LOC: A Agência Nacional de Mineração (ANM) repassou, na última segunda-feira (20), quase R$ 1,5 milhão ao governo de Mato Grosso e distribuiu mais de R$ 5,6 milhões aos 78 municípios mato-grossenses que produziram minérios no mês passado. Ao todo, os recursos ultrapassam a casa dos R$ 7 milhões.
O dinheiro é relativo à cota-parte da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral), que foi arrecadada junto às empresas mineradoras que – em outubro – fizeram a extração de minérios no estado.
Conforme os números divulgados pela ANM, Mato Grosso ficou em sexto lugar do ranking nacional da produção mineral de outubro, ficando atrás apenas dos estados do Pará, Minas Gerais, Bahia, Goiás e São Paulo. Ao longo de 2023, Mato Grosso disputou com São Paulo a quinta colocação nesse ranking.
Dos 78 municípios mato-grossenses que produziram minérios em outubro, a prefeitura que mais recebeu CFEM foi da cidade de Nobres (que fica a 140 km de Cuiabá), seguida por Aripuanã e Nova Xavantina. A prefeitura de Nobres recebeu R$ 1,3 milhão. Já a prefeitura de Aripuanã foi contemplada com R$ 634 mil – número bem próximo da CFEM repassada à Nova Xavantina, terceira colocada no estado, que neste mês recebeu R$ 629 mil.
Segundo o empresário Disney de Paula, que é um dos organizadores da 1ª Expominério de Mato Grosso, um evento que na semana passada reuniu em Cuiabá mais de 500 interessados na atividade mineral, há muito preconceito e desinformação a respeito da mineração, que é considerada (segundo ele) um "patinho feio" em Mato Grosso, mas responde por 5% do PIB (Produto Interno Bruto).
SONORA: Disney de Paula, empresário e um dos organizadores da 1ª Expominério
“A mineração na verdade, hoje, é considerada um patinho feio [da economia]. Mas é um setor que, por exemplo, aqui no estado de Mato Grosso, ele responde por 5% do nosso PIB. Então, você observa que tem uma expressão financeira muito grande este setor. A mineração é fundamental para nossa vida, a mineração está presente no nosso dia a dia, desde o momento que a gente acorda até o momento que a gente vai dormir; e é um setor que gera emprego, que gera renda e que tem muito a mostrar. E com as novas tecnologias, é um setor que está em crescimento e em expansão”.
LOC: O dinheiro da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) não pode ser investido em qualquer setor. De acordo com o superintendente de Arrecadação e Fiscalização de Receitas da Agência Nacional de Mineração, Daniel Pollack, a legislação determina que os recursos repassados aos cofres das prefeituras sejam investidos, principalmente, na diversificação da atividade econômica, de maneira que a comunidade não fique dependente apenas da atividade minerária.
SONORA: Daniel Pollack, superintendente de Arrecadação e Fiscalização de Receitas da ANM
"Esses recursos chegarão aos cofres das prefeituras e elas têm orientação de usar, principalmente, para diversificar a atividade econômica, no desenvolvimento social e tecnológico, para que lá na frente, o dia que a mineração não tiver mais presente, porque é uma atividade de recursos naturais finitos, que um dia vão acabar, a cidade possa ter alguma outra fonte de renda, de atividade econômica — que não dependa mais da mineração.”
LOC: A CFEM também é conhecida como “royalty da mineração”, por ser uma contrapartida que os estados e municípios mineradores de todo o país recebem, pelo motivo de terem parte de seus territórios utilizados por empresas que atuam na atividade mineradora. Em nível nacional, a Agência Nacional da Mineração liberou mais de R$ 447 milhões a estados e municípios que produziram minérios em outubro.
Para saber se a prefeitura de sua cidade recebeu os recursos da CFEM que foram depositados na última segunda-feira (20), entre no portal de notícias Brasil 61. É só digitar: www.brasil61.com
Reportagem: José Roberto Azambuja