Comércio

29/06/2024 00:03h

Especialistas avaliam que a cobrança de 20% sobre compras de até US$ 50 pela internet contribui para a igualdade de competição comercial, mas ponderam prejuízo aos pequenos compradores. Taxa não vale para medicamentos. Lei entra em vigor em 01/08

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A chamada “taxação das blusinhas”, que estabelece cobrança de 20% de Imposto de Importação sobre compras de até US$ 50 (aproximadamente R$ 275) pela internet, foi sancionada pelo presidente  Luiz Inácio Lula da Silva no dia 27 de junho. A Lei 14.902, de 2024 também cria o Programa Mover, de incentivo à mobilidade sustentável e valerá a partir do dia 1° de agosto.

As compras de até US$ 50 em sites internacionais eram isentas de Imposto de Importação – desde que os sites estivessem inscritos no Programa Remessa Conforme, desde agosto de 2023. As transações pagavam 17% de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – tributo estadual.

O que muda?

Pela nova lei, além do ICMS, o consumidor será taxado em 20% sobre o valor da compra de até US$ 50. Acima desse valor até e até US$ 3 mil, a taxação será de 60% e será concedido desconto de US$ 20 na tarifa a ser paga.

A medida era um pedido de varejistas brasileiras sob argumento de que ocorria concorrência desleal, em especial, em relação aos sites de comércio eletrônico chineses. Inclusive, a advogada tributarista e sócia do Lavocat Advogados, Mirian Lavocat, avalia que a medida contribui para a igualdade na competição entre a indústria brasileira e a internacional.

"A tributação de 20% é uma medida que proporciona uma redução da desigualdade tributária e permite que empregos e geração de riqueza voltem a acontecer no Brasil, porque nós temos, nesses últimos anos, uma expressiva diminuição do setor têxtil e uma diminuição drástica do número de empregos", afirma a advogada. 

O economista Gilberto Braga também defende o papel da medida para o comércio nacional, mas pondera que é algo prejudicial aos consumidores brasileiros.

“Obviamente que é uma decisão que prejudica o consumidor final, sobretudo o comprador de itens baratos considerados de pequena monta, mas por outro lado ajuda a indústria nacional, a indústria brasileira, a poder competir com esses produtos”, destaca Braga.

“O ideal é que na verdade nós pudéssemos ter uma carga tributária nacional menor para que o brasileiro pudesse competir com o estrangeiro dentro de padrões de tributação internacionais”, completa o economista.

Remédios

De acordo com o governo, a taxação de 20% do Imposto de Importação não incidirá sobre medicamentos comprados por pessoas físicas. O Executivo deve publicar uma medida provisória para regulamentar a decisão e garantir a isenção aos medicamentos.

O economista Gilberto Braga destaca a importância de não taxar os medicamentos. “É uma decisão correta na medida em que você cobrar tributos de medicamentos importados, você está cobrando sobre itens que normalmente não são produzidos no Brasil, então de alguma forma você, se cobrar esse tributo, acabaria por onerar o doente ou a pessoa que precisa daquele medicamento”, avalia Braga.

Programa Mover

O Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) foi aprovado em junho pelo Congresso e prevê incentivos financeiros e redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de veículos com menor emissão de gases do efeito estufa. 

Segundo o governo,  os incentivos chegam a R$ 3,5 bilhões para 2024, somando R$ 19,3 bilhões em cinco anos. O programa já estava em vigor, por meio da Medida Provisória 1.205/2023, mas perdeu a vigência em 31 de maio sem ter sido votada.

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20/06/2024 00:05h

Especialistas analisam que a taxação das compras feitas em sites do exterior terá maior impacto em empresas brasileiras que revendem estes produtos do que entre os consumidores

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A taxação em 20% de compras online no valor de até 50 dólares feitas em sites internacionais por consumidores brasileiros terá um efeito amargo para empresas nacionais que importam produtos estrangeiros para revender no país. Essa é a análise do tributarista Guilherme Di Ferreira, head da área tributária do Lara Martins Advogados.

Segundo ele, após a medida passar a vigorar no Brasil, empresas que importam estes produtos que estão no escopo da proposta, vão sofrer uma concorrência acirrada na briga por consumidores finais, uma vez que terão que pagar o imposto federal em relação à essas importações e, consequentemente, repassar este custo ao valor global do produto em revenda. O que não vai acontecer com o consumidor final brasileiro que decida manter a prática em comprar em sites internacionais, mesmo pagando o tributo.

"As empresas brasileiras não conseguirão concorrer com as compras de pessoas físicas em sites estrangeiros, porque elas terão que repassar o valor da tributação e, além disso, colocar sua margem de lucro e seu custo, o que trará muita onerosidade para o valor final do produto", destaca o especialista.

Diante desse cenário desfavorável, Di Ferreira afirma que as importadoras brasileiras terão que usar de várias estratégias para se manter no mercado e conquistar clientes. "Então, as empresas brasileiras terão que mostrar outras oportunidades, como agilidade da entrega do produto, já existir o produto a pronta entrega ou tentar comprar volumes maiores para reduzir o valor global para revenda", acrescentou.

Tributo

Já em relação à empresas internacionais que vendem seus produtos ao Brasil por meio de seus sites eletrônicos, o tributarista explica que elas também serão mais controladas, da mesma forma que as brasileiras e os consumidores finais, em relação às vendas para o país.

Ele também afirma que, com a taxação, empresas como Shopee, Shein e Ali Express, que detêm grande público consumidor no Brasil, terão que encontrar estratégias para não perder clientes por conta da cobrança do imposto. "Ou terão que reduzir a sua taxa de lucro para que compense o valor da nova tributação ou então levar descontos no valor final do produto, para que seja atrativo para o consumidor final brasileiro continuar fazendo suas compras em sites internacionais", avaliou.

Impacto

Quando se olha para o consumidor final, Di Ferreira ressalta que o impacto natural será o aumento do valor final que será pago naquela compra. "Ele não vai estar pagando mais no produto, mas estará pagando mais tributos. Então, ele estará gastando mais para o mesmo produto e isso leva a um impacto consequente, que será a opção do consumidor de deixar de consumir aquele produto", analisou. 

"Possivelmente, os consumidores não irão adquirir os produtos vendidos aqui no Brasil, pois os produtos terão um valor muito mais elevado e, até mesmo pode ser que os consumidores continuarão a fazer suas compras internacionais, pois mesmo com uma tributação maior o produto será mais barato do que o mesmo produto vendido no Brasil", observou Guilherme.

'Malha fina'

O especialista em direito tributário Asafe Gonçalves aponta que a cobrança de fato do tributo somente será feita se o produto estrangeiro for fiscalizado na Receita Federal. 

"Se a Receita Federal pegar algum lote desse, de remessa que tá vindo de fora, ela pode aplicar a taxação e aí vai ficar a critério do contribuinte se ele vai manter ou não o produto e se vai valer a pena ou não pagar aquela taxa", afirmou.

Di Ferreira tem posicionamento semelhante. Segundo ele, as implicações do ponto de vista jurídico a empresas brasileiras e consumidores finais brasileiros é que não mais conseguirão deixar de pagar os tributos relativos às compras internacionais, pois agora o governo terá um maior controle de quais compras acontecem e qual o consumidor, seja pessoa física ou jurídica, está fazendo essa compra e se está sendo feita para revenda ou para consumo final. "De toda a forma será taxado, sintetiza.

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15/06/2024 03:00h

Segundo Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, abril fechou com alta de 0,9% nas vendas do setor

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Pelo quarto mês consecutivo, as vendas do comércio no Brasil fecharam com saldo positivo, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (13). A alta em abril foi 0,9% maior na comparação com o mês anterior e 2,2% maior que o mesmo mês de 2023.

No acumulado do ano, o varejo já registra 4,9% de crescimento e, nos últimos 12 meses, alta de 2,7%. De acordo com o gerente da PMC, Cristiano Santos, quatro meses de crescimento do comércio varejista brasileiro só aconteceram em meados de 2023. "Naquele momento, houve quatro resultados não negativos. Acontece que, dessa vez, os resultados tiveram uma maior amplitude. Então, a variação final desses quatro meses foi maior do que aquele momento de 2023, em que o comércio experienciava crescimentos muito baixos, muito próximos de zero", disse.

Resultado positivo

O especialista acrescenta que esse resultado positivo do primeiro quadrimestre posiciona o índice de base fixa, com ajuste sazonal, no seu nível histórico. "Na verdade, em fevereiro o nível recorde já tinha sido atingido, só que agora ele se amplifica", acrescentou. 

Dentre as oito atividades pesquisadas, cinco registram êxito em abril, com destaque para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (14,2%) e Hiper, supermercados, produtos  alimentícios, bebidas e fumo (1,5%).

Crescimento econômico

Para o economista Cesar Bergo, esses números positivos contribuem para a manutenção do crescimento econômico do país, que já projeta para o final do ano um crescimento em torno de 2%. "O varejo tem sustentado esse crescimento. Também esse aumento nas vendas do varejo pode manter o mercado de trabalho aquecido, com contratações e melhorias nas rendas dos trabalhadores", disse.

Bergo acrescenta que políticas adotadas pelo governo federal, como a antecipação do décimo terceiro e o programa Desenrola, vêm estimulando o consumo e movimentado significativamente o varejo.

Mas, sinaliza, o mercado esperava um crescimento maior do varejo em abril. A expectativa era que fosse um crescimento em torno de 1,3%. Para o economista, o varejo ampliado, que contempla veículos e motos, por exemplo, contribuíram para que a expansão das vendas do comércio não avançassem mais.

"Mas de qualquer forma, vem sustentando esse crescimento e ajudando que o PIB do país se mantenha positivo. "Lembrando que esses números não contemplam as questões no Sul do país. Esses números devem vir em maio, de forma negativa", observou o economista. 
 

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10/06/2024 00:04h

O volume apresentaria crescimento de 5,6% em relação à data de 2023, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Confira dicas de presentes

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O Dia dos Namorados é a sexta data comemorativa mais importante do varejo no Brasil em relação à movimentação financeira. Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê que o comércio varejista movimente R$ 2,59 bilhões de vendas em 2024. Caso a expectativa se confirme, o volume apresentaria um crescimento de 5,6% em relação à data de 2023.

A pesquisa aponta que o segmento de vestuário, calçados e acessórios está em destaque nas vendas na data, que deverá movimentar R$ 1,083 bi. O ramo tende a apresentar aumento real de 6,7% em comparação a 2023, que teve R$ 1,01 bi movimentados.

Já o segmento de utilidades domésticas e eletroeletrônicos também deve alcançar vendas expressivas com relação às vendas totais, com estimativa de R$ 727 milhões ou 28%. O montante avança 3,2% no comparativo anual. Já as vendas de itens de farmácias, perfumarias e cosméticos tendem a avançar pouco (1,6%) e devem responder por pouco mais de 10% de toda a movimentação financeira esperada pelo setor de varejo.

O economista André Galhardo explica os motivos que sustentam uma melhora não só do Dia dos Namorados, mas em diferentes aspectos do comércio brasileiro.

  • redução da taxa de juros do país;
  • melhora no mercado de trabalho, com mais pessoas trabalhando e volume maior de consumo;
  • redução relativa da inflação.

"Não é que a gente esteja num ambiente deflacionário, com queda nos preços, mas a gente tem um avanço mais sutil dos preços. Com a inflação relativamente menor sobra um espaço um pouco maior dentro do orçamento familiar para que as famílias possam consumir outros bens além daqueles de primeira necessidade", frisa André Galhardo.

Segundo o economista, a expectativa é para um bom cenário no comércio brasileiro ao longo de todo o segundo trimestre em função dos três elementos citados acima.

A pesquisa demonstra que parte da expectativa de avanço das vendas em uma data comemorativa pode ser atrelada ao comportamento recente do mercado de crédito, como a redução no comprometimento da renda das famílias, que atualmente está próximo a 30% – sendo no menor patamar em três anos –, bem como da redução dos juros das operações de crédito.

Presentes

A data comemora o amor e nada melhor do que adoçar a vida do companheiro ou companheira com chocolate. É o caso de Darlene Alves, 34 anos, profissional de recursos humanos, moradora de Arapoanga no Distrito Federal. Ela é casada, mas sempre agrada o parceiro com chocolates no Dia dos Namorados. "Eu sempre compro presente nessa data. Acho importante comemorar. Este ano ainda não comprei o presente, mas pretendo comprar. Geralmente eu compro algum chocolate", conta.

Para quem prefere presentear de outra forma, a empresária Jacqueline Ferreira, 31 anos, proprietária da Já Que Amou Maquiagens – com lojas localizadas em três regiões administrativas do Distrito Federal  (Asa Norte, Núcleo Bandeirante e Taguatinga Sul), que presta curadoria na hora de escolher maquiagens nacionais, elenca dicas de como escolher produtos de beleza para presentear no Dia dos Namorados:

  • Vá a lugares especializados com a foto da pessoa amada para identificar gostos e hábitos. Exemplos: se a pessoa faz uso de cílios postiços e cor de batom;
  • Evite produtos específicos sobre tons de pele. Exemplos: bases, pós e corretivos. Se quiser arriscar, pós translúcidos soltos para peles claras de pós-bananas soltos para peles escuras;
  • Produtos de cuidado e preparação de pele também são uma boa escolha;
  • Coleções de maquiagens que têm a ver com o estilo da pessoa amada, como os gostos e hobbies;
  • Perfumes importados. "Para quem diz que quando acaba o perfume, acaba o amor, é só repor o estoque", brinca Jacqueline.

Propaganda

Uma pesquisa da Tunad, plataforma de Inteligência de Mídia, mostra aumento de pelo menos 10% nos investimentos em publicidade televisiva relacionados ao Dia dos Namorados em 2024. O levantamento considera as inserções publicitárias na televisão e as buscas realizadas por marcas no Google e abrange TV aberta de São Paulo e canais de TV paga.

O COO da Tunad, Ricardo Monteiro, destaca que a televisão é um caminho para compras online. Ele também menciona que os anúncios que mais aparecem no período da data comemorativa. 

"A televisão é um dos fatores geradores de demanda. É natural que a televisão, ela vá levar a um grande aumento do número de pessoas online buscando alguma coisa que elas viram e lhes interessou. Agora, normalmente, no Dia dos Namorados, o que que a gente vê, olhando pelo tipo de anúncio que foi colocado no ar, normalmente o que a gente mais vê é perfume, é chocolate, flores", diz.

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O resultado veio após quatro meses consecutivos de alta. O apontamento foi realizado pelo Portal do Comércio do SENAC, nesta sexta-feira (31)

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O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 0,2% em maio, após quatro meses consecutivos de alta. O índice é responsável por avaliar as condições atuais, as expectativas de curto prazo e as intenções de investimento dos negócios do setor. O apontamento foi feito pelo Portal do Comércio do SENAC, nesta sexta-feira (31). 

De acordo com a pesquisa, o fator positivo foi o aumento da intenção de contratação de funcionários, principalmente, dentre os empresários de bens semiduráveis.

O Icec marcou 106,9 pontos em maio. O maior destaque mensal para os comerciantes foi a confiança em relação às condições atuais da economia, com redução de 2,3% em relação ao mês anterior, revelando maior cautela dos empresários em relação à economia e seus impactos no comércio. Com isso, o subindicador de condições atuais continuou sendo a principal influência da confiança do empresário, -2,1%.

Porém, os gestores estão sendo mais contidos em relação às expectativas do mercado de crédito, uma vez que não estão conseguindo ajustar os orçamentos das empresas, levando em conta que o saldo da carteira de crédito com recursos livres das pessoas jurídicas apresentou recuo de 0,7% no primeiro trimestre de 2024.

Apesar de o mercado de crédito não estar totalmente favorável, o indicador das intenções de investimento teve o maior crescimento mensal, chegando a 0,9%. O único item com queda nesse âmbito foi a Intenção de investir na empresa, que chegou a bater  -0,4% após quatro meses com alta. 

Segundo Newton Marques, economista, mestre e doutor em Economia pela UFPE, e membro do Corecon-DF, a preocupação dos comerciantes precisa ser levada em consideração. 

"Existe maior cautela dos empresários em relação à economia. Se compararmos maio com abril, a queda foi ainda mais elevada, de 2,3%. E quando comparado maio de 2024 com maio de 2023, a queda é de 1,4%. É curioso que essa pesquisa capte esse momento em que há uma redução do desemprego, mas o pessimismo que toma conta dos empresários do comércio tem que ser levado em conta porque é a partir das vendas do comércio que as indústrias recebem as encomendas", explica.

O item de maior evolução nos investimentos foi novamente a Intenção de Contratação de Funcionários, com 1,9%, indicada pelos consumidores na ICF de maio. A maior parte dos empresários busca aumentar seu quadro de empregados, que já marca 63,7%, o maior percentual do ano, o que mostra que os resultados positivos, observados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged), devem continuar. 


 

Em relação à percepção atual do comércio, a atividade de supermercados, farmácias e lojas de cosméticos foi a que apresentou mais confiança, com indicador de 85,7 pontos, apesar do maior recuo mensal. Já os comerciantes de roupas, calçados, tecidos e acessórios perceberam uma melhora mensal nas condições do setor.

 

Todos os segmentos apresentaram queda de suas expectativas para o setor. Contudo, apesar de os empresários de produtos duráveis e de bens não duráveis terem tido queda mensal nesse indicador, continuam apresentando o maior nível e em patamar 4,9% acima do observado em maio do ano passado, com 120,8 pontos percentuais.
 

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22/05/2024 00:06h

Pesquisa da CNC mostra que o principal motivo é o acesso a crédito facilitado, incentivado pelas baixas da taxa Selic

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A intenção de consumo das famílias brasileiras (ICF) aumentou pelo segundo mês consecutivo em 2024. A alta foi de 1,3% em maio em comparação com abril. Já na análise anual, o crescimento do indicador foi de 6,4%. Os dados são de uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Na comparação mensal, o destaque que incentivou o aumento do consumo foi o Índice de Acesso ao Crédito que avançou 2,2%. Segundo a CNC, o resultado condiz com o momento de baixas da taxa Selic. Neste mês, 31,4% dos consumidores consideraram mais fácil tomar crédito — o maior percentual desde abril de 2020.

Outro fator que contribuiu para o crescimento do consumo das famílias brasileiras é o aumento da taxa de emprego e renda, como explica o economista-chefe da CNC,  Felipe Tavares.

“Com a melhoria do mercado de trabalho, com a melhoria da renda das famílias e a diminuição dos juros brasileiros, as famílias começaram a entender que agora é o momento para compra de bens. Com um ticket mais elevado, como bens duráveis, é um momento apropriado.”

Segundo a pesquisa da CNC, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o mercado de trabalho formal no Brasil avançou 1,6% no primeiro trimestre de 2024.

Com o cenário atual favorável, a Perspectiva de Consumo das Famílias teve crescimento de 1,1% em maio e de 3,8% na análise anual. De acordo com a avaliação da CNC, o indicador encontra-se em patamar satisfatório (105,8 pontos), diferentemente do indicador de consumo atual que ainda está em 88,1.

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05/05/2024 18:30h

A previsão de faturamento este ano é de R$ 5,10 bilhões, um crescimento de 2,1% em relação a 2023

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Os setores de vestuário, calçados e acessórios devem liderar as vendas no Dia das Mães, com uma previsão de faturamento de R$ 5,10 bilhões este ano. O valor corresponde a um crescimento de 2,1% em relação a 2023. Outros setores que também devem registrar vendas significativas incluem farmácias, perfumarias e lojas de cosméticos (R$ 2,64 bilhões), móveis e eletrodomésticos (R$ 1,83 bilhão) e utilidades domésticas e eletroeletrônicos (R$ 1,63 bilhão). A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

No total, de acordo com a pesquisa, o comércio varejista voltado para o Dia das Mães deverá alcançar R$ 13,23 bilhões este ano. Se confirmada, essa previsão representará um aumento de 3,5% em comparação ao valor movimentado no ano passado.

Yashilla Vaz, estudante de direito de 20 anos e moradora de Uberlândia (MG), conta que procura dar para a mãe dela joias, como relógios por exemplo; sapatos e pijamas. Ela diz que não sentiu tanta diferença nos preços com relação ao ano passado.

“Dá pra encontrar preços acessíveis, dependendo do que deseja dar e, obviamente, tem uma diferença em relação ao ano passado, eu acredito que deu uma aumentada, mas não foi tanto assim, de no máximo 10%, que foi o que eu analisei este ano”, conta.

Volume de vendas e contratação

O otimismo para o Dia das Mães deste ano decorre da melhoria das condições de consumo. Após atingir um pico de 59,87% ao ano em maio de 2023, a taxa média de juros para operações com recursos livres para pessoas jurídicas começou a cair, chegando a 52,46% ao ano, em fevereiro, o menor nível desde junho de 2022 (51,51% ao ano), de acordo com dados do Banco Central.

Há expectativa de aumento real nas vendas e, com isso, a contratação esperada é de 25,9 mil trabalhadores temporários para atender à demanda sazonal neste ano, superando as 23,79 mil vagas do ano passado. O salário médio de admissão deve ser de R$ 1.794, um aumento de 7,1% em comparação com a mesma data de 2023. De acordo com a CNC, cerca de 6,8 mil dessas vagas temporárias devem se tornar efetivas após o Dia das Mães.

Outros cenários 

Guidi Nunes, economista da Cooperativa Brasileira de Serviços Empresariais (CBRASE), avalia que houve estabilidade nos resultados desde 2021. O ano de melhor venda foi no Dia das Mães de 2014, com R$ 14,4 bilhões e o de menor venda foi o de 2020, com R$ 8,20 bilhões decorrente da pandemia.

“Na medida em que a população vem conseguindo pagar suas contas, reduzir suas dívidas e ter perspectivas de permanecer mais tempo empregada diante de eventual queda na taxa de juros, este cenário vai favorecer a melhoria nas vendas, tendo o crédito como alternativa, principalmente para a compra de bens duráveis”, comenta. 

De acordo com dados do Banco Central, no início do ano, o comprometimento médio da renda dos brasileiros com dívidas caiu para menos de 24%. A inadimplência também segue essa tendência, ficando em 5,5% do crédito para pessoas físicas em fevereiro, o menor índice desde julho de 2022. Outros fatores favoráveis incluem a taxa de desemprego, que está no menor patamar em uma década, e a desaceleração da inflação, que subiu apenas 1,4% no primeiro trimestre, o menor valor para esse período nos últimos quatro anos.

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15/04/2024 16:00h

A estimativa da CNC é de que vendas totais em fevereiro atingiram R$ 209,9 bilhões

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O volume de vendas do comércio varejista brasileiro cresceu 1,0% em fevereiro. Esse desempenho levou o volume de vendas do varejo ao seu ponto mais alto desde o início da série histórica em 2000. A estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é de que vendas totais em fevereiro atingiram R$ 209,9 bilhões. As informações são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Fabio Bentes, economista sênior da CNC, afirma que ao longo do anos, os juros têm caído e hoje estão no menor patamar há um ano e meio. 

“Isso ajuda diversos segmentos do comércio, ajuda a desafixar o orçamento da população, que andou bastante apertado por conta dos problemas decorrentes da pandemia,;e vai ajudar aqueles segmentos que ainda não conseguiram se recuperar do tombo causado pela crise sanitária”, aponta.

O segundo avanço consecutivo nas vendas do comércio varejista em 2024 foi impulsionado pelo setor de farmácias, perfumarias e cosméticos, registrando um aumento de 9,9% — em janeiro, esse segmento tinha apresentado uma queda de 1,1%.

De acordo com a pesquisa, parte desse aumento foi atribuído à antecipação do aumento dos preços dos medicamentos, autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a partir de abril, com uma margem de até 4,5%. Outros segmentos de destaque foram as lojas de artigos de uso pessoal e doméstico (+4,8%) e o setor automotivo (+3,9%). 

Expectativas

Para os próximos meses, o economista Cesar Bergo afirma que há expectativas de melhorias para o comércio varejista. Ele afirma que esse resultado acaba melhorando também a probabilidade do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 — e que inicialmente as previsões variavam entre 1.5% e 1.7%, mas com o resultado do varejo pode apontar para um crescimento acima de 2%, podendo chegar até 2.2%.

 “As expectativas são de melhoria nesse cenário de cenário de taxa de juros, com a queda gradativa da Selic. E com a inflação que tem ficado abaixo de 4%. É lógico que esse movimento do varejo acaba, de alguma forma, impactando o segmento de serviços — o que é uma preocupação do Banco Central. Mas de qualquer forma, não tenha dúvida que esses números surpreendem positivamente", enfatiza.

Para Lélio Reis, sócio proprietário do Madô Burger Brasília, a tendência é que o comércio varejista continue melhorando ao crescimento da economia. “Nós abrimos mais uma unidade do restaurante e trouxemos a expansão da hamburgueria do Mato Grosso a Brasília. Então estamos sentindo essa melhora na economia”, pontua.

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14/03/2024 00:01h

Os estados que mais devem se destacar com vendas no período são Santa Catarina, com elevação de 7,4%; e Minas Gerais, com salto de 7,2%

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O comércio varejista do Brasil projeta faturar, este ano, R$ 3,44 bilhões em vendas relacionadas à Páscoa. Se conformada, a projeção deve representar um salto de 4,5% na comparação com o ano passado, já descontada a inflação. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (13) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).  

Os estados que mais devem se destacar com vendas no período são Santa Catarina, com elevação de 7,4%; e Minas Gerais, com salto de 7,2%. Já quanto ao volume de vendas, os maiores valores devem ser percebidos em São Paulo, com um total estimado em R$ 948,08 milhões. 

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Outros valores expressivos devem ser registrados em Minas Gerais (R$ 352,57 milhões), Rio de Janeiro (R$ 243,19 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 194,18 milhões). Juntos, esses estados podem responder por 51% do volume financeiro a ser gerado pela Páscoa de 2024. 

A expectativa de vendas pelo varejo nesta época do ano leva em conta, entre outros fatores, o volume de importação de produtos típicos. De acordo com o levantamento da CNC, a quantidade importada de chocolates, por exemplo, em 2024, chegou a 3,35 mil toneladas, ou seja, um salto de 21,4% em relação a 2023. Outro produto que costuma ser importado nesse período, o bacalhau, apresentou elevação significativa no volume importado, com alta de 69,9% frente a Páscoa do ano passado. 
 

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27/02/2024 04:30h

Variação de 0,60% no IPC semanal pode ser um fator de contribuição para aumento nos preços

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O mês de fevereiro pode ser mais difícil de fechar as contas para alguns comerciantes. Por causa do período de festas de carnaval e saída da cidade, as rotinas foram alteradas durante o mês. Enquanto parte do comércio e o turismo se beneficiaram desse clima carnavalesco, outras tiveram dificuldades. 

Cenário que já vem sendo percebido pela cozinheira Joelma Pereira, 40, dona de um restaurante no Gama, no Distrito Federal. Ela conta que, neste mês, não tem conseguido manter as contas em dia. Os produtos que ficaram mais caros também têm contribuído para mudanças no estabelecimento. 

“Estou tendo que escolher qual conta pago hoje, qual deixo para amanhã, em vez de manter os pagamentos diários, como estava fazendo antes. Infelizmente, em fevereiro eu tenho que escolher no dia, por causa desse aumento que tenho sentido no resultado final. Quando pago tudo que costumava comprar, por exemplo, em dezembro e janeiro dava um valor e em fevereiro tem dado R$ 200, R$ 300 a mais”, relata. 

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) — que abrange sete capitais do país — da terceira quadrissemana de fevereiro de 2024 variou 0,60% e acumula alta de 3,64% nos últimos 12 meses.

Cinco dos oito setores que compõem o índice registraram alta: Transportes (0,36% para 0,63%), Habitação (0,11% para 0,23%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,50% para 0,61%), Vestuário (-0,20% para 0,06%) e Comunicação (0,34% para 0,48%) apresentaram avanço em suas taxas de variação. A gasolina saiu de 0,84% para 1,70%. 

De acordo com o economista Raimundo Souza, o aumento nos Transportes pode ser um dos motivos para os comerciantes da área de alimentação sentirem os preços mais altos. 

“Essa variação positiva no item transportes traz um impacto no bolso do consumidor. E isso é influenciado bastante por conta de variações no preço dos combustíveis, principalmente da gasolina, então isso realmente impacta no dia a dia das pessoas”, avalia. 

Já o grupo Educação, Leitura e Recreação teve queda de 0,73% na segunda quadrissemana para -0,14% na terceira. Alimentação (1,38% para 1,18%), principalmente hortaliças e legumes, e Despesas Diversas (2,33% para 1,81%) também registraram reduções. 

Normalidade

No entanto, o economista Luigi Mauri explica que não há motivos para preocupação porque essa variação não impacta diretamente no dia a dia da população, já que é um acompanhamento semanal, —e é saudável que os preços subam em uma economia em expansão. 

“Uma economia em deflação, com os preços em queda, é uma economia que não cresce, em que os salários não estão aumentando. Em uma economia como a nossa, em que os salários reais estão crescendo, o PIB está crescendo, economia em expansão, é saudável que se tenha uma inflação. O Brasil está cumprindo as metas de inflação e é muito importante que se olhe para agregados do dado e não somente para dados isolados”, comenta.

Seis das sete capitais pesquisadas registraram decréscimo no IPC-S: Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Apenas São Paulo teve aumento, de 0,76% para 0,82%. 

Nas vendas no varejo, em geral, neste ano, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta um avanço modesto, com um crescimento estimado de 1,1% em comparação com 2023, mesmo com as perspectivas positivas de queda da inflação. No início de fevereiro, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicou que o varejo cresceu 1,7% em 2023 — abaixo dos patamares observados antes de 2018, quando o setor registrava índices acima de 2%.

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