A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a Mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) pela segunda vez. A decisão anunciada visa intensificar a resposta global à doença, acelerar pesquisas e fortalecer a cooperação internacional para conter o avanço da nova variante Clado 1b.
Entenda os motivos por trás dessa classificação e o impacto da medida:
A decisão da OMS de classificar a Mpox como emergência global foi motivada pela rápida propagação da nova variante, a Cepa 1b, identificada principalmente na República Democrática do Congo (RDC). O continente africano registrou mais de 14 mil casos e 450 mortes apenas em 2024. A Cepa 1b é mais transmissível e afeta novos grupos, o que elevou a preocupação internacional. No Brasil a situação é estável, com 709 casos confirmados ou prováveis até em 2024 e 16 óbitos registrados desde o início do surto, em 2022. Não há, até o momento, registros da nova variante Clado 1b no país. O médico infectologista César Omar explica sobre a nova variante e seus sintomas.
“Essa nova variante, a Clado 1B, tem mostrado algumas características que nós observamos com frequência. Além de acometer, dar esses quadros gerais com febre de linfonodos e pele, ela têm acometido mais órgãos internos, como fígado e outros órgãos importantes. Essa doença desse ano, ela tem apresentado muito maior mortalidade e, pelo que os cientistas comentam, ela tem se adaptado ao ser humano, pelo qual o contágio tem acontecido com mais facilidade do que se observava nas variantes anteriores a 2024.”
A declaração de emergência global visa assegurar que os países coordenem esforços para controlar a doença. A OMS busca facilitar o compartilhamento de informações e recursos para combater a Mpox, especialmente nas áreas mais afetadas. No Brasil, o Ministério da Saúde criou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para monitorar e gerenciar a situação. César Omar alerta sobre o risco da doença se espalhar.
“Existe o risco, sim, da Mpox se espalhar de forma mais ampla para outros grupos populacionais e para outros territórios. Ela inicialmente está sendo descrita com muito mais frequência na África, na República Democrática do Congo, mas já vários países próximos que fazem fronteira já estão relatando cada vez um maior número de casos. E esse risco se explica não só pela mobilidade e facilidade que as pessoas têm para se deslocar atualmente, mas também porque a transmissibilidade, a facilidade como a doença se transmite tem aumentado.”
Medidas de Prevenção e Tratamento:
Apesar da declaração, não há tratamento específico para a Mpox e a vacinação tem disponibilidade limitada. As principais medidas de prevenção incluem evitar contato com pessoas infectadas e manter uma higiene rigorosa. A vacinação foi autorizada temporariamente e a OMS está trabalhando para aumentar o acesso global às vacinas.
O infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, fala sobre as medidas preventivas e cuidados.
“Com relação às medidas preventivas para monkeypox, nós temos que considerar a questão do contato físico para aqueles pacientes que apresentam lesões como vesículas ou como pústulas ou como, enfim, infecções, lesões de pele, sejam elas na região genital ou no corpo mesmo, mãos, braços, enfim. Então, nesse caso eu preciso ter o contato a distanciamento. O uso de máscara também é importante, porque transmite por gotículas, então precisa a gente ter cautela com relação a isso, usar máscara, álcool gel.”
A declaração da OMS como emergência global sublinha a gravidade da situação e a necessidade de uma resposta internacional coordenada. Autoridades e especialistas continuam trabalhando para conter a Mpox e proteger a saúde pública.
Uma lista longa — com cerca de 30 microorganismos — capazes de causar doenças que se propagam rapidamente pelo mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou a lista de doenças que podem provocar surtos e repetir o que a Covid-19 fez com a humanidade há pouco mais de quatro anos.
O relatório da OMS elenca os principais patógenos com potencial de desenvolverem epidemias, tais como dengue, pneumonias e síndromes respiratórias. A pesquisa estudou mais de 1600 vírus e bactérias estudados por 200 cientistas de 50 diferentes países com o objetivo de alertar a comunidade médica e científica de todo o mundo.
O sanitarista Jonas Brant explica que tratam-se de doenças que têm um potencial de transmissão importante e que são facilitadas pela forma de vida que levamos hoje.
“Hoje em dia o mundo é globalizado. Por isso, são listadas doenças que muitas pessoas nem conhecem, uma vez que são doenças endêmicas em algumas regiões do mundo, Mas que, pelo fato de vivermos num mundo globalizado, essas doenças podem ‘escapar’ daquela região e ganhar uma projeção muito grande”, explica o especialista.
Velhos conhecidos dos brasileiros como dengue, chikungunya, cólera, pneumonia, febre amarela, salmonelose não-tifoide, doença mão-pé-boca, gripes e outras febres hemorrágicas passaram a fazer parte da lista, que agora tem o dobro de doenças da anterior.
Ainda assim, a OMS destaca que “essa não é uma lista exaustiva nem indica as causas mais prováveis da próxima epidemia.” Segundo a entidade, “A OMS revisa e atualiza essa lista à medida em que há necessidade e à medida em que as metodologias mudam”, destacando que essas são doenças tratadas como prioritárias.
O principal objetivo da lista é conseguir sensibilizar toda a comunidade internacional de que nós precisamos de investimentos de preparação para essas doenças. O sanitarista explica.
“Garantir que a nossa vigilância esteja organizada para isso, que os nossos laboratórios estejam preparados para isso, que nós tenhamos ferramentas de controle caso essas doenças apareçam. E também que possamos investir em pesquisa para poder nos preparar para essas doenças como vacina, tratamento, estratégias de controle”, alerta Brant.
Em nota, o Ministério da Saúde esclarece que intensifica esforços para lidar com os patógenos listados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), focando em três frentes principais: preparação robusta, vigilância eficaz e resposta oportuna às emergências em saúde pública (ESP). A pasta colabora ativamente com organizações internacionais. Essa colaboração inclui o compartilhamento de informações críticas, participação em iniciativas globais de preparação e resposta a pandemias e a adoção de melhores práticas recomendadas internacionalmente.
O sanitarista aponta como exemplo a doença conhecida como Monkeypox — uma doença infecciosa causada por mpox vírus que afeta seres humanos e outros animais. Tem como principais sintomas febre e erupções na pele, mas também calafrios inchaço em pequenas glândulas, especialmente em regiões perto do pescoço.
A doença ganhou destaque no Brasil depois que, em 2022, mais de 33 mil casos foram registrados. Endêmica da África, a monkeypox, acabou ganhando escala global. “Hoje temos ocorrências em vários lugares do mundo que foram introduzidas a partir de um surto que ocorreu na Europa em 2022.”
Outra doenças listadas como prioritárias pela OMS
Febre Lassa
A febre de Lassa é uma infecção por arenavírus frequentemente fatal e que ocorre principalmente na África Ocidental. Pode envolver sistemas de múltiplos órgãos. O diagnóstico é realizado com testes de sorologia e PCR. O tratamento é feito com ribavirina intravenosa.
Febre hemorrágica argentina
Febres hemorrágicas virais (VHFs) são um grupo de doenças infecciosas com sintomas semelhantes em humanos; os vírus causadores afetam o sistema vascular e podem produzir uma doença multissistêmica grave em alguns pacientes.
Cólera
A cólera é uma doença bacteriana infecciosa intestinal aguda, transmitida por contaminação fecal-oral direta ou pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Frequentemente, a infecção é assintomática ou causa diarreia leve.
Shigelose
Shigelose é uma doença infecciosa causada por um grupo de bactérias chamadas Shigella. Caracteriza-se por dor abdominal e cólica, diarreia com sangue, pus ou muco; febre, vômitos e tenesmo, em geral, iniciam-se, um ou dois dias após a exposição às bactérias.
Salmonela
É uma bactéria que causa intoxicação alimentar e em casos raros, pode provocar graves infecções e até mesmo a morte. A transmissão se dá com a ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais. A bactéria é encontrada normalmente em galinhas, porcos, répteis, anfíbios, vacas e até mesmo em animais domésticos, como cachorros e gatos. Dessa forma, qualquer alimento que venha desses animais ou que tenha entrado em contato com suas fezes podem ser considerados vias de transmissão da Salmonella (Salmonellose).
Pneumonia
Pneumonia é uma infecção que se instala nos pulmões, órgãos duplos localizados um de cada lado da caixa torácica. Pode acometer a região dos alvéolos pulmonares, onde desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro).
Síndrome respiratória Aguda Grave
Dentre as doenças que causam essa síndrome, estão as infecções dos pulmões (pneumonias), que podem ser causadas por vários microorganismos, como bactérias, vírus e até fungos. Entre estes microorganismos, está o novo coronavírus.
Zika
Transmitido pela picada de mosquito infectado, o Zika é uma doença febril autolimitada, semelhante às infecções pelo vírus Chikungunya e dengue. Mas quando acontece no período da gestação, pode causar complicações neurológicas, como microcefalia congênita em fetos e recém-nascidos. De acordo com o Ministério da Saúde, todos os sexos e faixas etárias são igualmente suscetíveis ao vírus, porém, mulheres grávidas e pessoas acima de 60 anos apresentam maiores riscos de desenvolver complicações da doença. Os riscos podem aumentar quando a pessoa tem alguma comorbidade.
Covid-19
Trata-se de uma infecção respiratória — que pode se tornar aguda — causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, de elevada transmissibilidade. A infecção acontece por meio da exposição a fluídos respiratórios de três maneiras: inalação de gotículas muito finas ou partículas de aerossol; deposição de gotículas respiratórias e partículas nas membranas mucosas expostas na boca, no nariz ou nos olhos, seja por respingos diretos e sprays; e tocar diretamente membranas mucosas com as mãos sujas por fluídos respiratórios contendo o vírus.
A má alimentação e a falta de atividade física são os principais riscos para a saúde da população global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade alerta que as mudanças no estilo de vida das pessoas alteraram o padrão de consumo alimentar. Além disso, o aumento na produção de alimentos processados contribui para que as pessoas passem a consumir mais gordura, açúcar e sal. De acordo com a OMS, uma alimentação saudável pode ajudar a evitar problemas como diabetes, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC) e até mesmo câncer.
A estudante de psicologia Jéssica Soares, de 31 anos, sentiu na pele a importância de comer bem. A moradora de Brasília conta que, devido à rotina de trabalho e estudos, se descuidou da alimentação e passou a consumir alimentos rápidos na rua — os famosos fast food — até ser diagnosticada com gastrite em 2020, após sentir fortes dores estomacais. O médico, então, recomendou uma mudança nos hábitos alimentares.
“Depois disso, eu cortei vários tipos de alimentos da minha vida como café, comidas gordurosas, refrigerantes, frituras, bebidas alcoólicas, hambúrguer e vários outros. Depois dessas mudanças de hábito, a minha vida melhorou muito. Fiz novamente os exames e não tenho mais gastrite. A minha qualidade de vida melhorou muito depois disso, tanto na questão do tratamento da gastrite que eu não tenho mais, quanto em questões psicológicas que eu tinha também, como ansiedade”, afirma a estudante.
A nutricionista especialista em nutrição funcional Ana Máximo afirma que uma alimentação saudável é aquela em que o consumidor “descasca mais do que desembrulha” — uma referência à necessidade de se consumir, por exemplo, frutas no lugar de produtos industrializados. Ela recomenda ir mais à feira que ao supermercado; e, na hora do almoço ou jantar, compor o prato com 50% de vegetais, 25% de carboidratos, como o popular arroz e feijão, e 25% de proteínas, como carne vermelha e frango sem gordura.
“Quer ter uma alimentação mais natural? Vai mais à feira, coma mais frutas e legumes. Evite produtos industrializados o máximo possível, produtos que tenham sido manipulados. Então, se está ali um biscoito, ele foi manipulado no supermercado. Quanto mais manipulado, menos saudável é. Então, tente fazer suas refeições em casa. Tente fazer seus alimentos em casa. Isso vai fazer com que você melhore muito a qualidade alimentar”, sugere a especialista.
Fonte: Ministério da Saúde
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em 2023 mostra que cerca de 57 mil pessoas morrem por ano de forma prematura por consumirem alimentos ultraprocessados — como refrigerantes, salgadinhos e produtos congelados prontos para o consumo. O número corresponde a 10,5% de todas as mortes precoces de adultos entre 30 e 69 anos no Brasil, segundo a pesquisa.
Esses produtos apresentam deficiências nutricionais que deixam o corpo humano mais vulnerável a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Uma delas é o câncer, responsável por 9,7 milhões de mortes em 2022, conforme dados da OMS divulgados em 2024. Ainda segundo a entidade, também em 2022, 43% dos adultos estavam acima do peso.
Ana Máximo explica que todos os nutrientes que o corpo humano precisa estão nos alimentos. Isso significa que uma alimentação sem os nutrientes necessários pode causar doenças com potencial de levar à morte. Assim, trocar aquele biscoito recheado por uma banana pode parecer um gesto simples, mas é um passo importante para evitar problemas — e ter uma vida mais saudável.
“Uma anemia pode levar a uma leucemia, você pode ter problemas neurais graves, um diabetes que a gente sabe que pode desenvolver, através dessa alimentação — e pode ir para uma diabetes tipo 2, na qual você fica dependente de insulina e aí corre o risco de ter amputação. Tem a questão da hipertensão também. Então, se você faz um alto consumo de sódio, você não faz aquele equilíbrio adequado na sua alimentação, você pode ter um problema de infarto, você pode ter uma leucemia, você pode ter uma demência”, alerta.
O Dia Nacional da Saúde e da Nutrição é celebrado em 31 de março. Neste ano, a data coincide com a Páscoa, feriado cristão que marca a ressurreição de Jesus Cristo. Ao longo dos anos, a troca de ovos de chocolate passou a fazer parte da celebração. Assim, muitas pessoas têm dúvida se podem ou não aderir à prática e consumir chocolate na data. A nutricionista Ana Máximo responde.
“Coma o seu bacalhau, coma o seu chocolate. Isso não vai fazer com que você fique doente, desde que você faça o consumo com moderação. Evite fazer o consumo o dia todo de chocolate. Mas tire aquele momento ali para comer com a família, para comemorar com a família. Beba bastante água para fazer a eliminação dos minerais que ali contém e não serão absorvidos pelo seu corpo, para diluir o açúcar consumido. No outro dia, aja normalmente, volte para sua alimentação normal”, pontua a especialista.
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País registrou 2,9 milhões de casos. OMS alerta para risco elevado a nível mundial
O Brasil é o país com o maior número de casos de dengue no mundo em 2023. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país registrou 2,9 milhões de casos entre janeiro e dezembro. Os dados, divulgados na última sexta-feira (22), mostram um aumento recorde no número de casos na América do Sul. Nas últimas quatro décadas, os registros passaram de 1,5 milhão entre 1980 e 1989 para 17,5 milhões entre 2010 e 2019. A OMS avalia o cenário como de risco elevado a nível mundial, devido ao crescente risco de transmissão e ao aumento de casos e mortes.
“Desde o início de 2023, a transmissão contínua, combinada com um aumento inesperado nos casos de dengue, resultou num máximo histórico de mais de cinco milhões de casos e em mais cinco mil mortes relacionadas com a dengue notificadas em mais de 80 países/territórios e cinco regiões da OMS.” O levantamento aponta ainda relatos, desde 2010, de casos autóctones — originário da própria região — em diversos países. Croácia, França, Israel, Itália, Portugal e Espanha são alguns deles.
Dentre os principais fatores que contribuem com os números alarmantes, estão o aumento das temperaturas causado por fenômenos climáticos e a fragilidade dos sistemas de saúde após a pandemia de Covid-19. A infectologista Joana D’Arc ressalta a importância de monitorar a prevenção à doença durante todo o ano para evitar a proliferação do mosquito transmissor — aedes aegypti — que também é responsável pela transmissão de outras doenças como a Zika e a Chikungunya.
“É um trabalho ininterrupto, porque se eu faço toda a coleta adequada dos resíduos, a fiscalização na época de seca, se fiscalizar os terrenos onde tem a possibilidade de proliferação do vetor, se as medidas de vigilância funcionam na seca, na chuva, a gente não vai ter dengue, então esse monitoramento é permanente”, pontua.
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Febre alta; dor de barriga; vômitos frequentes; agitação; sonolência; manchas vermelhas; sangramentos; e pressão baixa são alguns dos possíveis sintomas da doença. Casos em que o Ministério da Saúde recomenda procurar um médico. A pedagoga Luana Muller, de 25 anos, teve dengue em maio de 2023.
“Eu fiquei, basicamente, uns cinco dias tendo febre, dor no corpo e dor nos olhos. Tinha muita dor de cabeça, não conseguia ficar acordada, dormia o tempo inteiro. Fui ao hospital, fui diagnosticada”, conta.
Como forma de prevenção, as autoridades de saúde ressaltam a necessidade de eliminar locais de acúmulo de água parada para impedir a reprodução do vetor da doença. Além disso, é aconselhável utilizar repelentes e instalar telas em portas e janelas para proteger-se das picadas do mosquito.
Na última quinta-feira (21), o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a pasta, o Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público. A fabricante da vacina estima entregar mais de 5 milhões de doses entre fevereiro e novembro de 2024. O esquema vacinal de duas doses deve ser inicialmente aplicado em regiões com maior incidência de casos. Segundo o Ministério, as definições das estratégias de aplicação devem ser definidas nas primeiras semanas do ano.
O aspartame ainda gera dúvidas sobre o consumo. Muitas pessoas ficam preocupadas em utilizar por não saber se é perigoso para a saúde. A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, diz que tudo que é consumido em exagero gera riscos. “As pessoas acham que porque um produto é light ou diet pode ser consumido de forma exagerada, mas você tem risco em tudo o que se consome em exagero”, avalia.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou resultados de um estudo da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês) e pelo Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização para Agricultura e Alimentação (JECFA, na sigla em inglês) que classificaram o adoçante como possivelmente cancerígeno para humanos, mas consideraram aceitável o limite atual de ingestão diária de 40 mg/kg de acordo com o peso corporal.
Para a especialista, é mais um sinal de alerta para o uso em excesso do produto. “Não existe uma recomendação formal do uso dos adoçantes, você pode, sim, orientar os pacientes, principalmente diabéticos, a utilizar o adoçante como uma estratégia para reduzir o consumo do açúcar, mas sempre com parcimônia, com equilíbrio. Às vezes, a gente vê as pessoas espremendo os adoçantes em gotas, caindo várias gotas quando você deveria colocar 3 ou 4 gotinhas. Não adianta consumir o adoçante se eu uso de forma exagerada”, ressalta.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou nota recomendando que a população evite o consumo do adoçante, após ser incluído pela OMS em uma lista de substâncias “possivelmente cancerígenas”. O Inca analisou o histórico das evidências científicas relativas ao uso de aspartame e concluiu que a população deve deixar de lado o produto e optar por uma alimentação saudável, ou seja, baseada em alimentos in natura e limitada em ultraprocessados.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que, até o momento, não há alteração do perfil de segurança para o consumo do aspartame, mas informa que seguirá acompanhando atentamente os avanços da ciência a respeito do tema. A agência reguladora ressalta que já estão em discussão alternativas para melhorar as regras para a declaração dos edulcorantes (substâncias que proporcionam gosto doce) e de outros aditivos alimentares na lista de ingredientes. Além dos chamados requisitos de legibilidade, que irão permitir que o consumidor identifique com mais facilidade a presença dessas substâncias nos alimentos.
A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, explica que o aspartame é um adoçante artificial geralmente recomendado para pessoas que têm dificuldade de metabolizar o açúcar, como os diabéticos. “O adoçante é utilizado como uma estratégia para reduzir o consumo do açúcar”, indica.
Segundo a Anvisa, o aspartame consegue adoçar 200 vezes mais do que o açúcar tradicional, e é encontrado principalmente na indústria de bebidas e alimentos declarados de baixa caloria. Na prática, é um aditivo alimentar com as funções de edulcorante e de realçador de sabor.
O Transtorno do Espectro Autismo (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva.
Paulo Lobão, neuropediatra, explica que os sinais para a identificação do autismo são diversos, mas entre eles estão:
O neuropediatra explica que de acordo com o que a pessoa necessita, o TEA é classificado em 3 níveis de suporte, 1,2 e 3. “Não existe autismo leve, moderado ou grave, mas de certa forma associa-se 1 ao leve, 2 ao moderado e 3 ao grave. Mas a gente classifica esse nível de suporte tanto para a comunicação e interação social, quanto para os comportamentos de interesse restritos e repetitivos”, completa.
O especialista esclarece que essas duas áreas são classificadas com os níveis de 1 a 3, mas que não necessariamente a pessoa que é nível 2 em uma delas também tem o mesmo nível na outra. Os níveis podem ser diferentes em cada uma das categorias.
O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, 2 de abril, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007. A data foi instituída no Brasil pela Lei 13.652/2018. A ideia é promover conhecimento sobre o espectro autista, bem como sobre as necessidades e os direitos das pessoas autistas.
Thiago Araújo, de 31 anos, é músico, morador de São Paulo e pai do Benjamin, de 7 anos. Ele conta que ele e a esposa começaram a desconfiar do autismo do filho desde bebê. Enquanto era amamentado, Benjamin não correspondia ao contato visual.
“Depois outros sinais começaram a aparecer, por exemplo, andar na pontinha do pé, girar no mesmo lugar, ele balançava também as mãozinhas e depois na escola com 1 ano e meio, nós começamos perceber também o não entrosamento com as outras crianças e também o fato de não desenvolver a fala”, conta Thiago.
Após perceberem os sinais, optaram por procurar ajuda profissional. “Hoje o Benjamin faz todo o acompanhamento, todas as terapias, todas as especialidades no Instituto Jô Clemente (IJC), que fica em São Paulo. Então, de segunda a sexta das 8 horas ao meio dia, ele faz todo o acompanhamento em clínica, onde tem todas as especialidades que ele precisa”.
Marina Rodrigues Alves, supervisora de Neurodesenvolvimento Infantil do IJC, informa que o tratamento mais indicado para o Transtorno do Espectro Autista é o acompanhamento interdisciplinar. A criança tem que ter um acompanhamento médico e da equipe multidisciplinar, com psicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional.
Segundo a supervisora, a intervenção mais indicada é a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que é uma intervenção intensificada desses profissionais para que eles possam estimular e promover autonomia e funcionalidade nas atividades básicas diárias.
Ainda não se sabe ao certo o que causa o TEA, mas pesquisas sugerem que é uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Algumas apontam que mutações genéticas podem aumentar o risco de desenvolver o transtorno, enquanto outros estudos indicam que fatores ambientais, como a exposição a certos produtos químicos ou infecções durante a gravidez, também podem contribuir.
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Esta sexta-feira, 24 de março, marca o Dia Mundial de Combate à Tuberculose
O dia 24 de março é considerado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose (TB). A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1982, em homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, o Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch.
Segundo a OMS, a tuberculose é uma das doenças infecciosas mais mortais do mundo. Em 2020, foram registrados cerca de 10 milhões de casos da doença em todo o mundo, com cerca 1,4 milhão de mortes. Todos os dias no mundo, mais de 4 mil pessoas morrem de tuberculose e cerca de 30 mil adoecem.
João Alho, médico reumatologista, explica que assim como o Covid-19, a TB é transmissível pelo ar, mas com algumas diferenças importantes.
“A tuberculose é uma doença que se passa pelo ar com uma coisa que a gente chama de aerossol mas, ao contrário da Covid, que você pode em um simples contato pegar, isso não acontece com a tuberculose. Em geral, são contatos prolongados em lugares fechados com pessoas da nossa casa, do nosso trabalho”, completa.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 82% do total de casos de tuberculose no mundo. Embora seja uma doença passível de ser prevenida, tratada e mesmo curada, ainda mata cerca de 4,7 mil pessoas todos os anos no Brasil.
Cada paciente com tuberculose pulmonar que não se trata pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas por ano. Paulo Victor Viana, pesquisador do Centro de Referência Professor Hélio Fraga da ENSP/Fiocruz, destaca que existem alguns grupos populacionais que são mais vulneráveis ao adoecimento da tuberculose.
“Entre eles, a gente pode destacar os indígenas, as pessoas privadas de liberdade, pessoas que vivem com HIV/AIDS e também aquelas pessoas que estão em situação de rua”, pontua.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para a doença, que é feito de acordo com a indicação médica, com o esquema recomendado pelo Ministério da Saúde com 4 medicamentos (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol), por um período de seis meses.
Caso seja feito de forma correta e sem abandonos durante o processo, a Fiocruz alega que o tratamento é 100% eficaz e dura cerca de seis meses a um ano. O instituto também alerta que caso o paciente não siga o tratamento à risca, a doença pode se tornar resistente aos remédios e se espalhar para outros órgãos e sistemas do corpo.
Igor Aser, clínico geral, orienta que a melhor forma de prevenir e controlar a tuberculose é através da identificação precoce dos casos suspeitos e tratamento adequado dos casos confirmados.
“A oferta da vacina BCG que se encontra disponível no SUS também é uma medida importante para prevenir a forma mais grave da doença em populações mais vulneráveis, como por exemplo, as crianças”, explica.
A vacina BCG é oferecida de graça no SUS e deve ser aplicada em crianças logo ao nascer ou, no máximo, antes dos cinco anos de idade. Outros cuidados como evitar o contato por tempo prolongado com pacientes diagnosticados com TB em ambientes lotados, fechados e com pouca ventilação, também devem ser adotados.
Os tipos da doença são catalogados de acordo com o local onde a bactéria se instala. Os principais são:
Uma empresa especializada em soluções de saúde digital, a Docway, realizou estudo que evidencia um crescimento de 22,1% nos atendimentos totais de telemedicina e de 1.290% nas consultas de psiquiatria e psicologia em 2022 - um salto de 2.852 atendimentos para 35.898 no ano passado, em comparação com o ano anterior. Também foi percebido uma elevação de 36,5% nos diagnósticos de pacientes com transtornos de ansiedade.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial sofre com transtornos mentais, o que corresponderia, aproximadamente, a 720 milhões de pessoas. O Brasil é o país que lidera o ranking de ansiedade e depressão na América Latina, com quase 19 milhões de pessoas com essas condições.
Na avaliação da doutora em psicologia e neuropsicóloga, Roselene Espírito Santo Wagner, entre os motivos que faz do Brasil um dos países com maior incidência de transtornos de ansiedade em sua população estão as condições sociais no país, como instabilidade financeira, baixa escolaridade e problemas de infraestrutura, como má qualidade dos serviços públicos.
“Os fatores ansiogênicos vêm da instabilidade financeira, baixa escolaridade, que não permite a ascensão profissional; falta de transporte público, que facilite a locomoção dentro da cidade; os engarrafamentos e horas perdidas no trânsito no ir e vir; a violência, a alta criminalidade, a falta de acesso à saúde de qualidade, principalmente à saúde mental, são estímulos estressores”, explica a neuropsicóloga.
O psiquiatra do Hospital Anchieta de Brasília, Pedro Leopoldo, também aponta a pandemia como um dos fatores essenciais para o aumento de diagnósticos de transtornos ansiosos nos últimos anos. “Pessoas que, de fato, ficaram com sequelas físicas da Covid, pessoas que faleceram e aí temos o luto, temos as pessoas que estão sofrendo de sequelas físicas, temos a ameaça [ficar doente] e temos ainda o imaginário, tem pessoas que tem um excesso de preocupação”, aponta o especialista.
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Pedro Leopoldo explica que a ansiedade é comum na natureza humana. Segundo o psiquiatra, a ansiedade é uma resposta emocional e fisiológica normal, pois nos prepara para o estresse, por exemplo, para a defesa e para tomar decisões. “Onde isso começa a nos adoecer? A ansiedade começa a aparecer em situações que não precisava e não deveria, por exemplo numa reunião, no momento em que eu tenho que entregar um produto”, explica o médico.
De acordo com Leopoldo, os sintomas da ansiedade incluem preocupação excessiva, medo, tensão muscular, inquietação, insônia, taquicardia, sudorese e falta de ar. Quando a ansiedade se torna uma condição crônica, pode impactar na vida pessoal e profissional da pessoa, prejudicando sua capacidade de tomar decisões e de realizar atividades do dia a dia.
Segundo Roselene Espírito Santo Wagner, a ansiedade, quando não tratada, pode ser gatilho para o desenvolvimento de outros transtornos, podendo desencadear doenças psicossomáticas, que afetam não somente a saúde mental, mas também a saúde física. “Por exemplo, gastrite, úlceras, colites, taquicardia e hipertensão. Além do que, crises de ansiedade podem gerar ataque de pânico e se transformar em síndrome do pânico”, pontua a neuropsicóloga.
De acordo com o Ministério da Saúde, existem três tipos de tratamento para os transtornos de ansiedade: medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica); psicoterapia com psicólogo ou psiquiatra; e a combinação dos dois tratamentos. Todos são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A pasta ressalta que é importante procurar ajuda médica especializada para tratar a ansiedade. “O diagnóstico precoce e preciso, um tratamento eficaz e o acompanhamento por um prazo longo são imprescindíveis para obter-se melhores resultados e menores prejuízos”, destaca.
Diretor da Associação Paulista de Neurologia (APAN) explica mais sobre a doença
Caracterizada por especialistas como um disparo de forma sincronizada e excessiva de um conjunto de neurônios, a epilepsia acomete 2% da população brasileira, Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS). No país, o Ministério da Saúde estima que pelo menos 25% dos pacientes com a condição são portadores em estágio grave e vivem com as consequências físicas ou mentais.
O diretor da Associação Paulista de Neurologia (APAN), Marcel Simis, explica que a manifestação clínica dos disparos anormais dos neurônios do cérebro pode ser diferente, dependendo da região do foco epilético. “Se o foco epilético tiver uma origem numa região sensitiva, o paciente pode sentir algo anormal. Se for uma região motora, podem ter movimentos motores anormais - o movimento das mãos e das pernas. Quando a crise começa de uma forma focal e vai para o cérebro como um todo e generaliza, são as chamadas crises generalizadas. Quando se tem a crise generalizada ocorre a convulsão.”
A epilepsia pode ocorrer em diferentes estágios da vida e pode ser causada por fatores genéticos e lesões. O neurologista ilustra: “[A doença] Pode ter início na infância, logo no nascimento. Então pode, por exemplo, [o bebê] ter tido uma lesão no momento do parto ou mesmo no período intrauterino, e essa cicatriz no cérebro gerar um foco epilético. As causas genéticas são manifestadas mais na infância e na criança. Então, manifesta um quadro de epilepsia. A epilepsia pode se iniciar também nos idosos. Normalmente, acontece por causa de lesões encefálicas. Uma causa comum é o Acidente Vascular Cerebral (AVC) no idoso.”
De acordo com Marcel Simis, a condição determina a necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, pois se o paciente tiver crises com muita recorrência pode causar danos cerebrais pela própria epilepsia. O neurologista aponta que 1/3 dos pacientes respondem bem ao primeiro tratamento medicamentoso e costumam até controlar as crises tomando um único anticonvulsivante. Outro 1/3 acaba tendo o controle da crise com um segundo anticonvulsivante.
“Infelizmente, cerca de 1/3 dos pacientes acabam não tendo o controle da das crises mesmo tomando adequadamente os remédios. Para essa parcela que não teve o controle medicamentoso existe a possibilidade de cirurgias. Retirar aquele pedaço do cérebro que tem uma região com atividade epiléptica, sendo por vezes até curativo do paciente”, explica.
No Brasil, o SUS oferece tratamento integral e gratuito para os casos de epilepsia. A rede pública de saúde oferece desde diagnóstico até o acompanhamento e tratamento.
Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento deve ser iniciado nas Unidades Básicas de Saúde. "Havendo necessidade, o médico pode encaminhar para um atendimento especializado de média e alta complexidade. O tratamento das epilepsias é feito com medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas. Casos com crises frequentes e incontroláveis são candidatos à intervenção cirúrgica", diz comunicado da pasta.
O neurologista Marcel Simis ressalta ainda que, com o uso correto da medicação, o paciente pode levar normalmente a vida. “O que orientamos é não esquecer de tomar o remédio. Evitar ficar muito tempo sem dormir, porque a privação de sono aumenta o risco de ter crise convulsiva, evitar ambientes de estresse. Grande parte dos pacientes passa a ter uma vida praticamente normal, inclusive se a crise está bem tratada, bem controlada, pode inclusive dirigir.”
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), em conjunto com a revista científica The Lancet Regional Health Americas, lançou na última semana a edição especial do encarte “Mpox multinacional nas Américas: Lições do Brasil e do México”, com artigos sobre a monkeypox. Durante o evento de lançamento, Mayara Secco, infectologista do INI/Fiocruz, revelou os números atualizados da doença no Brasil. Atualmente são10.711 casos confirmados e 15 óbitos, conforme dados atualizados até 24 de janeiro. Mayara explicou que apenas no ano de 2022 foi identificado um surto da doença fora das áreas endêmicas, que até então eram restritas ao continente africano.
Joana Darc, infectologista, afirma que a mpox ainda é considerada um problema de saúde pública pelo fato de que ainda é negligenciada e não possui medicamentos específicos para o combate. "Por anos ela esteve restrita a países africanos, pobres e sem o devido investimento." A médica explica que o fato de a doença poder ser sexualmente transmitida "faz com que as pessoas se sintam mais constrangidas e com receio de procurar os serviços de saúde por causa do estigma, do preconceito associado", pontua.
"Esse fato pode levar a um agravamento da doença, porque as pessoas deixam de procurar os serviços de saúde por vergonha e aí a doença pode crescer de forma silenciosa e se intensificar em determinadas populações e a gente vai ter alguns problemas de saúde que não foram resolvidos. E a gente já tem essa experiência de que para uma doença se tornar um problema de saúde depende da forma como a gente enfrenta a doença, das formas de prevenção, de tratamento e cuidado com os doentes”, complementa a especialista.
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Larissa Tiberto, infectologista, destaca algumas das políticas de enfrentamento à doença que precisam ser tomadas para que os casos não piorem e o número de óbitos não suba.
“Primeiro, é informação à população. Parar de estigmatizar a doença como se ela fosse pega em um único grupo de gays e bissexuais por relação sexual. Essa doença pode ser pega por via respiratória, por via de contato, pele a pele. E isso você pode encostar em alguma pessoa na rua, independentemente do seu gênero e da sua condição sexual. A outra coisa que nós precisamos fazer é começar ensaios de vacinas aqui no Brasil, começar ensaios e estudos para uma medicação, pra um antiviral específico contra essa doença”, completa.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), após consultas com especialistas globais, a Organização Mundial da Saúde (OMS) começará a usar um novo termo para se referir a monkeypox: “mpox”. O período para esta transição será de um ano e, após esse tempo, o nome monkeypox será abolido.