Foto: Bruno Cecim/Agência Pará
Foto: Bruno Cecim/Agência Pará

Pará registra o maior número de doações de órgãos e córneas dos últimos 2 anos

A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Irecê Miranda, esclarece que o estado do Pará teve o melhor quadrimestre da história em relação ao número de doadores de órgãos e de córneas

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De janeiro a abril de 2023, foram realizados no estado do Pará 190 transplantes, sendo 3 de fígado, 24 de rim e 163 de córnea. O registro foi feito pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Central Estadual de Transplantes do Pará (CET-PA). Nesses 4 meses, 100 famílias paraenses autorizam a doação de órgãos e com isso foram captados 222 órgãos e tecidos, o que resultou em 190 transplantes, superando a marca do mesmo período dos últimos dois anos.

Durante os primeiros quatro meses de 2021, apenas 3 doações foram registradas no estado do Pará e em 2022 esse número aumentou para 13. Porém, o aumento mais significativo ocorreu este ano, quando o total de doações chegou a 87. É importante lembrar que um único doador pode contribuir com mais de um órgão.

Ierecê Miranda, coordenadora da Central Estadual de Transplantes, avalia que sem a doação de órgãos, não é possível realizar transplantes e diante disto, a Sespa elaborou algumas estratégias para aumentar as doações que foram prejudicadas durante a pandemia. E um dos projetos foi a criação da Comissão de Doação de Órgãos em todos os hospitais regionais. 

“Então agora todo o hospital regional é obrigado a ter uma equipe de profissionais para trabalhar para e atuar na doação de órgãos dentro do hospital. Essas comissões nós chamamos de CIHDOTT, que são as Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos. As comissões são formadas por profissionais do próprio hospital e são responsáveis por notificar os óbitos para a central de transplante”, explica.

A coordenadora explica que após a notificação à central de transplante, os profissionais da CIHDOTT, acolhem a família que perdeu um ente querido e fornece informações sobre a doação de órgãos. Após isso, as famílias podem decidir se querem ou não realizar a doação desses órgãos. 

Irecê Miranda esclarece que o estado do Pará teve o melhor quadrimestre da história em relação ao número de doadores de órgãos e de córneas. Nos últimos dois anos, o índice cresceu 72%, passando de 28 para 101 doadores e em 4 meses de 2023 foi registrado o mesmo número de doadores alcançado ao longo dos 12 meses do ano passado.

Fabíola Gavioli Marazato, médica oftalmologista do CBV-Hospital de Olhos, explica ser importante a conscientização da doação de órgãos e dá ênfase ao transplante de córnea, no qual a grande maioria dos pacientes que vieram a óbito são elegíveis para o transplante. 

“É a visão de alguém que você vai estar ajudando a restaurar. Então é importante ter essa consciência de doação, de ajuda, de pensar que pessoas serão beneficiadas com esse tecido”, argumenta.

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