Amazônia

15/06/2024 16:00h

Ela será veiculada em todos os estados da Região Norte e busca difundir informações sobre o programa na Amazônia para promover geração de empregos com baixa emissão de carbono e redução da desigualdade

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Com foco em atrair pequenos e médios produtores para as Rotas de Integração Nacional, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) lançou, neste sábado (15), a nova campanha publicitária do programa em Macapá (AP).

A campanha, que será veiculada em todos os estados da Região Norte, busca difundir informações sobre as Rotas de Integração Nacional na Amazônia e, com isso, promover geração de empregos com baixa emissão de carbono e redução da desigualdade entre as regiões do Brasil.

A Amazônia foi escolhida devido à importância estratégica e à rica biodiversidade. Desenvolver cadeias produtivas locais gera empregos com baixa emissão de carbono. Além disso, tem indicadores socioeconômicos inferiores aos das demais regiões do país, o que demanda ações específicas para reduzir a desigualdade regional.

Essa é a primeira vez que o Brasil faz uma campanha de divulgação das Rotas de Integração Nacional na Amazônia. “O programa está acontecendo e vai ganhar mais visibilidade com a divulgação dessa campanha publicitária nos blogs, rádios, televisões e jornais. O que nós queremos é dar essa visibilidade mesmo e aproveitar esse momento”, afirmou o ministro Waldez Góes.

No evento, o ministro também destacou a importância das rotas. “O programa é uma chance única para nós, da Amazônia, nos incluirmos nos processos e nas oportunidades que tanto o Brasil, quanto o mundo estão proporcionando. O Brasil, sob a liderança do presidente Lula, está abrindo novos mercados, gerando mais confiança para o investidor local e internacional e, diante disso, a Amazônia e o Amapá não podem continuar, de certa forma, vivendo nos indicadores mais desfavoráveis em termos econômicos e sociais”, disse.

O ministro Waldez ressaltou, ainda, como resolver essa questão. “Primeiro, com um planejamento bem estruturado, feito pelo presidente Lula, com o Plano Plurianual (PPA), Rotas de Integração Sul-americana e a Política Nacional de Desenvolvimento Regional. Depois, com os programas executivos, como o Desenvolve Amazônia. O Rotas de Integração Nacional é um dos principais programas desse projeto porque estrutura as cadeias produtivas locais em uma visão tanto de desenvolvimento do mercado local, quanto nacional e internacional”, explicouA secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial, Adriana Melo, reforçou que o programa Rotas de Integração Nacional é a principal estratégia de desenvolvimento produtivo da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). “Essa política tem como objetivo reduzir as desigualdades sociais e econômicas do nosso país a partir de estratégias que vão desde a articulação de diversos setores, como a educação profissional, infraestrutura, acesso a serviços, fortalecimento de capacidades governativas dos entes federados, até a estruturação produtiva. Nós entendemos que o desenvolvimento produtivo é a alavanca de transformação dos territórios e tem a capacidade de reverter quadros de desigualdades regionais”, completou.

Também no evento, o vice-governador do Amapá, Antônio Teles Júnior, parabenizou a iniciativa do Governo Federal de priorizar as cadeias produtivas da Amazônia.

Produtor beneficiado pela Rota do Pescado, o pescador Jonas Monteiro diz que se sente acolhido pelo programa. “Toda ajuda para a pesca é bem-vinda porque ajuda a sustentar a minha família”, afirmou.

Dez anos do programa

O programa Rotas de Integração Nacional completa dez anos e, depois de muito êxito na criação do polo de frutas no Vale do São Francisco, no Nordeste brasileiro, busca desenvolver e ampliar cadeias produtivas na Amazônia.

Até o momento, foram investidos mais de R$ 79 milhões por todo o país. O incentivo é voltado a pequenos e médios produtores familiares, que são organizados em associações e cooperativas. A partir daí, recebem treinamento, assistência técnica e financiamento. O resultado é que pequenos arranjos locais se avolumam a ponto de se transformarem em agroindústrias exportadoras.

Em 2023, as Rotas de Integração Nacional alocaram cerca de R$ 30 milhões para todas as regiões. Dessa quantia, 60% foram destinados à Amazônia em 15 novos projetos, beneficiando diretamente 64 mil famílias produtoras por meio de ações de certificação, assistência técnica, aquisição de insumos, equipamentos e implantação de agroindústria.

Mais de R$ 18 milhões foram investidos em pesquisa, inovação e processamento do cacau, desenvolvimento sustentável e profissionalização da cadeia produtiva na Rota do Açaí, e criação e certificação dos produtos da Rota do Pescado.

13 rotas

Atualmente, o programa conta com 13 rotas: do Açaí; da Avicultura Caipira; da Biodiversidade; do Cacau; do Cordeiro; da Economia Circular; da Fruticultura; do Leite; da Mandioca; do Mel; da Moda; do Pescado; e da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Duas delas (da Avicultura Caipira e da Mandioca) foram lançadas no ano passado.

Na Região Norte, são cinco rotas, distribuídas em 11 polos:

Rota do Açaí: quatro polos (três no Pará e um no Amapá);

Rota da Biodiversidade: dois polos (um no Amazonas e um no Amapá);

Rota do Cacau: dois polos (um no Acre e um no Pará);

Rota do Mel: um polo no Pará;

Rota do Pescado: dois polos (um no Acre e um no Amapá).

Política de financiamento

O arranjo dos polos e a criação das rotas é o passo inicial de uma ambiciosa estratégia de desenvolvimento para a Amazônia. Depois que os pequenos produtores se organizam em associações e cooperativas, o MIDR atua para facilitar o acesso a linhas de crédito com o objetivo de expandir os negócios.

Para isso, preparou o orçamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO). Não apenas o tamanho do FNO cresceu de R$ 9 bilhões em 2023 para R$ 14 bilhões neste ano, quanto a fatia destinada à bioeconomia e à agricultura familiar saiu de menos de R$ 20 milhões no ano passado para, pelo menos, R$ 2,8 bilhões em 2024.

Fonte: MIDR

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17/05/2024 17:39h

Organização utiliza fundos não reembolsáveis e ações filantrópicas para atrair investimentos em projetos sustentáveis na região amazônica

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O Instituto Amazônia+21 lançou, nesta sexta-feira (17), uma plataforma para atrair investimentos em projetos sustentáveis na região amazônica. É a Facility de Investimentos Sustentáveis. A organização funciona a partir de um blended finance, que são estruturas de financiamento misto que utilizam fundos não reembolsáveis e ações filantrópicas para atrair investimentos.

O presidente do Instituto Amazônia+21 Marcelo Thomé destaca que 70% dos 30 milhões de brasileiros que vivem na região amazônica estão localizados em cidades. Para ele, os investimentos sustentáveis na região oferecem oportunidades socioeconômicas para a população local.

“Resolver, equacionar a questão da conservação da Floresta Amazônica também é discutir a questão das cidades na Amazônia e principalmente a questão das pessoas na Amazônia. Oferecer alternativas para que essas pessoas estar inseridas em empreendimentos formais, com bons empregos, gerando renda, dignidade e prosperidade, é a principal agenda para conservação da Amazônia.”

Para isso, o Instituto Amazônia+21 espera desenvolver no bioma uma economia de alto valor agregado, com justiça e inclusão; reduzir o desmatamento, as emissões de gases poluentes e aumentar a conservação da biodiversidade; promover o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria das condições de vida das populações locais; e ampliar e diversificar a oferta de bens e serviços no território.

O presidente da CNI Ricardo Alban ressalta a importância de explorar de forma sustentável a riqueza da biodiversidade do bioma amazônico em benefício dos moradores da região.

“Nós temos algo que o mundo todo precisa e ainda não paga por ele. E quem está pagando é a sociedade brasileira, o povo amazônico, quem está pagando também é a falta pragmática da exploração da riqueza da Amazônia que gere mais riqueza. E riqueza pra quem? Principalmente para quem vive lá, pra quem pode usufruir dos benefícios da Amazônia. E eu não tenho dúvida que o Instituto Amazônia+21 está focado nisso.”

A Facility de Investimentos é uma iniciativa do Instituto com empresários da região e apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e das nove federações da indústria dos estados da Amazônia Legal (Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso), além da parceria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), SEBRAE e Blend Group. 

O especialista sênior do Instituto Amazônia+21 Fernando Penedo detalha o funcionamento da plataforma. “Ela trabalha com diferentes veículos e instrumentos financeiros, a partir do blended finance. Então é um ambiente de segurança jurídica, transparência, risco equilibrado, alto desempenho econômico e impacto significativo no ecossistema da Amazônia”.

O objetivo é captar R$ 600 milhões nos primeiros três anos da iniciativa. A meta é chegar aos R$ 4 bilhões em 10 anos. Os recursos são captados de diferentes atores como filantropos, fundações, institutos empresariais, grandes fortunas, bancos empresariais, bancos de desenvolvimento, organismos multilaterais, entre outros. “Todo esse ecossistema de financiamento, de co-investimento ou de doação se acomoda na Facility em diferentes veículos”, explica Penedo.

Plataformas

A Facility de Investimentos trabalha simultaneamente com quatro plataformas em setores como bioeconomia, energia renovável e turismo sustentável:

  • Plataforma de investimentos: que vai destinar capital para empresas, projetos e iniciativas em setores estratégicos da economia verde. “É onde acontece de fato o blended finance”, explica Fernando Penedo.
  • Plataforma de assistência técnica: auxilia os originadores de projetos a estruturarem os projetos financiáveis e impactos positivos socioambientais.
  • Plataforma de engajamento multistakeholder: onde os variados atores se encontram e se alocam em diferentes funções dentro do ecossistema de finanças sustentáveis, para promover cooperação entre eles.
  • Plataforma de conhecimento: gera dados e informações quantitativas e qualitativas sobre a Amazônia, como riscos e oportunidades, por exemplo.

Benefício para quem investe

Os benefícios também se estendem para quem doa capital aos projetos, entre eles a alavancagem de capital em até sete vezes e a participação na governança da ferramenta. Já para os investidores comerciais, os retornos financeiros devem ser semelhantes às taxas e aos prazos do mercado tradicional. Além disso, tanto doadores quanto investidores vão estar contribuindo com o combate à mudança climática e a conservação do meio ambiente.

Atualmente, a Facility de Investimentos Sustentáveis já conta com projetos de 96 startups voltados para o desenvolvimento da bioeconomia na Amazônia; além do Centro de Bioeconomia e Conservação da Amazônia, em Porto Velho (RO); o Projeto de Habitação Social, em parceria com a Caixa Econômica Federal; e o Estudo para a conversão de lixões em aterros sanitários na região da Amazônia Legal. 

O presidente do Instituto Amazônia+21 Marcelo Thomé destaca a recente política industrial lançada pelo governo federal — Nova Indústria Brasil —, na qual 36% dos dispositivos estão ligados à sustentabilidade.

“E o Instituto Amazônia +21 é uma iniciativa que surge da indústria brasileira, mas é multissetorial. Então a gente enxerga também no turismo sustentável, na economia criativa, na agropecuária de baixa emissão, agendas de futuro para essa Amazônia sustentável e inclusiva que a gente busca construir a partir de hoje com a contribuição de todos.”

Como participar

Os projetos são selecionados de quatro formas: “a própria Facility contacta os atores originadores daquelas iniciativas e começa a modelar um projeto que é financiável e que gera impacto na Amazônia Legal brasileira. Uma outra possibilidade é esse ator procurar a gente também. Uma terceira possibilidade é a gente operar com parcerias. E a quarta forma é lançar edital”, detalha Fernando Penedo.

Os originadores dos projetos devem atender aos critérios de conformidade, compliance e integridade da Facility de Investimentos. Para o pagamento dos créditos, a Facility de Investimentos tem vantagens na comparação com mecanismos de financiamento tradicionais.  

“Como a Facility usa finanças híbridas, ela compõe o capital concessional com o capital comercial, diminuindo e equilibrando essa relação risco retorno. Então na hora que o dinheiro chega em um projeto como financiamento, ele tem prazo maior e juro menor por causa dessa relação de blended fidence”, explica Penedo.
Para saber mais, acesse: institutoamazonia21.org.br.

Instituto Amazônia+21 lança fundo para investimento em projetos sustentáveis na região amazônica

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08/03/2024 18:45h

Proteção e desenvolvimento da região amazônica também impactam no fortalecimento de produtores e comunidades locais

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Uma cadeia produtiva mais forte e sustentável para quem trabalha com uma riqueza brasileira: a castanha-do-brasil. Donos de pequenas propriedades rurais e extrativistas de 14 cidades do Acre — por meio da iniciativa “Fortalecendo a Economia de Base Florestal Sustentável” — tiveram acesso à melhoria do sistema de produção, de uma ponta à outra. 

Com um investimento de R$ 5 milhões ao longo de 43 meses, processos sustentáveis foram implementados desde a extração até a comercialização da polpa do alimento. O que permitiu a venda de R$ 20,1 milhões em castanha-do-brasil in natura e R$ 34,9 milhões de produtos derivados.

A iniciativa é custeada pelo Fundo Amazônia — um importante instrumento de financiamento para um país mais sustentável e que teve a agenda de ações e investimentos internacionais retomada. Desde o ano passado, o fundo conta com novas diretrizes de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, depois da recomposição de instâncias como o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA).

O Fundo, criado em 2009, já soma mais de R$ 3,5 bilhões em investimentos e tem como principal fonte de captação o repasse de governos estrangeiros e empresas como a Petrobras. Nos últimos 15 anos, mais de 32 mil incêndios florestais foram combatidos, além de 1800 missões de fiscalização ambiental realizadas e 1,1 milhão de regularizações de imóveis rurais concluídos no Cadastro Ambiental Rural, segundo dados do Relatório de Atividades 2022. 

Benefício para 241 mil pessoas que atuam em atividades produtivas sustentáveis nos 107 projetos distribuídos em 196 unidades de conservação; 101 terras indígenas; e 653 organizações comunitárias.

A indústria e o combate ao desmatamento

Desde que o COFA foi criado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) integra o Comitê. A CNI também esteve por perto durante a definição das novas estratégias usadas entre 2023 e 2025. Mário Cardoso, gerente de Recursos Naturais da instituição, fala sobre a importância das ações de preservação, apoiadas pela CNI. 

"O benefício, para a CNI, nesse processo como um todo, menos do que o projeto de atividades produtivas sustentáveis é que a gente tenha sucesso no combate ao desmatamento. Então, para a gente, é importante que o Brasil consiga controlar isso, para que a gente tenha energia para que a gente tenha espaço, tempo, estrutura, para poder fazer as ações de descarbonização na indústria, na agricultura, nas atividades produtivas, na mobilidade, na energia, que são atividades que realmente geram recurso, que geram renda, que geram empregos, desmatamento e não gera nada disso ainda contribui para o aumento da criminalidade, da insegurança, para a piora do ambiente de negócios na região."

O que, segundo Mário Cardoso, acaba afetando o comércio internacional e empurrando custos para a indústria que colhe as consequência mesmo ser ter ligação com o problema. 

Como ser um proponente do Fundo Amazônia

Fundações de direito privado, ou de apoio, associações civis e cooperativas — com sede no Brasil — podem participar do Fundo Amazônia. Os projetos são selecionados por chamadas públicas. Um deles é o edital Amazônia na Escola que vai selecionar produtores rurais para o fornecimento de alimentos produzidos de forma sustentável para a merenda escolar. As inscrições vão até 01/04/2024. 

Para participar basta que as instituições tenham objeto social compatível com o tema do documento. Os resultados serão divulgados no dia 31 de maio.
 

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01/03/2024 16:55h

Ministro Waldez Góes destaca, na abertura do evento, que cuidar de bacias hidrográficas da região Amazônica é pauta prioritária para o Governo Federal

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O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, participou nesta terça-feira (27), da Oficina Nacional do Programa de Ações Estratégicas na Bacia Amazônica, iniciativa que busca garantir a gestão integrada e sustentável dos recursos hídricos transfronteiriços na bacia do rio Amazonas.

O evento, promovido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, a ANA, instituição vinculada ao MIDR, e pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, a OTCA, teve como objetivo, ainda, a ampliação e capacitação das comunidades amazônicas de se adaptarem aos impactos das mudanças climáticas e garantir informações compatíveis em toda a bacia para a tomada de decisões.

Durante seu discurso, o ministro Waldez Góes reforçou o empenho do Governo Federal em cuidar das bacias hidrográfica. "Essa pauta é prioridade inquestionável para todos nós que estamos reunidos aqui, representando os governos dos países que compõem a região da Amazônia Internacional. Assegurar a sustentabilidade dos recursos hídricos em áreas fronteiriças é uma prioridade do presidente Lula. Quando discutimos a Amazônia Internacional, estamos enfatizando a importância de preservar e gerir esses recursos de forma eficiente".

A programação incluiu apresentações sobre o Programa de Ações Estratégicas, o PAE, do Projeto Bacia Amazônica, assim como as oportunidades e desafios da implementação dessa iniciativa no Brasil.

Para mais informações sobre desenvolvimento regional, acesse: mdr.gov.br

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26/02/2024 04:20h

Redução no desmatamento foi de 60% em janeiro deste ano, segundo Imazon

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O desmatamento na Amazônia caiu 60% em janeiro deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Esse já é o décimo mês consecutivo de redução. O setor empresarial comemora esse resultado, como favorável ao avanço de uma economia sustentável.

Segundo o gerente de Recursos Naturais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Cardoso, a redução do desmatamento, principalmente ilegal, cria um ambiente de negócios melhor dentro da Amazônia, dando oportunidade para atividades produtivas legais e sustentáveis, explica Cardoso. 

“O desmatamento ilegal não é uma atividade que acontece sozinha, uma atividade ilícita que venha desacompanhada de outras atividades ilícitas. Geralmente, vem acompanhada de tráfico de drogas, de armas e grilagem. E todo esse ambiente criado em torno dessas atividades ilícitas espanta investimentos, espanta atividades produtivas regulares, a manutenção de mão de obra regular”, avalia.

Bioeconomia

Além disso, a conservação da floresta é importante para as ações de descarbonização da economia e essencial para a geração de renda para as quase 30 milhões de pessoas que habitam a região amazônica.

“A manutenção da floresta em pé consolida a matéria-prima, o arcabouço onde vai se dar a bioeconomia, onde o Brasil apresenta as maiores potencialidades. Se a gente perder esse capital natural da floresta, a gente vai perder um dos nossos grandes diferenciais em relação a outros locais do mundo”, analisa Cardoso.

A bioeconomia está presente, por exemplo, na produção de vacinas, enzimas industriais, novas variedades vegetais, biocombustíveis, cosméticos. E consiste no estudo dos recursos naturais aliado às novas tecnologias para a criação de produtos e serviços mais sustentáveis.

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09/02/2024 20:45h

Fundado há 10 anos, Manioca transforma ingredientes tradicionais da culinária local, como o tucupi e o cupuaçu, em temperos, molhos, geleias e outros alimentos. CEO da empresa, Joanna Martins diz que COP 30 é oportunidade ímpar para a região

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Reconhecida pelo seu potencial para a produção de medicamentos e cosméticos, a biodiversidade da Amazônia se destaca também quando o assunto é a riqueza gastronômica. 

Foi pensando em aproximar os ingredientes da região do dia a dia dos brasileiros que moram em outras partes do país que surgiu a Manioca. 

O empreendimento fundado há dez anos transforma ingredientes tradicionais da culinária amazônica, como o tucupi, o cupuaçu e o cumaru em temperos, molhos, geleias, granolas, farinhas e farofas. 

CEO da Manioca, Joanna Martins diz que o diferencial do negócio não é apenas a valorização dos ingredientes da região amazônica, mas também a influência que ele gera sobre outros empreendedores que pretendem explorar a biodiversidade local. 

"Existe um valor gigantesco no território que a gente não enxergava e agora começa a enxergar. E o trabalho que a gente faz aqui, sendo uma marca local, que está alcançando o mercado nacional e internacional, gera um impacto muito grande nesse ecossistema de empreendedores e de jovens que começam a ver valor nessa economia, nesse conhecimento tradicional, — e uma possibilidade de gerar riqueza mesmo e prosperidade."

Para que os sabores amazônicos ultrapassem as fronteiras do Norte do país, a empresa conta com a parceria de pequenos produtores que vivem dentro da floresta. São eles os maiores aliados no processo de valorização e preservação das riquezas da Amazônia. 

Internacionalização

Tal como a música "Voando pro Pará", da cantora Joelma, cujo verso "Eu vou tomar um tacacá, dançar, curtir, ficar de boa…" viralizou nas redes sociais e mostrou aos brasileiros um pouco da riqueza gastronômica da Amazônia, a Conferência do Clima da ONU, em Belém, em 2025, pode ser a oportunidade de aproximar a região do mundo, acredita Joanna. 

"O mundo inteiro se interessa pela Amazônia, fala da Amazônia, mas não a conhece, de fato. Conhecer pelos livros não é a mesma coisa do que conhecer ao vivo. Para além das divisas de curto prazo que o turismo pode angariar com a COP, tem muito de uma vivência real do território amazônico, a partir de Belém e uma aproximação para outras regiões da Amazônia. E, a partir disso, milhões de oportunidades que podem surgir."

Apoio da CNI

A conservação da biodiversidade e a promoção da bioeconomia é um dos pilares da estratégia de sustentabilidade estabelecida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para ajudar o país a avançar na transição para uma economia de baixo carbono.

O uso sustentável da biodiversidade minimiza riscos ambientais e gera oportunidades para as empresas, proporcionando oportunidades de negócios com sustentabilidade, segundo a CNI.

Liderança da indústria brasileira desempenha papel importante para futuro sustentável, aponta CNI

Grupo empresarial do G20, B20 prioriza reduzir efeitos das mudanças climáticas

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01/02/2024 04:30h

Especialistas dão dicas sobre como evitar a contaminação pela virose da mosca

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Poucos meses depois da seca severa que atingiu a região amazônica, os rios voltaram ao volume normal, graças à chuva — que deve durar até março. O fenômeno da cheia dos rios causa os alagamentos, que trazem à tona um problema comum nessa época do ano: a proliferação de moscas. Insetos que se multiplicam com muita velocidade e causam, além de incômodo, doenças. 

A contaminação da água e dos alimentos, por conta desses insetos ou de outras razões, pode causar diarreia — um dos problemas mais comuns nas crianças e que podem levar até à morte. Dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) mostram que o Amazonas registrou em 2023, 253.203 casos de Doenças Diarreicas Agudas (DDA). Só nos primeiros onze dias de janeiro, foram 4.677 casos. 

Realidade do pronto-socorro

A pediatra neonatologista e professora da Universidade Federal do Amazonas, Rossiclei Pinheiro, conta que a diarreia é uma doença sazonal e que no período chuvoso tende a aumentar. 

“Hoje 50% dos casos que chegam no pronto-socorro pediátrico são de crianças desidratadas por conta da diarreia. E 80% dos casos são virais, causados por infecções alimentares.” 

A médica explica ainda que o cuidado com os alimentos na hora do preparo é a melhor forma de prevenção.

Armazenamento e manuseio 

O Fundo das Nações Unidas para  Infância (Unicef) alerta para os cuidados com os mais vulneráveis neste período do ano. Lídia Pantoja, oficial de Saúde e Nutrição do Unicef para o território amazônico, explica que os cuidados devem começar pelo armazenamento — os alimentos devem ficar em locais fechados, longe de mosquitos e animais. É preciso também estar atento à temperatura, não deixar a comida no sol, nem em locais abertos. Ela ainda dá outras orientações importantes.  

"Quanto à higiene dos alimentos, é importante que se lave bem as mãos antes de manuseá-los — com sabonete neutro sem perfume e água. Evitar os cabelos soltos na hora do preparo dos alimentos. Em relação aos legumes, verduras e frutas é importante higienizá-los muito bem antes do consumo, com água e uso de hipoclorito."

A oficial ainda orienta sobre carnes e peixes, que precisam ser muito bem cozidos para garantir que o alimento esteja seguro para consumo. Embalagens, tampas, latas também precisam ser lavadas com água e sabão ou limpos com álcool 70% e um pano seco. 

Em caso de contaminação, os cuidados são essenciais 

O lixo, além de atrair insetos e outros animais para a área onde os alimentos são armazenados e preparados, é um meio ideal para a multiplicação de microrganismos. As moscas podem ser vetores de vírus, bactérias e parasitas. Descartar o lixo da forma correta, em sacos fechados e longe de locais onde se armazena e prepara os alimentos, também ajuda a evitar essa contaminação.

A diarreia é uma doença caracterizada por três ou mais episódios de fezes amolecidas em um dia — e ela pode levar rapidamente à desidratação, principalmente em crianças.  

"Quando a gente já encontra a criança num quadro de diarreia é importante iniciar a ingestão de líquido o mais rápido possível para evitar que a criança fique desidratada. A ingestão de soro caseiro é importante nesses momentos, assim como aumentar a ingesta de líquidos como soro, sopa, suco, também é importante", explica a oficial de saúde.

Além disso, aproveitar as frutas da região, que têm nutrientes que ajudam nessa recuperação, como goiaba e caju. Após cada evacuação, a criança deve ingerir pelo menos 50 ml de líquido para que fique sempre hidratada. Em caso de bebês que ainda mamam no peito, a mãe deve manter essa amamentação em livre demanda. E em caso de persistirem os sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde. 
 

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22/12/2023 08:30h

Ações do Unicef reforçam a importância da participação de toda a comunidade para pôr fim ao mosquito

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Um mosquitinho pequeno mas forte o suficiente para causar um verdadeiro estrago: dor no corpo e nos olhos, febre alta, mal-estar e, nos casos mais graves, até a morte. O Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, precisa só de um pouquinho de água limpa para se reproduzir. 

Por isso, é preciso estar vigilante e ficar de olho em cada cantinho da casa. Além da doença, ele ainda pode causar outras arboviroses, ou seja, doenças transmitidas por mosquitos, como zika, chikungunya.

COMUNICADOR: Disponibilizamos dois conteúdos menores para que você possa repetir durante o dia na sua programação 

Para enfrentar o mosquito, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) se une à sociedade civil para desenvolver materiais educativos voltados para profissionais de saúde. Outra ação do fundo é a criação de um material pedagógico voltado para a comunidade escolar, que será lançado em 2024. https://www.unicef.org/brazil/relatorios/arboviroses-na-pratica

Para o oficial de Saúde do Unicef Gerson da Costa Filho o engajamento da população ainda é a forma mais importante de combater o mosquito.

"O controle das arboviroses passa por esforço e engajamento de todos. A gente precisa da comunidade, mobilização popular, para além dos esforços do poder público. Não só para eliminar criadouros e, com isso, diminuir a infestação do vetor. Mas também para identificação de circulação do vírus, dos casos, a notificação, controle e bloqueio.”

O diretor do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-AM, Elder Figueira, explica que o mosquito da dengue costuma procriar em depósitos artificiais, como vasilhas plásticas e lixo mal acondicionado. E a falta de abastecimento de água, comum na região amazônica, pode acabar favorecendo os criadouros. 

“Como a população vai sempre precisar fazer aquele estoque de água no fundo do quintal, na cozinha e aquilo ali que é água limpa, parada, na sombra, vira um criadouro do mosquito.” 

10 minutos contra a dengue

Uma iniciativa criada pela Secretaria de Saúde do Amazonas em parceria com a Fiocruz — e que depende totalmente da população para acontecer — tem dado resultados. São os “10 minutos contra a dengue”.

“Dez minutos semanais, dá aquela olhada, verifica se tem alguma coisa acumulando água, e descarta; tenta eliminar o depósito. Se for alguma coisa muito grande, você não conseguiu eliminar, — caixa d'água, calha — entre em contato com o agente de saúde, ele tem os larvicidas, vai fazer o tratamento para você — e você também ajuda a eliminar esse criadouro maior”, explica o diretor do Departamento de Vigilância Ambiental. 

A melhor forma de evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. A orientação é a adoção da lista de verificações semanal, de 10 minutos de duração, de modo que a população possa agir para identificar os possíveis criadouros, como garrafas, vasos de plantas, pneus, bebedouros de animais, sacos plásticos, lixeiras, tambores e caixas d’água.

Quanto menor a idade, maiores os cuidados

O trabalho em casa é fundamental, mas outros locais, como escolas, também precisam de atenção, ainda mais por serem ambientes que concentram crianças — que tem o sistema imunológico mais frágil e chances maiores de terem um quadro grave da dengue. 

Os sintomas clássicos são sempre febre, dor nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas  vermelhas no corpo. Cada organismo vai responder de uma maneira diferente. Elder Figueira faz um alerta importante para o acompanhamento das crianças que estejam dengue.

“Pai, mãe, cuidado: se vai escovar o dente da criança e vê que está sangrando a gengiva, isso é um sinal de alerta importante. Se a criança reclama que está com dor abdominal, isso é um sintoma importante porque pode significar o início de uma hemorragia interna e é um sintoma de que essa dengue está ficando grave. Leve então na unidade de saúde para que seja tratado adequadamente.” 

Em casa, a recomendação é manter a criança hidratada, mesmo sem sede, e monitorar sempre a febre. Se subir demais, a orientação é levar para a unidade de saúde.

 

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22/12/2023 04:00h

Ações do Unicef reforçam a importância da participação de toda a comunidade para pôr fim ao mosquito

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Um mosquitinho pequeno mas forte o suficiente para causar um verdadeiro estrago com a dengue: dor no corpo e nos olhos, febre alta, mal-estar e, nos casos mais graves, até a morte. Para enfrentar o problema, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef, desenvolveu materiais educativos voltados para profissionais de saúde e para a comunidade escolar. A informação e a participação de todos é que faz a diferença na hora de acabar com o mosquito. Por isso, é importante ficar de olho em cada cantinho da casa, para eliminar qualquer água limpa e parada. Em caso de depósitos maiores, como caixas d'água, um agente de saúde deve ser acionado. Os sintomas da dengue são febre, dor nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas no corpo. No caso das crianças, se o cuidador notar sangramento na gengiva ou dor abdominal, deve procurar logo uma unidade de saúde, pois esses sintomas podem significar o início de uma hemorragia interna. Em casa, a recomendação é manter a criança hidratada, mesmo sem sede, e monitorar sempre a febre. Se subir demais, a orientação é levar para a unidade de saúde.
 

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18/12/2023 21:00h

O canal de ajuda Pode Falar, apoiado pelo UNICEF, abre um espaço seguro de acolhimento para adolescentes e jovens quando sentirem angústia, sofrimento e desamparo

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Durante a estiagem a fumaça decorrente dos incêndios que atingiram a região Norte do país, crianças e adolescentes acabaram sendo os mais impactados. Nessas situações, para evitar a exposição à fumaça, a orientação é ficar em casa.

COMUNICADOR: Disponibilizamos dois conteúdos menores para que você possa repetir durante o dia na sua programação

“As crianças precisam de espaço para brincar, mas nesses dias assim é melhor evitar a exposição fora de casa, ao ar livre, e esperar a melhoria da qualidade do ar para que a criança tenha a possibilidade de sair e brincar fora”, orienta a especialista de Emergência, Saúde e Nutrição do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Neideana Ribeiro.

Para garantir a saúde de crianças e adolescentes, a recomendação é, sempre que possível, ter um espaço protegido: “Um outro ponto que a gente orienta é manter sempre um espaço, que podemos chamar de espaço limpo, que pode ser uma sala, pode ser um quarto, que fique com as janelas e portas fechadas, um ambiente sem exposição de fumaça. 

Saúde mental em risco

E perder a mobilidade, se separar do convívio social, até mesmo enfrentar outras violências em casa e lidar com situações de vulnerabilidade, como a falta de alimentos, água, desnutrição morte são eventos indesejáveis que a exposição às fumaças, seca prolongada ou a cheia dos rios podem trazer junto com doenças e outras dificuldades que afetam a saúde mental dos adolescentes e jovens.

A oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do UNICEF, Gabriela Mora, explica como os eventos climáticos extremos podem desencadear questões preocupantes de saúde mental para jovens e adolescentes. 

“Eles ficam muito mais expostos tanto a essa insegurança da família em relação à renda, planejamento do futuro, como também muda a dinâmica na família, a possibilidade de ir para a escola, de conviver com pessoas importantes, o que faz com que percam acesso a direitos que são fundamentais para o seu desenvolvimento.” 

É nessa fase, entre os 10 e os 19 anos, que jovens ampliam sua capacidade de cognição, constróem sua identidade, fortalecem a criação de vínculos para além da família e aumentam a socialização. A adolescência também é marcada por um aumento da força do coletivo como estratégia que acaba por fortalecer também o indivíduo e pelo processo de compreensão sobre o seu lugar no mundo, além da conquista da autonomia e da transição dos estudos para o mundo do trabalho. 

Pode Falar

Depois da pandemia de Covid-19 — que mudou a forma como as pessoas cuidam da saúde mental — o UNICEF passou a tratar a questão como prioritária e, em parceria com organizações da sociedade civil e universidades, oferecer canais de ajuda em saúde mental para adolescentes e jovens, além de dialogar com a gestão pública de mais de 2 mil municípios para que revisitassem seus fluxos de atenção em saúde mental para adolescentes.  

O canal de acolhimento apoiado pelo UNICEF é o Pode Falar. Uma plataforma virtual de ajuda a jovens de 13 a 24 anos e pode ser acessada gratuitamente por WhatsApp (61-9660-8843) ou site (www.podefalar.org.br). Criado em 2021, o canal já atendeu mais de 70 mil jovens e hoje faz cerca de 2.000 atendimentos semanais. 

Os atendentes são treinados para acolher com empatia, ouvir e, se necessário, ajudar no encaminhamento desses adolescentes. Quem explica é o coordenador da rede Pode Falar, professor Hugo Monteiro Ferreira, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (URFPE).

“Esse jovem que chega para o Pode Falar não quer críticas, não quer julgamento, não quer condenação. Ele quer ser ouvido. A primeira ideia é ouvi-lo e ouvi-lo sem julgamento. É uma disposição de escuta, mas sem estabelecer aconselhamento, comparação, nem sentença.” 

O coordenador ainda explica que existem três fluxos que podem acontecer ao entrar em contato com o Programa.

“Uma é aquela ligação que se encerra nela mesma; a outra é a ligação que vem por conta de uma motivação de violação e a terceira é a ligação que vem porque você está com adoecimento mental. E a gente tenta conversar com essa pessoa para mostrar a ela que precisa da ajuda sistemática de um profissional de saúde mental.” 

O Pode Falar é a única rede no Brasil que atende exclusivamente adolescentes e jovens entre 13 e 24, associando inteligência artificial com condução humana. É, segundo o coordenador do programa, um dos melhores recursos das redes sociais. “Possibilita o jovem a pedir ajuda apenas tendo um celular nas mãos. Isso é revolucionário”, conclui o professor Hugo Ferreira.

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