Mpox

28/09/2024 04:20h

Ministério da Saúde emite nota técnica com orientações para diagnosticar Cepa 1b ainda sem registros de circulação no país

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Uma nova variante da Mpox — cepa 1b — que ainda não foi diagnosticada em pacientes com a doença no Brasil, acendeu o alerta mundial e fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarasse a situação de emergência internacional. Esta semana, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica orientando os laboratórios de referência do país sobre o diagnóstico dessa nova variante. 

Como forma de prevenção e para coordenar ações de resposta à doença, um Centro de Operações de Emergência em Saúde foi instalado e estabeleceu novos critérios para tentar detectar precocemente o aparecimento da nova cepa no país.

Novos procedimentos

A nota técnica prevê que para todo caso confirmado de Mpox deverá ser verificado se o paciente: 

  • Viajou para uma área com evidências de transmissão sustentada de humano para humano de Mpox cepa 1 ou onde a cepa 1 é endêmica;
  • Teve contato com caso confirmado, provável ou suspeito de Mpox cepa 1;
  • Teve contato com um animal selvagem ou um animal de estimação exótico, vivo ou morto, proveniente da África Central ou consumiu algum produto derivado desses animais (por exemplo, carne de caça, cremes e loções).

Se alguma dessas respostas for positiva, amostras serão enviadas para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que é a unidade de referência que será responsável por concentrar todos os dados nacionais e aprimorar o algoritmo atual na identificação da cepa 1b.

Casos no país 

Em 2024 foram diagnosticados, até o dia 24 de setembro, 1.190 casos prováveis da doença, todos da cepa 2. O que deixa o país em estado de alerta, já que nos nove primeiros meses deste ano foi superada a marca de todo o ano passado, quando foram 853 registros de Mpox no Brasil. 
 

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25/09/2024 15:00h

Com 30 mil casos da doença na África e mais de 800 mortos, Ministério da Saúde explica que perfil epidemiológico no Brasil é bem diferente do continente africano

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O Brasil vive hoje um ”estado de alerta” para a Mpox. São mais de 1.100 casos notificados desde janeiro até setembro, número maior do que os 853 registrados em todo o ano passado. Mas bem menor do que em 2022, quando a doença chegou ao Brasil e contaminou cerca de 10 mil pessoas, causando 16 mortes. 

A Mpox é caracterizada por erupções de pele — como bolhas ou feridas que se curam sozinhas em cerca de quatro semanas. Além disso, o paciente contaminado pode ter febre, dor de cabeça, dores musculares e gânglios inchados. A transmissão se dá entre pessoas infectadas, por meio da secreção que sai dessas bolhas, mas também por meio de objetos, como explica o Diretor do Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Draurio Barreira.

“Às vezes você tem uma pequena bolha que se transmite também pelos objetos. Se uma pessoa com Mpox se enxugar numa toalha e outra se enxugar depois, ela pode pegar a doença, mesmo sem ter tido contato com a pessoa infectada”, explica o médico.

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Situação na África

O relatório mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que, só este ano, mais de 800 pessoas morreram na África vítimas da Mpox, sendo que o número de casos suspeitos chegou a 30 mil. A maior parte desses casos foi registrada na República Democrática do Congo, afirma a OMS.

Apesar dos números alarmantes, Dr Draurio explica que a situação que vivemos hoje no país é bastante diferente da que a África enfrenta. 

Todas as mortes registradas no Brasil até hoje — foram 16 no total – eram de pessoas imunocomprometidas. Quase que a totalidade vivendo com HIV/Aids e apenas um caso de um idoso com câncer, que contraiu a doença e morreu em decorrência dela. 

Na África, explica Dr Draurio, o perfil é totalmente diferente. 

“O perfil é muito mais feminino, mais criança, muito mais miséria. São as pessoas mais vulneráveis de toda a pirâmide social, geralmente pessoas com fome e em situação de vulnerabilidade somadas.”

O médico do Ministério explica que o principal medicamento usado hoje — Tecovirimat — tem papel pequeno na cura da doença.

“O que determina a cura é o cuidado. É o fato de você ser atendido numa unidade de saúde, ter acesso à saúde e ter uma equipe de saúde que te dê o suporte básico, de questões que não estão diretamente ligadas à doença, mas de todas as questões sociais.” 

O controle da doença é pautado na observação e no isolamento. Ao notar uma ferida suspeita, a orientação do Ministério da Saúde é procurar atendimento médico numa unidade de saúde. Para não contaminar outras pessoas, o doente deve se manter isolado no período mais ativo das feridas e não compartilhar objetos que possam estar infectados. 

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