Consumo

22/06/2024 00:05h

Em comparação com junho de 2023, o índice apresentou um crescimento de 5,1%

Baixar áudio

Em junho, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou um avanço de 0,5%, descontados os efeitos sazonais. Esse é o terceiro resultado positivo consecutivo do índice. Comparado a junho de 2023, houve um aumento de 5,1%. O Índice de Confiança do Consumidor (ICF) está atualmente em 102,2 pontos, indicando uma zona de otimismo. As informações foram divulgadas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). 

André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, relembra que no mês de maio, o Índice de Confiança do Consumidor, monitorado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, mostrou que a confiança das famílias caiu de forma significativa, muito influenciada pela tragédia do Rio Grande do Sul.

No estado, as enchentes provocaram queda de 23,3% na intenção de consumo das famílias, em relação ao mesmo período do ano passado.

"Esse indicador de junho deve ser bem recebido, de modo cauteloso, é verdade, mas deve ser bem recebido. No ano passado, boa parte do nosso crescimento esteve condicionado ao bom desempenho da agropecuária, que acabou causando um efeito transbordamento. O bom desempenho da agropecuária trouxe bons negócios para o setor de serviços, e consequentemente, bons negócios para indústria", aponta.

Ele explica que a taxa de juros elevada impactou a indústria, mas apesar disso, os efeitos nocivos da política monetária contracionista foram atenuados. Galhardo também destaca o desempenho positivo do comércio varejista.

Para o economista Cesar Bergo, o avanço pode ter vários impactos na economia dos municípios, pois quando as famílias demonstram essa maior disposição para consumir, geralmente impulsiona o comércio local e estimula a atividade econômica em diversos setores.

"Os estabelecimentos comerciais das próprias cidades, dos municípios, tendem a registrar um aumento na venda de produtos e serviços. Não tenha dúvida que com isso você acaba gerando mais emprego. Então o aumento dessa demanda, por bens de serviço, pode levar as empresas a contratar mais funcionários para atender essa demanda crescente", informa.

Crédito

De acordo com o levantamento da CNC, com o mercado de trabalho aquecido e critérios mais rigorosos para acesso ao crédito, as famílias avaliaram positivamente seu nível de consumo atual, sendo este o indicador que mais cresceu em junho, com alta de 1,5%. A perspectiva de consumo aumentou 0,9% no mês e 3,8% no ano, taxas inferiores às registradas em maio. Apenas 36,5% dos consumidores planejam aumentar seus gastos, o menor percentual desde janeiro de 2023, enquanto cresceu o número de pessoas que pretendem reduzir suas compras.

Perspectivas

Para Bergo, o levantamento mostra que a tendência de consumo das famílias está avançando há alguns meses e a perspectiva é que continue melhorando, beneficiando as atividades econômicas dos municípios.

Galhardo também aponta para uma expectativa positiva. Para ele, o comércio varejista e o setor de serviços devem retomar a trajetória de alta, influenciado por fatores como a queda relativa da inflação e geração de postos formais de trabalho.

Leia mais:

'Taxa da blusinha' pode ameaçar operação de importadoras do país

Varejo puxa a economia com a quarta alta consecutiva do ano

Copiar textoCopiar o texto
14/06/2024 00:05h

Esse é o segundo resultado positivo seguido, conforme pesquisa mensal do IBGE divulgada nesta quarta-feira (12)

Baixar áudio

Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o volume de serviços consumidos no Brasil cresceu 0,5% em abril em relação ao mês anterior. Esse acréscimo se deu, principalmente, pelo maior consumo no setor de transporte, que registrou alta de 1,7%.

Os números revelam, ainda, que o consumo no setor de serviços se encontra 12,9% acima do nível de fevereiro de 2020, mostrando uma franca recuperação do segmento no pós-pandemia. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (12) pelo IBGE.

O gerente da PMS, Rodrigo Lobo, ressalta que esse é o segundo resultado positivo consecutivo para o setor - abril só perde para dezembro de 2022, quando registrou uma alta de 0,7% no volume de serviços – que acumula um ganho de 1,2% nesses dois últimos meses.

CENÁRIO FAVORÁVEL

Essa expansão foi acompanhada por três das cinco atividades de divulgação investigadas, com destaque para os avanços vindos de transportes (1,7%) e de outros serviços (5,0%), com ambos crescendo pelo segundo mês consecutivo e acumulando ganhos de 2,5% e 5,3%, respectivamente. O outro avanço ficou com informação e comunicação (0,4%), que renova, em abril de 2024, o ápice de sua série histórica.

Em contrapartida, os serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%) e os prestados às famílias (-1,8%) recuaram neste mês, após terem avançado em março.

O economista e membro do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon), Newton Marques, chama a atenção sobre o avanço do setor de turismo no período. “Cresceu 2,3% em abril e acumula um ganho de 2,4%. Isso mostra que o setor de turismo está em alta e puxa bastante esse indicador do setor de serviços”, disse.

Com isso, a pesquisa indica que o segmento de turismo se encontra 4,7% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 3,0% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014, ano em que o Brasil sediou a Copa do Mundo.

SÃO PAULO SE DESTACA

Quando se observa o desempenho regional, a pesquisa mostra que, em 20 dos 27 estados, houve avanço no volume de serviços em abril se comparado com março.

Os impactos mais importantes vieram de São Paulo (0,6%) e de Minas Gerais (3,2%), seguidos por Bahia (5,7%) e Distrito Federal (5,4%). Em contrapartida, Rio de Janeiro (-0,7%), Tocantins (22,5%) e Paraná (-1,0%) exerceram as principais influências negativas do mês.

Newton Marques afirma que a expansão do volume de serviços está muito ligada à própria atividade econômica nos setores primário e secundário. “Primário, agropecuária, e secundário, industrial. A gente está assistindo a uma redução do desemprego, mês a mês e a atividade econômica continua sendo positiva, então isso acaba impactando no setor de serviços”, completou.
 

Copiar textoCopiar o texto
22/05/2024 00:06h

Pesquisa da CNC mostra que o principal motivo é o acesso a crédito facilitado, incentivado pelas baixas da taxa Selic

Baixar áudio

A intenção de consumo das famílias brasileiras (ICF) aumentou pelo segundo mês consecutivo em 2024. A alta foi de 1,3% em maio em comparação com abril. Já na análise anual, o crescimento do indicador foi de 6,4%. Os dados são de uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Na comparação mensal, o destaque que incentivou o aumento do consumo foi o Índice de Acesso ao Crédito que avançou 2,2%. Segundo a CNC, o resultado condiz com o momento de baixas da taxa Selic. Neste mês, 31,4% dos consumidores consideraram mais fácil tomar crédito — o maior percentual desde abril de 2020.

Outro fator que contribuiu para o crescimento do consumo das famílias brasileiras é o aumento da taxa de emprego e renda, como explica o economista-chefe da CNC,  Felipe Tavares.

“Com a melhoria do mercado de trabalho, com a melhoria da renda das famílias e a diminuição dos juros brasileiros, as famílias começaram a entender que agora é o momento para compra de bens. Com um ticket mais elevado, como bens duráveis, é um momento apropriado.”

Segundo a pesquisa da CNC, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o mercado de trabalho formal no Brasil avançou 1,6% no primeiro trimestre de 2024.

Com o cenário atual favorável, a Perspectiva de Consumo das Famílias teve crescimento de 1,1% em maio e de 3,8% na análise anual. De acordo com a avaliação da CNC, o indicador encontra-se em patamar satisfatório (105,8 pontos), diferentemente do indicador de consumo atual que ainda está em 88,1.

NIS FINAL 3: pagamentos do Bolsa Família seguem nesta terça

Quatro das sete capitais componentes do IPC-S registraram desaceleração, aponta FGV

Ministro Cristiano Zanin mantém desoneração da folha por 60 dias

Copiar textoCopiar o texto
21/04/2024 00:03h

Especialistas apontam os principais fatores que contribuíram para esse crescimento

Baixar áudio

Em abril, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou um avanço de +0,4%, considerando os efeitos sazonais. Esse é o primeiro resultado positivo após quatro meses consecutivos de queda. A maioria dos componentes apresentou aumento, com exceção dos bens duráveis. As informações foram divulgadas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, destaca que na comparação anual, o indicador apresentou um crescimento de 6,1%. “Isso mostra que em abril, as famílias brasileiras estão revertendo a sua perspectiva sobre o consumo. Destaca-se como fatores que explicam essa melhora na expectativa de consumo das famílias brasileiras, a melhora do mercado de trabalho e a redução dos juros da economia brasileira”, explica.

Influências

Samuel Arantes, economista e especialista em investimentos, explica que o aumento na Intenção de Consumo das Famílias foi influenciado, principalmente, por três fatores: inflação, crédito e desemprego.

“A inflação vem cadente, principalmente nos itens que contemplam o IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo]. O IPCA de março veio menor que a previsão, e a pesquisa Focus, do Banco Central, está mostrando que a inflação medida pelo Índice vai estar fechando 2024 na cada dos 3.8, 3.7”, explica.

Além disso, ele informa que o aumento da massa de crédito na economia favorece o crescimento da intenção de consumo. Os dados revelam que as taxas de juros mais favoráveis para os indivíduos no início deste ano, atingindo o ponto mais baixo em fevereiro desde junho de 2022 (52,5%), estão sendo acompanhadas por uma redução na inadimplência dos consumidores (5,5%), voltando ao nível de julho de 2022.

“O desemprego vem baixo. A bolsa família turbinada ajuda também. Então tem mais crédito disponível, as famílias estão menos endividadas, teve programa governamental limpando nomes da população”, completa o economista.

Para Arantes, esses três fatores podem sustentar o nível de intenção de consumo ao longo do ano, mesmo que com menos força de impulso.

Leia mais:

52% dos brasileiros têm pouco ou nenhum medo de perder o emprego; aponta CNI

Copiar textoCopiar o texto
26/03/2024 00:01h

Eletrodomésticos mais eficientes e modernos ajudam a diminuir as despesas dentro de casa, mas pequenas mudanças de hábito também ajudam a economizar. Saiba como calcular o gasto de cada aparelho na conta de luz

Baixar áudio

Numa casa onde se tomam 10 banhos por dia, é difícil economizar na conta de energia. E essa fatura é uma das que pesam no fim do mês na casa da cabeleireira Vanessa Gonçalves, de Brasília. Ela mora com o marido e três filhos e gasta, em média, R$ 600 por mês de luz. Apesar de tanto chuveiro ligado, ela encontrou mais uma “vilã” a culpar.

“A culpa é da máquina de lavar – lava e seca –, que fica 24 horas ligada. Somos cinco pessoas e temos muita roupa para lavar todos os dias”. 

O custo da energia, de fato, impacta na vida do consumidor brasileiro. Um dos fatores, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), é a temperatura acima da média — que impulsionou o crescimento do consumo de energia no país no mês de janeiro de 2024. Com mais aparelhos de ar-condicionado e ventiladores ligados, o consumo de energia no país cresceu 6,6% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Diante desse cenário, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda aos brasileiros ficar atentos à eficiência energética dos eletrodomésticos, como ventiladores, lavadoras de roupa, geladeiras, freezers e televisores. Os aparelhos eficientes são aqueles, segundo o Instituto, que usam “menos energia para realizar a mesma tarefa ou produzir o mesmo resultado”.

A coordenadora do Programa de Energia do Idec, Renata Albuquerque, ressalta que a escolha dos equipamentos é fundamental para reduzir o consumo e minimizar o impacto do alto custo da conta de energia no orçamento.

“A economia começa por aí. Sempre que possível, é importante que a pessoa opte pelos modelos com melhores índices de eficiência energética. Esses modelos são indicados com a nota A do programa de etiquetagem do Inmetro. É uma etiqueta bem familiar aos olhos dos brasileiros. Justamente por usar menos energia, o preço desses produtos acaba sendo compensado em pouco tempo”.

A Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) ajuda o consumidor a comparar os aparelhos que consomem menos eletricidade para funcionar. Essa etiqueta apresenta informações importantes como a escala de eficiência energética e o consumo de energia mensal.

Geladeira, a campeã de consumo

Eletrodomésticos que produzem frio ou calor costumam ser os que mais consomem energia elétrica dentro de casa. Aparelhos de ar-condicionado, geladeira, ferro de passar roupa, chuveiro elétrico e sanduicheiras. Segundo o Idec, dependendo do perfil de consumo de cada residência, as geladeiras podem ser responsáveis por cerca de 30% do consumo doméstico.

“O consumo da geladeira varia de acordo com o tamanho e a eficiência do equipamento, mas a forma como o eletrodoméstico é usado no dia a dia também influencia no gasto no fim do mês. Pequenas mudanças e hábitos fazem a diferença no fim das contas”, explica a coordenadora do Idec, Renata Albuquerque.

O Idec lista medidas que podem ajudar a economizar energia dentro de casa.  Com as geladeiras, a orientação é ficar atento na hora da instalação e consultar o manual do aparelho, respeitando as distâncias indicadas das paredes ou móveis. Não é recomendável colocar o eletrodoméstico ao lado do fogão ou de outras fontes de calor, como fornos elétricos. O termostato (sistema que regula a temperatura da geladeira) deve ser ajustado para não deixar a temperatura interna a mais baixa possível, garantindo a refrigeração adequada dos alimentos com segurança e menor gasto de energia. Caso o aparelho não tenha a tecnologia frost free, é preciso limpar com frequência para evitar a formação de gelo.

“No caso da cozinha, prestar atenção na sua geladeira: evite abrir as portas desnecessariamente. Nunca guarde alimentos quentes. Ajuste a temperatura para garantir que os alimentos vão ter a refrigeração adequada”, ressalta Renata Albuquerque. 

Para os aparelhos de ar-condicionado, é preciso avaliar a potência adequada ao tamanho do ambiente onde será instalado. O instituto aconselha ainda os aparelhos com a tecnologia inverter – que consome menos energia e mantém a temperatura estável – e com a nota A do Inmetro. No dia a dia, o Idec recomenda manter portas e janelas fechadas durante o uso, com temperaturas entre 23 e 24 ºC, e a limpeza do filtro do aparelho com regularidade.

Já no uso de lâmpadas, o recomendável é optar pelas LED – elas têm a tecnologia mais econômica para iluminação disponível. Sempre apagar as luzes ao sair de um cômodo. Outra medida é pintar os ambientes com cores claras, para que possam ser iluminados com lâmpadas de baixa potência.

Para quem não tem nos planos trocar os eletrodomésticos que já possui, é preciso estar atento à manutenção. 

Como mensurar o gasto

É possível fazer o cálculo de quanto cada aparelho consome na sua conta de luz. A coordenadora do Idec Renata Albuquerque explica como. 

“Para isso, é preciso multiplicar a potência do seu aparelho pelo tempo que ficou ligado consumindo energia e, depois, multiplicar pelo preço cobrado por kilowatts/hora e você terá o valor que foi gasto para cada equipamento”. 

Se fizer essa conta cada vez que usar o equipamento, será possível compreender o quanto esse eletrodoméstico está pesando na sua conta de luz. 

Consumo de energia

Em 2023, o Brasil consumiu 69.363 megawatts médios de energia elétrica. A quantidade representa um aumento de 3,7% em relação a 2022. Os dados constam em estudo da CCEE. O resultado foi influenciado, entre outros fatores, pelas ondas de calor registradas no país no segundo semestre do ano passado, e pelo “bom desempenho de alguns setores da economia.”

E o aumento no consumo de energia repercute na economia brasileira. O presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, Luiz Eduardo Barata, explica que o impacto não vem apenas quando o consumidor paga a conta de luz. O custo da energia acaba sendo repassado no preço dos produtos e serviços contratados. 

“No pão, na carne, a participação do custo da energia é superior a 30%. Quando aumenta a conta de luz, aumenta o custo da energia, todos os bens que compramos e todos os serviços que contratamos, impactando nos índices de inflação no país”, afirma Luiz Eduardo Barata.

O presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia alerta ainda para o fato de que, ainda que o consumidor economize, a conta de luz dos brasileiros é uma das mais caras do mundo.

“Isso se deve, principalmente, aos encargos adicionados ao custo da energia, da transmissão e da distribuição, fazendo com que a vida do consumidor tenha uma participação para energia elétrica superior a 20%. Isso faz com que muitas famílias tenham que deixar de consumir para poder pagar a conta de luz. Faz com que uma parcela grande da sociedade atrase o pagamento”, destaca. 

De acordo com a Frente, 40% do custo da energia elétrica no país são tributos, encargos e perdas. A entidade apresentou um pacote com 10 prioridades ao Ministério de Minas e Energia com objetivo de reduzir a conta do consumidor. Iniciar uma reforma do setor elétrico e reavaliar os subsídios existentes na tarifa cobrados do consumidor estão entre as medidas. 
 

Copiar textoCopiar o texto
30/12/2023 18:00h

O consumo histórico foi registrado em novembro — mais de 70 mil MW. Enquanto isso a expansão da produção energética em 2023 foi de 8,4 GW

Baixar áudio

O ano de 2023 bateu recordes quando o assunto é energia, tanto no consumo, quanto na produção. Vários fatores — entre eles o calor intenso dos meses de setembro a novembro — fizeram com que o consumo energético disparasse. Mas a produção, sobretudo de energia limpa e renovável, não ficou para trás. Este ano, o Brasil expandiu em 8,4 gigawatts (GW) a capacidade instalada de energia. Na prática, um adicional capaz de abastecer mais de 4 milhões de residências. 

Juntas, as usinas eólicas e solares representaram 90,4% do crescimento e os estados que tiveram maior participação nessa expansão foram Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Bahia. As usinas fotovoltaicas e eólicas também contribuíram para esse aumento e somaram 7,6 GW de expansão.

Calor histórico gera novo recorde de consumo de energia

O gerente de Análises e Informações ao Mercado da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Ricardo Gedra, explica que o aumento no consumo vem sendo acompanhado por um aumento na produção de energia. 

“Isso não representa nenhum problema de abastecimento para o país que estão com os reservatórios das hidrelétricas bem supridos e com muitas usinas eólicas e solares já em construção para atender a demanda do nosso país.”

Calorão foi um dos responsáveis pelo aumento do consumo

Segundo a CCEE, os meses que registraram o maior aumento de consumo de energia, foram justamente os mais quentes de 2023 — setembro e novembro — com altas de 7,6% e 11,4% respectivamente. 

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), setembro de 2023 foi o mais quente em 60 anos, com temperaturas passando dos 30ºC em praticamente todo o país. Com isso, o uso de aparelhos ventiladores e de ar-condicionado aumentou e o consumo de energia também. 

Para os próximos meses de verão o calor continua, como explica a meteorologia do Inmet Dayse Moraes. Mas segundo ela, as chuvas típicas da estação aliviam um pouco as altas temperaturas. 

“A gente tem esse aquecimento e as temperaturas elevadas, mas tem as chuvas, que são características dessa estação. Elas vem acompanhadas de raios, rajadas de vento, por conta do aquecimento e da alta umidade, no período da noite, temos as pancadas de chuva. E com a chuva, em alguns pontos mais intensos, tem a redução da temperatura.” 

Para janeiro, a previsão é de um mês típico: com calor e sol durante o dia e pancadas de chuva e vento na parte da tarde e da noite. 

Copiar textoCopiar o texto
27/12/2023 00:02h

Com uso intenso de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado nas residências e empresas, aumento chegou a 11,4% em novembro, segundo Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)

Baixar áudio

O recorde histórico de calor batido em novembro passado fez o consumo de energia elétrica disparar em todo o país. O aumento foi de 11,4% em relação ao mesmo mês de 2022, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Tudo isso graças ao aumento do uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores. 

A advogada Maria Alice Coutinho, que mora em Independência, no Ceará, cansou de sentir calor e comprou o aparelho de ar-condicionado. Já no primeiro mês viu a conta mais que dobrar. O valor passou de R$ 100 para R$ 250 por mês. “Eu costumo ligar o aparelho entre 23h e 6h da manhã, mesmo assim senti o impacto na conta.” 

Maria Alice faz parte dos consumidores do chamado mercado regulado, que inclui residências e pequenas empresas que contratam eletricidade diretamente das distribuidoras. Nesse segmento, o aumento chegou a 15,2% no comparativo anual.

O engenheiro elétrico Guilherme Barcellos explica que “a própria onda de calor pode explicar o aumento do consumo, uma vez que, com o maior calor, a tendência é dos equipamentos de ar-condicionado e refrigeração funcionarem por mais tempo e em potência máxima por um período maior”.

Além disso, o uso mais intenso dos equipamentos exige que a manutenção seja mais frequente e, caso ela não seja feita, a eficiência pode diminuir e a tendência é que esses aparelhos consumam mais energia, explica o engenheiro.

Última semana de 2023 será marcada por bastante chuva em grande parte do país

Setores da economia que mais consumiram 

Os setores de serviços e comércio foram os que mais tiveram aumento no consumo em novembro, 16,2% e 14,1% respectivamente. São ramos que, além do impacto da temperatura, com a necessidade de um uso mais intenso de equipamentos de refrigeração em shoppings, hotéis e supermercados, também usaram mais energia para garantir estoque para as festas de fim de ano.

Por conta disso, todos os estados do país aumentaram o consumo de eletricidade em novembro com relação ao ano passado. No Espírito Santo, essa alta do consumo de energia chegou a 28,4%. Em seguida, vem Mato Grosso (28%), Maranhão (22,9%), Acre (19,3%) e Rio de Janeiro (19,2%).

Dicas para aliviar o bolso

O engenheiro Guilherme Barcellos explica que a escolha do equipamento é um dos principais fatores para se conseguir equilibrar o consumo de energia. 

“O ideal é sempre buscar por equipamentos com a tecnologia inverter e que tenham classificação de consumo do Procel — aquela etiqueta que vem no equipamento – A ou superior. Além disso, é importante manter a manutenção em dia, equipamentos do tipo split Hi-Wall, comuns em residências e lojas comerciais, tipicamente precisam de uma limpeza realizada por profissional capacitado anual além da limpeza de filtros que pode ser feita pelo usuário.”

Barcellos ainda explica que a limpeza anual é fundamental para que o equipamento funcione em sua máxima eficiência e consuma menos energia. Outra dica importante é com relação a temperatura, que deve ser confortável para o ambiente — ela deve ficar entre 22ºC e 24°C. “Configurar o equipamento para temperaturas mais baixas não vai fazer com que o ambiente gele mais rápido. Além disso, vai fazer com que o equipamento trabalhe em potência máxima por mais tempo e, consequentemente, consuma muito mais energia, sem necessidade.”
 

Copiar textoCopiar o texto
14/09/2023 20:20h

Volume de compras por internet quase triplica em 3 anos; especialistas mostram pontos negativos e positivos do e-commerce, que tende a fechar empresas com exceção dos supermercados

Baixar áudio

Apenas os supermercados deverão sobreviver diante da preferência cada vez maior do consumidor brasileiro por fazer compras pela internet. A tendência de comprar através de plataformas virtuais veio para ficar e pode decretar a falência da maioria dos comércios do país, com exceção dos supermercados e hipermercados. Esta é a opinião de especialistas ouvidos pelo Brasil 61, que analisaram o cenário revelado por pesquisas e levantamentos, divulgados desde o período da pandemia. Os números demonstram que o Brasil quase triplicou as vendas eletrônicas, ao mesmo tempo em que hoje é o segundo no planeta onde a preferência do consumidor é usar o e-commerce.

Os números demonstram que o Brasil quase triplicou as vendas eletrônicas, ao mesmo tempo em que hoje é o segundo país no planeta onde a preferência do consumidor é fazer compras pela internet. De 2019 a 2022, o valor de bens e serviços comercializados no Brasil pela internet totalizou R$ 450 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O valor é mais que o dobro do triênio anterior  — entre 2016 e 2019  —, quando o montante de bens e serviços contratados através de plataformas virtuais foi de R$ 178,07 bilhões. 

Outro dado que demonstra o crescimento do setor vem da YouGov Global Profiles, multinacional especializada em pesquisa de mercado on-line. Segundo ela, cerca de 55,1% dos adultos no Brasil preferem comprar pela internet, em vez de optarem por lojas físicas. A porcentagem revelada pela pesquisa da YouGov está muito acima da média geral da América Latina, que é de apenas 35,1%. 

A pesquisa da YouGov abrange 48 países consumidores. A preferência dos brasileiros também se destaca no cenário global: em média, 40,1% dos entrevistados em todo o planeta dizem preferir fazer compras on-line — um número estatisticamente inferior ao do Brasil, que em comparação a outros países só perde para a China (maior mercado consumidor do mundo, devido ao excepcional número de habitantes do país asiático).

Para André César, cientista político especializado em economia, o volume do e-commerce brasileiro tende a crescer cada vez mais; “Esta é uma situação quase inevitável, devido à evolução tecnológica. É algo que se adequa ao dia a dia, cada vez mais corrido, cada vez mais puxado, cada vez com menos tempo", afirmou, para acrescentar: “Eu não vou sair para comprar um tênis: eu vejo o número, vejo o modelo, vou lá com o conforto de não ter que sair de casa”. 

Por outro lado, o especialista alertou para o lado negativo do crescimento inevitável do mercado eletrônico. “Aparentemente, essa modalidade reduz empregos. Ela fecha  aquele comerciozinho simpático do lado do seu bairro, diminui força de trabalho. E aí é um problema, que você tem que repensar, onde realocar esse pessoal”, afirmou.

Aumento da concorrência

Na visão do professor universitário Renan Silva, que leciona Economia no Ibmec Brasília, o principal ponto positivo provocado pelo crescimento das compras online é o aumento da concorrência. “As plataformas são abertas e globais  — e isso aumenta a base de comparação. Então, o consumidor, nesse ponto, é beneficiado na medida que tem uma maior concorrência, tanto em termos de qualidade de produto, como em termos de preço”, destacou. 

Outra grande vantagem, segundo ele, diz respeito às vantagens competitivas com relação ao preço, pelo motivo de as empresas do mercado eletrônico não terem as mesmas despesas das lojas físicas e também por disporem de uma logística otimizada, permitindo que o produto chegue com preço mais baixo na casa do consumidor.

“Essa tendência é tão forte que a gente até nota que muitos consumidores, por exemplo, hoje, vão passear nas lojas físicas, no shopping, com uma intenção de buscar entretenimento, experimentam produtos, verificam e, depois, ao chegar em casa, compram na plataforma, porque o custo da mercadoria realmente é mais baixo quando comprado nas plataformas de varejo”, observou o especialista. 

Supermercado é exceção

Por outro lado, Renan Silva concorda com o raciocínio de André César, a respeito da ruptura e da tendência de fecharem as portas de lojas e estabelecimentos comerciais tradicionais. De acordo com o economista, as grandes varejistas vêm enfrentando um considerável aperto financeiro, devido à concorrência, causada pelo novo comportamento do consumidor. 

“Eu poderia acrescentar que é uma tendência, isso não deve mudar, ao contrário, [as compras pela internet] deve ser um mercado que vai se consolidar, o consumidor vai ser privilegiado nesse ponto, que ele vai ter base comparativa global e de fato realmente haverá uma ruptura de mercado no varejo”, afirmou o professor. “À exceção dos supermercados e hipermercados, que deverão ter uma sobrevida ainda por um bom tempo”, diferenciou.

Copiar textoCopiar o texto
Economia
21/08/2023 15:05h

Setor registrou avanço de 3% no trimestre encerrado no mesmo mês

Baixar áudio

O consumo de bens industriais cresceu 1,7% em junho, em comparação a maio de 2023. 

Com este resultado, o setor registrou avanço de 3% no trimestre entre abril e junho. 

O consumo de bens industriais é definido como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações. 

Entre os componentes do consumo de bens industriais, a produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) avançou 2,1% em junho e as importações de bens industriais tiveram alta de 1,2% no mês. 

Porém, em comparação a 2022, ocorreram recuos neste indicador mensal e no trimestre móvel. 

A demanda por bens industriais retrocedeu no acumulado em doze meses até junho, o que aponta para um cenário de estagnação. 

Com relação às altas observadas no mês, o segmento da indústria extrativa foi aquele que mais teve ganhos positivos. A indústria de transformação também observou leve alta, de 0,7%. 

Houve aumento da demanda por bens intermediários e por bens de capital, em 1,2% e 0,3%, respectivamente. 

A única queda ocorreu com bens de consumo duráveis, que recuou 6,3%. 

Já os principais avanços na indústria de transformação ocorreram com os segmentos vestuário, produtos de madeira e metalurgia. 

No trimestre móvel, o destaque ocorre para o consumo aparente de metalurgia (7%) e derivados de petróleo e de biocombustíveis (6,6%).

Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA. 
 

Copiar textoCopiar o texto
24/05/2023 03:45h

Desafio é manter taxa de crescimento nos demais trimestres do ano

Baixar áudio

O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 1,6% na atividade econômica no primeiro trimestre de 2023, em relação ao quarto trimestre de 2022. Em relação há um ano, o crescimento da economia no primeiro trimestre foi de 2,6%. Há maior crescimento também comparado a março de 2023, em 1,8%, e a fevereiro, em 4,5%. 
Este é o maior crescimento trimestral ocorrido desde o primeiro trimestre de 2022. 

O expressivo desempenho da agropecuária, em 10,9%, contribuiu para o crescimento da economia em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Além da agropecuária, destaca-se o setor de serviços que contribui para impulsionar a economia, com crescimento em praticamente todas as suas atividades.

Na agricultura, a soja foi a principal componente de crescimento da categoria. Porém, grande parte da produção de soja acontece no primeiro trimestre do ano, o que pode ser um indicativo de possível desafio para manutenção de igual produtividade agrícola ao longo do ano. Este desafio se estende também para o crescimento da economia como um todo, não raro ancorada na produção agropecuária.    

O consumo das famílias também cresceu no primeiro trimestre, em 4,7%. Além dela, a formação bruta de capital fixo, compreendida como investimento real na economia, cresceu 0,2% no período. Porém, este crescimento é considerado fraco e se deve à retração de 3,4% da componente de máquinas e equipamentos, já que outros setores da formação bruta de capital fixo cresceram, como o de construção. 

A taxa de investimento, como pode ser compreendida a razão entre Formação Bruta de Capital Fixo e Produto Interno Bruto, foi considerada abaixo da taxa média de investimento desde os anos 2000, a qual se encontra no patamar de 18%. No primeiro trimestre de 2023, a taxa de investimentos na economia foi de 15,7%. 

Já as exportações de bens e serviços cresceram 5,7%, bastante impulsionadas pelos produtos de extrativa mineral e de serviços. As importações, após 8 meses de crescimento, retraíram em 2,1%, devido, principalmente, à queda de produtos agropecuários. 

Os dados acima são provenientes do Monitor do PIB-FGV e antecedem, mensalmente, os resultados oficiais das chamadas Contas Nacionais Trimestrais divulgadas pelo IBGE. O monitor estima variáveis que compõem o PIB brasileiro, em volume e em valor. 

Copiar textoCopiar o texto