida, diferentemente de uma consulta presencial, que às vezes impossibilita que seja atendida no horário marcado”, afirma.

Pesquisa Saúde Digital: resistência entre idosos ainda é alta

O interesse pela telemedicina está em expansão. Dos entrevistados, 38% afirmaram que pretendem utilizar o recurso no futuro. A aceitação é maior entre jovens homens de 25 a 40 anos (44%), pessoas com ensino superior (51%) e rendas mais altas (47%). Nutricionistas (44%), psicólogos (42%) e farmacêuticos (40%) estão entre as especialidades mais aceitas no formato digital.

Já a resistência se concentra em pessoas de 41 a 59 anos (79%) e idosos (83%), que apontam insegurança e preferência pelo atendimento presencial.

Diante da resistência que ainda existe por parte da população, Roseane acredita que o cenário deve mudar com a ampliação do acesso e da confiança nos serviços digitais. “Acredito que quem ainda tem receio é porque precisa sentir segurança de que suas necessidades serão realmente atendidas. O tempo é sagrado. E muitas vezes a pessoa não pode se deslocar, seja pela rotina corrida ou por alguma comorbidade. Nesse sentido, a teleconsulta é uma solução prática, que atende no momento certo e contribui para melhorar a qualidade de vida”, completa.

Pesquisa Saúde Digital: falta de conhecimento é barreira

Apesar do interesse, apenas 10% da população afirma conhecer bem ou muito bem os serviços digitais de saúde, enquanto 25% dizem ter algum conhecimento e 63% nunca ouviram falar ou não sabem como funcionam. Ainda assim, 56% acreditam que a saúde digital facilita o acesso aos serviços.

“Os principais desafios envolvem a redução das desigualdades de acesso à internet e a dispositivos digitais, que ainda persistem em diversas regiões, a harmonização de marcos regulatórios que garantam a sustentabilidade do ecossistema e o engajamento de usuários, empresas e profissionais de saúde em uma mudança cultural, na qual o digital seja compreendido como um complemento, e não um substituto, do cuidado presencial”, ressalta Lacerda.

Segundo o superintendente de Saúde e Segurança do SESI, a estratégia de saúde digital da instituição atua nesses pontos, buscando criar um sistema integrado, confiável e acessível para trabalhadores da indústria e seus dependentes.

O tema foi debatido no Conecta Saúde, evento promovido pelo Movimento Empresarial pela Saúde (MES), iniciativa do SESI e da CNI, que reuniu especialistas para discutir tendências e soluções que ampliem o acesso e fortaleçam o bem-estar da sociedade.

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21/09/2025 04:05h

Boletim da FioCruz aponta que doença tem impulsionado o crescimento dos casos nessa faixa etária no DF, GO, MG e ES; regiões Centro-Sul, Nordeste e estado do PA registram leve alta de casos

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O mais recente Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que quatro Unidades da Federação apresentam alta de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19, especialmente entre os idosos: no DF, GO, MG e ES. Já as regiões Centro-Sul, Nordeste e o estado do Pará registram leve alta de casos nas notificações de SRAG por Covid-19, mas ainda sem causar um aumento nas hospitalizações nesses locais.

Considerando o aumento de casos de Covid-19 nesses estados, a pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, Tatiana Portella, menciona que a vacinação é crucial para proteger a população contra os casos graves e óbitos da doença.

Portella ressalta, ainda, a importância da atualização do cartão de vacinação. 

“Por isso a gente pede para que as pessoas dos grupos de risco verifiquem se estão em dia com a vacinação contra o vírus, lembrando que idosos precisam tomar doses de reforço a cada seis meses, enquanto que os outros grupos, como imunocomprometidos, que são também grupos de risco, precisam tomar doses de reforço uma vez ao ano”, aponta.   

UFs com leve alta de casos de SRAG por Covid-19:

  • Centro-Sul: Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul;
  • Nordeste: Bahia, Piauí e Paraíba;
  • Norte: Pará.

A publicação da Fiocruz aponta que nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 17,3% de SARS-CoV-2 (COVID-19). Já 1,7% de Influenza B, 17,7% de vírus sincicial respiratório, 47,3% de Rinovírus.

Em relação à Influenza A, o percentual chegou a 10,2%. Inclusive, as hospitalizações pelo vírus voltaram a aumentar no Distrito Federal e em Goiás. A alta foi registrada entre jovens, adultos e idosos.

A análise é referente à Semana Epidemiológica (SE) 37, período de 7 a 13 de setembro.

Rinovírus

O Boletim destaca que, no cenário nacional, os casos de SRAG apresentam tendência de oscilação ou estabilidade na tendência de longo prazo. Segundo o documento, o reflete a desaceleração do avanço dos casos de SRAG associados ao rinovírus no agregado nacional – mesmo que as hospitalizações pelo vírus continuem aumentando em alguns estados.

O informe mostra que oito das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco nas últimas duas semanas, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 37. Os estados são: Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rondônia.

Conforme os dados, o rinovírus tem contribuído para o aumento dos casos de SRAG nessas regiões principalmente nas crianças e adolescentes de 2 a 14 anos. No entanto, há sinal de interrupção do crescimento no DF.

Inclusive, os dados laboratoriais por faixa etária mostram que o rinovírus tem sido a principal causa de hospitalização por SRAG nas crianças e adolescentes de até 14 anos. 

Além disso, dez UFs também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo, confira: Acre, Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pará, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina.

Entre as capitais, cinco das 27 apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 37: Brasília (DF), Florianópolis (SC), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA).

Balanço epidemiológico

Em 2025, já foram notificados 176.451 mil casos de SRAG, sendo 53,2% com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório

Apenas este ano já foram registrados 10.577 óbitos de SRAG, sendo 52,5% com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório. Dentre os óbitos o, observou-se 52% de influenza A, 1,8% de influenza B, 12% de vírus sincicial respiratório, 13,6% de rinovírus e 21,7% de Sars-CoV-2 (Covid-19). 

Já nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os óbitos positivos foi de 21% de influenza A, 1,2% de influenza B, 8,6% de vírus sincicial respiratório, 28,8% de rinovírus, e 42,8% de Sars-CoV-2 (Covid-19).

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