LOC.: A pandemia de covid-19 deixou um ensinamento: não deixar tudo para última hora. A frase é da pesquisadora Karine Lourenço, coordenadora do projeto de desenvolvimento da vacina contra Mpox da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A vacina 100% nacional vem sendo desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas da universidade desde 2022, quando surgiu a primeira emergência global por Mpox. Os pesquisadores da UFMG trabalham em duas vertentes: uma para desenvolver a vacina em si e outra para avaliação da imunogenicidade dessa vacina.
TEC/SONORA: Karine Lourenço, coordenadora do projeto de desenvolvimento da vacina contra Monkeypox da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
“A gente já avançou na parte de produção da vacina — inclusive em larga escala. E os estudos de imunogenicidade finalizaram em julho, onde nós avaliamos a proteção da vacina frente ao vírus mpox, isso também já foi finalizado.”
LOC.: A vacina desenvolvida pela UFMG é feita a partir de um vírus atenuado — que não é capaz de causar o adoecimento ou infecção na pessoa que recebe.
O médico infectologista Victor Bertollo ainda complementa que as vacinas existentes são derivadas da vacina contra a varíola — doença erradicada mundialmente na década de 80 — por isso a produção é muito baixa, assim como a disponibilidade dessas doses.
Houve uma estratégia pontual em 2022 do Ministério da Saúde para trazer uma das vacinas para o Brasil, mas hoje ela não está mais disponível, explica Bertollo.
TEC/SONORA: Victor Bertollo, médico infectologista
“As pessoas não conseguem encontrar essas vacinas nas salas de vacina nem na rede pública, salvo em raríssimas exceções onde eventualmente tenha sobrado alguma dose de vacina.”
LOC.: Entre os principais sintomas estão erupções ou lesões de pele, linfonodos inchados, além de febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza. A transmissão do vírus Monkeypox entre humanos é feita, principalmente, por contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias ou lesões na pele de uma pessoa infectada, ou com objetos contaminados recentemente com fluidos de pacientes ou materiais da lesão.
Reportagem, Lívia Braz