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A falta das condições ideais para uso de tecnologia no ensino educacional isola ainda mais estudantes e professores. Segundo levantamento do Ministério da Educação, na Bahia, por exemplo, 96,7% das escolas possuem conexão à internet, no entanto 25,9% têm velocidade abaixo do ideal para alunos e professores usarem em sala de aula. Além disso, 60% das escolas do estado não possuem rede Wi-Fi instalada, e 440 escolas estão totalmente desconectadas.
Buscando universalizar a conectividade nas 13.339 instituições de educação municipais, estaduais e federais do estado até 2026, o governo federal anunciou uma Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, coordenada pelos Ministérios da Educação (MEC) e das Comunicações (MCom).
A medida vai reunir políticas públicas relacionadas à inclusão de tecnologia nos processos educacionais que estão em andamento. São elas: Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações (Fust); Programa Aprender Conectado (PAC); Lei de Conectividade (Lei 14.172/2021); Wi-Fi Brasil; Programas Norte e Nordeste Conectados e Política de Inovação Educação Conectada (Piec).
Segundo o Ministério da Educação, ao todo serão investidos R$ 8,8 bilhões para as ações. “Desse total, R$ 6,5 bilhões serão destinados à implantação de conexão à internet e rede interna nas escolas”. De acordo com a pasta, a medida deve beneficiar mais de 2,8 milhões de crianças e adolescentes, na Bahia.
Para a especialista em educação, a professora Olga Freitas, o acesso universal à Internet é um direito fundamental que deve ser assegurado às crianças e adolescentes.
“Nós vivemos na sociedade da informação. A informação gera conhecimento e todo esse conhecimento produzido e consumido tem se intensificado, por meio do uso das tecnologias. E as crianças e jovens, sobretudo em situação de vulnerabilidade social, de baixa renda em regiões mais remotas e afastadas são excluídas desse processo por não terem o acesso a esses dispositivos tecnológicos e a conectividade — e por não termos políticas públicas voltadas para isso, então é um grande acerto essa iniciativa”, diz.
No âmbito escolar, a Internet garante muitos benefícios, tanto para os professores quanto para os alunos, como explica a especialista em educação.
“São inúmeras as possibilidades, oportunidades de ofertar uma educação cada vez mais qualitativa, de organizar o trabalho pedagógico de modo mais contextualizado às realidades de cada de cada localidade, de cada comunidade educativa. Os recursos são variados por meio da internet e por meio das tecnologias; os vídeos, os softwares educativos, inteligência artificial, nanotecnologia, tudo isso à disposição de um bom trabalho pedagógico com um bom planejamento e com uma intencionalidade de promover uma educação qualitativamente boa”, destaca.
No entanto, a especialista ressalta que ainda há um longo caminho a ser percorrido quando se fala em formação e infraestrutura adequada nas escolas públicas brasileiras.
“Nós temos inúmeros desafios. A começar pela própria infraestrutura das escolas públicas brasileiras. Boa parte delas requer muitas melhorias, ampliação, até mesmo construção de novas escolas com espaços mais amplos que ofereçam o conforto e o acolhimento necessário às aprendizagens. É preciso pensar na estrutura de apoio ao estudante. Além disso, a infraestrutura específica para a oferta da conexão, da conectividade de banda larga para as escolas, a aquisição de equipamentos e dispositivos de boa qualidade, a manutenção desses equipamentos e dispositivos. Alia-se a isso, a formação continuada de professores para uso dessas tecnologias com intencionalidade pedagógica, com menos resistência”, afirma.
Conforme o Ministério da Educação, o Nordeste é a região com a maior quantidade de escolas que vão receber internet de qualidade, totalizando 49.953 instituições. Em seguida, estão o Sudeste (40.365); o Norte (20.366); o Sul (19.826) e o Centro-Oeste (7.845).
Dados da pesquisa TIC Educação 2022, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), indicam que 99% das escolas particulares e 93% das escolas públicas possuem acesso à Internet. Nas áreas rurais, 85% das instituições de ensino estão conectadas.
Já em relação à qualidade do acesso à Internet, 52% das escolas estaduais e 46% dos particulares declararam possuir 51 Mbps ou mais de velocidade da principal conexão da instituição. Nas escolas municipais a proporção é de 29%.
Conforme a pesquisa, entre as escolas que oferecem computadores para a realização de atividades de ensino e de aprendizagem, as instituições estaduais se destacaram – 86% contam com notebook, desktop ou tablet para uso dos alunos – em escolas localizadas em capitais (79%) e naquelas que ficam em áreas urbanas (78%). Em contrapartida, as instituições municipais (49%), as que estão localizadas em cidades do interior (61%) e em áreas rurais (38%) possuem os menores patamares nesse quesito.
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