LOC.: O Dia Mundial do Ceratocone, celebrado no dia 10 de novembro, foi criado pela National Keratoconus Foundation (NKCF) em 2016, para informar e conscientizar sobre a enfermidade. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o problema atinge cerca de 150 mil brasileiros por ano. Ainda de acordo com o CBO, o ceratocone é o principal responsável pelos transplantes de córnea no país.
Foi ainda na infância, aos nove anos, que Marco Antônio Delgado, jovem de 25 anos e morador da cidade-satélite de Sobradinho, no Distrito Federal, foi diagnosticado com ceratocone nos dois olhos. Ele precisa usar lentes de contato especiais para poder enxergar, por isso a doença também o afeta financeiramente.
“A doença me atrapalha no dia a dia na questão de ser obrigado a usar uma lente de contato rígida, que é uma lente difícil de encontrar e é mais ou menos R$ 1.200 o par. Além de ser meio desagradável de colocar isso todo dia, mas eu não enxergo absolutamente nada sem as lentes de contato. Então é muito difícil de lidar no dia a dia, mas a gente acaba acostumando”.
LOC.: Fabíola Marazato, oftalmologista do CBV-Hospital de Olhos, explica que o ceratocone afeta a estrutura da córnea e afina o tecido ocular, que fica com aspecto de cone. Segundo a médica, geralmente, esse problema prejudica a visão, e começa na adolescência e no início da idade adulta.
“Não tem uma forma de prevenir. Porém, hábitos como coçar os olhos, esfregar muito os olhos podem levar a uma progressão da doença. Em casos mais avançados, pode até ser recomendado um transplante de córnea para corrigir e melhorar a acuidade visual.”
LOC.: Marazato ainda ressalta que o diagnóstico do ceratocone é possível por meio de consultas periódicas e exames. A oftalmologista também afirma que, atualmente, há meios para estabilizar o avanço da doença ocular e tratamentos para evitar formas mais severas.
Reportagem, Ana Luísa Santos.