LOC.: Apesar da nova onda de disseminação da Covid-19, a maior parte das escolas brasileiras está retomando as aulas presenciais no início de fevereiro. Para a Unicef essa decisão é esperada e acertada. A oficial de educação da instituição, Julia Ribeiro, contemporiza que, apesar de as escolas terem feito estratégias de aprendizado remoto nos últimos dois anos, as aulas e recursos não conseguiram chegar a todos.
TEC./SONORA: Julia Ribeiro, oficial de educação do Unicef
“É um momento fundamental para a garantia de direito de crianças e adolescentes. Já estamos vivenciando a pandemia há quase dois anos e a pandemia trouxe impactos profundos para educação que contribuíram para ampliar as desigualdades que já existiam, excluindo aqueles meninos e meninas que já se encontravam numa situação de maior vulnerabilidade.”
LOC.: Dados do Censo Escolar de 2021 divulgados pelo Inep, órgão ligado ao Ministério da Educação, revelaram que mais de 650 mil crianças das redes pública e privada saíram da escola nos últimos três três anos. A maior parte deles são alunos entre 5 e 10 anos. O desafio do ensino remoto foi sentido por Amanda Gontijo, professora de uma escola em Ceilândia, que fica na periferia de Brasília. Ela leciona no quinto ano, para crianças que, em média, têm 10 e 11 anos.
TEC./SONORA: Amanda Gontijo, professora do quinto ano
“Alguns estudantes ainda tinham um pouquinho de dificuldade de escrita na leitura. Sem o estudo presencial isso acarretou atraso para eles. Então a gente teve os estudantes que precisavam de reforço presencial, precisava de uma atenção presencial dentro da sala que era importante presencial não teve. E eu tive alguns estudantes, inclusive esses dois eles foram até retidos né? Esse ano eles vão fazer o quinto ano de novo porque até agosto eles não participavam das aulas on-line. E a justificativa dos pais era sem internet.”
LOC.: Para evitar uma evasão escolar ainda maior, a Unicef desenvolve em parceria com os municípios a Busca Ativa Escolar. Por meio dessa iniciativa, mais de 80 mil crianças e adolescentes puderam ser reintegrados às rotinas escolares. Para um retorno seguro, o Unicef recomenda que os pais vacinem contra a Covid-19 as crianças de 5 a 11 anos.
Reportagem, Angélica Córdova