LOC: Prefeituras de todo o Brasil receberam adiantado mais de 3 bilhões e 600 milhões de reais do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) nesta sexta-feira (dia 28).
O dinheiro é referente ao terceiro decêndio de julho de 2023, que vence no próximo dia 30. Quando a data cai num sábado, domingo ou feriado, o pagamento é antecipado para o primeiro dia útil anterior. Os repasses do FPM são feitos três vezes por mês, a cada dez dias (por isso tem o nome de “decêndio”) e entram nas contas das prefeituras através do Banco do Brasil.
De acordo com o consultor de Orçamento César Lima, desta vez o valor dos repasses subiu cerca de 20%, em relação ao mesmo período de 2022.
SONORA: César Lima, consultor de Orçamento
“Esse último decêndio do mês de julho de 2023 é cerca de 20% maior do que o mesmo período no ano passado. Se descontarmos a inflação acumulada no período, que é próxima a 3%, nós temos um aumento real de cerca de 17% – o que, em tese, demonstra uma melhora significativa da economia, apesar da manutenção da taxa de juros em patamares bem elevados. Temos aí uma inflação que está sob controle, num patamar baixo, e esperamos que esse resultado se mantenha ao decorrer do ano.”
LOC: O FPM é uma das principais fontes de receita dos municípios e ajuda as prefeituras a pagar despesas obrigatórias, como a folha de servidores públicos e despesas com a Previdência, além de outras melhorias para a população. Segundo a Confederação Nacional de Municípios (a CNM), o dinheiro do Fundo é a maior fonte de recursos de aproximadamente 60% das prefeituras de todo o Brasil. Quando cai a arrecadação, a maioria das prefeituras enfrenta grandes dificuldades para manter as contas em dia.
Em entrevista ao portal de notícias Brasil 61, o prefeito de Lagoa Nova (do Rio Grande do Norte), Luciano Santos, que atualmente preside a Federação dos Municípios de seu estado (a FEMURN), explica a importância do FPM para sua cidade e para as 167 prefeituras filiadas à entidade.
SONORA: Luciano Santos, prefeito de Lagoa Nova (RN) e presidente da FEMURN
“O FPM no município de Lagoa Nova ele representa 87% do que é necessário para arcarmos com as despesas ordinárias e extraordinárias. E, no Rio Grande do Norte, são 167 municípios. Desses 167 municípios, 90% compõem a sua parte de receita para honrar seus compromissos ordinários e extraordinários. Portanto, o FPM é uma fonte de recursos providencial e necessária para o dia a dia dos municípios no Rio Grande do Norte.”
LOC: O dinheiro do FPM é resultado dos impostos pagos por cada cidadão brasileiro. Sua principal origem vem do Imposto de Renda e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Os percentuais de participação de cada município são calculados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), de acordo com o número de habitantes de cada cidade e a renda “per capita” dos estados. A transição para os novos números do censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) está sendo implantada, aos poucos, ao longo dos próximos dez anos, por causa de uma nova lei segundo a qual, os valores repassados deverão obedecer aos novos dados demográficos.
Reportagem: José Roberto Azambuja