LOC.: A ousada meta de déficit zero, desejada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assim como o alcance da meta fiscal para 2025 estão bem distantes da realidade traçada pelo relatório divulgado pelo Tesouro Nacional, esta semana. O objetivo de deixar as contas no azul — apresentado pelo Ministério da Fazenda no ano passado — é visto pela economista e professora da FGV Carla Beni como “muito difícil de ser alcançado".
A dificuldade de se alcançar a meta fiscal é uma realidade a ser enfrentada pelo governo. No dia seguinte à divulgação do relatório do Tesouro Nacional, que prevê que o governo teria que fazer um esforço adicional equivalente a 1% do PIB para chegar ao superávit desejado pela Fazenda, a ministra do Planejamento Simone Tebet disse que a revisão da meta para o ano que vem “está na mesa”.
Para Carla Beni, o ano eleitoral pode dificultar as ações no Congresso, em relação à meta fiscal.
TEC/SONORA: Carla Beni, economista e professora da FGV
“O desafio agora é fazer essa equação entre essa possibilidade da entrada das receitas, mas a equação central está no Congresso. Porque a aprovação do que é necessário passa pelo Congresso com um segundo semestre que está olhando para uma eleição municipal.“
LOC.: O advogado e economista Alessandro Azzoni avalia que para chegar à meta fiscal desejada em 2025 é necessária uma ação conjugada. Ele elenca quatro pontos principais como a aprovação das medidas de aumento da arrecadação, controle rigoroso dos gastos públicos, incentivo para o crescimento da economia — e busca de apoio político para reduzir custos com pagamento de emendas.
TEC/SONORA: Alessandro Azzoni, Advogado e economista
“Revisão das contratações, principalmente das terceirizadas, uma vez que não está tendo concursos públicos, uma forma de evitar problemas com a Lei de Responsabilidade Fiscal, de aumento dos servidores públicos, seria a revisão das contratações terceirizadas e até corte de pessoal em setores não prioritários.”
LOC.: O contingenciamento — que é a redução de gastos públicos — é visto como um dos caminhos para atingir a meta desejada. E esses cortes, segundo o especialista, podem ser feitos em áreas consideradas não essenciais, como viagens, eventos, consultorias. Além disso, cortes em investimentos, principalmente em infraestrutura e projetos de longo prazo.
Reportagem, Lívia Braz