Emprego

Levantamento da CNI aponta que juros altos e incertezas internacionais continuam afetando expectativas do setor

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A confiança do empresário industrial brasileiro voltou a cair em agosto, segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na quarta-feira (13). O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou 46,1 pontos, recuo de 1,2 ponto em relação a julho, e permanece abaixo da linha de 50 pontos pelo oitavo mês seguido, que representa sinal de falta de confiança no setor.

O movimento foi influenciado principalmente pela piora das projeções para os próximos meses. O Índice de Expectativas, que mede a percepção sobre o futuro da economia e das próprias empresas, caiu de 49,7 para 47,8 pontos, acumulando dois meses consecutivos em quadro negativo, após mais de dois anos de resultados positivos.

De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a combinação de juros elevados desde o fim de 2024 e o agravamento das incertezas no cenário externo vêm enfraquecendo a confiança. “A confiança vem sendo contaminada pela elevação das taxas de juros desde o final do ano passado. Isso vem contaminando tanto as expectativas quanto a avaliação das condições de negócio. Isso aconteceu ao longo de todo o primeiro semestre deste ano, mas agora em agosto, além disso, a gente tem um agravamento do cenário externo. Trouxe bastante incerteza e certamente isso também ajuda a explicar essa piora nas expectativas”, avalia.

Para Hugo Leonard, economista, o resultado mostra que o pessimismo já se tornou estrutural. “O setor industrial segue navegando em águas turbulentas. O fato de este ser o oitavo mês consecutivo abaixo da linha dos 50 pontos indica um quadro estrutural de incerteza, e não apenas um soluço momentâneo. Em termos práticos, esse desânimo na indústria pode se traduzir em menos contratações, cortes de produção e adiamento de projetos. É um alerta não apenas para o setor, mas também para formuladores de política econômica: se a confiança não reagir, a recuperação industrial pode ser mais lenta que o previsto”, analisa.

O Índice de Condições Atuais, que reflete a percepção sobre o momento presente, oscilou de 42,4 para 42,6 pontos, mantendo avaliação negativa sobre a situação das empresas e da economia. José Augusto Almeida, sócio e head de Inteligência e Dados da empresa Rock Mais, observa que o cenário já afeta diretamente decisões estratégicas. “Quando a confiança da indústria se mantém abaixo da linha do otimismo por vários meses, o reflexo no mercado é claro, empresas adiam investimentos, desaceleram contratações e evitam assumir riscos. Esse comportamento cria um efeito em cadeia, apertando fornecedores, reduzindo demanda por insumos e pressionando cadeias produtivas”, explica.

O ICEI é apurado mensalmente pela CNI e nesta edição ouviu 1.177 empresas, sendo 474 de pequeno porte, 423 de médio porte e 280 de grande porte, entre 1º e 7 de agosto de 2025.

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12/08/2025 03:00h

Líderes entre 21 e 40 anos já são quase 28% dos sócios no setor e impulsionam inovação e crescimento

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Jovens de 21 a 40 anos estão cada vez mais presentes no comando de indústrias brasileiras, redesenhando o perfil da liderança empresarial no país. Eles já representam 27,9% dos sócios no setor e foram responsáveis por 8,1% das contratações formais entre 2022 e 2023, quase o triplo das realizadas por empresas sem participação de jovens.

Os dados fazem parte do estudo Empreendedorismo Industrial – O perfil dos novos líderes, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL). O levantamento mostra que essa nova geração chega com mentalidade mais digital, com foco em inovação e sustentabilidade, mesmo em empresas de cultura tradicional.

Segundo a gerente de carreiras e desenvolvimento empresarial do IEL, Michelle Queiroz, empresas com sócios jovens crescem mais e geram mais empregos por reunirem fatores como mentalidade mais arrojada, domínio de tecnologias emergentes, tolerância ao risco e capacidade de adaptação. “Os jovens líderes trazem energia, questionamento e propósito, enquanto os mais experientes oferecem visão estratégica e estabilidade. Quando bem conduzido, esse equilíbrio resulta em maior capacidade de geração de empregos, transformação cultural e impacto positivo no setor industrial”, destaca.

Um exemplo é Diana Castro, 39 anos, coordenadora nacional do Movimento Novos Líderes Industriais e sócia da Hebert Uniformes, empresa de sua família, com 63 anos de história na indústria de confecção da Bahia. Para ela, o preparo para assumir a liderança de uma empresa familiar exige maturidade, capacitação e visão estratégica. “Eu acredito que sucessão não é apenas sobre quem assume. É um compromisso que ele vai além da empresa. Quando a gente fala de empresa familiar, envolve todo um legado que foi construído, uma história de muitas pessoas, impacta a empresa, a comunidade, todo o setor. Essa transição de cargos é um compromisso que a gente tem com a história da empresa e com a história da nossa família”, afirma.

O estudo aponta que empresas industriais com mais de uma geração no quadro societário crescem três vezes mais. Nos próximos anos, mais de 100 mil indústrias brasileiras deverão passar por processos de transição de liderança. Para Diana, o segredo de uma sucessão bem-sucedida está na governança. “Não basta escolher alguém por um simples grau de parentesco. É preciso preparar essa pessoa, dar uma autonomia para essa nova geração. Então, quando existe governança, essas diferenças entre as gerações e essa missão da nova geração que está assumindo passa a ser realmente um diferencial estratégico para a empresa”, avalia.

Novos líderes: mudança de perfil

Hoje, quatro gerações convivem nas empresas: Baby Boomers (1945-1964), Geração X (1965-1984), Millenials ou Geração Y (1985-1999) e Geração Z (a partir de 2000). Há 108 mil indústrias no Brasil com pelo menos um sócio de 61 anos ou mais, sinalizando uma transição gradual em que líderes experientes cedem espaço para novos perfis.

Ainda assim, a renovação no setor industrial é mais lenta que em outros segmentos, devido ao perfil técnico e à curva de aprendizado mais longa. Baby Boomers ainda ocupam 21,7% dos cargos de liderança na indústria, acima da média nacional.

“Ao apoiar lideranças jovens e sucedidas em todo o Brasil, o IEL contribui para que a transição deixe de ser uma ruptura e se torne uma alavanca de crescimento e longevidade empresarial no setor industrial”, reforça a gerente de carreiras do IEL.

Novos líderes: liderar com propósito

A trajetória de Diana também foi moldada por sua participação em iniciativas do IEL. Sua empresa integrou a primeira turma do programa Inova Talentos, no qual ela atuou como mentora, e hoje ela lidera nacionalmente o Movimento Novos Líderes Industriais, que fomenta a troca de experiências entre jovens empresários.

“O IEL foi um catalisador muito importante na minha trajetória. Eu trabalho na indústria há 15 anos e a gente tem uma tendência inicial a ficar muito na operação. Então, ele me fez olhar para a empresa e para a indústria como um todo de uma forma mais estratégica. Na verdade, não só o IEL, como todo o sistema de indústria, eles ajudaram nesse olhar do ecossistema da indústria de forma mais ampliada”, destaca.

O IEL oferece programas para formar líderes desde o ensino médio, como o Projeto de Vida e Carreira, o IEL Carreiras, que desenvolve estagiários com perfil de liderança, e até capacitações executivas, como o Programa IEL Educação Executiva Global. A agenda inclui ainda fóruns, mentorias e projetos, como o Jornada de Sucessão Empresarial, que auxilia herdeiros e empresários no processo de transição.

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11/08/2025 03:00h

Em junho, o setor registrou queda de 1,9% na receita bruta. Horas trabalhadas e emprego também perderam fôlego

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alerta que, apesar do crescimento de 6,5% no faturamento no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado, o setor industrial já sente uma desaceleração no segundo trimestre. Segundo os dados dos Indicadores Industriais divulgados na sexta-feira (8), em junho a receita bruta caiu 1,9%, acumulando recuo de 2,6% no segundo trimestre.

A perda de ritmo também se reflete no número de horas trabalhadas na produção, que cresceu 2,7% de janeiro a junho, mas recuou 0,7% em junho, encerrando o segundo trimestre com queda de 1%.

O emprego industrial, que vinha em trajetória de alta, também perdeu fôlego. Depois de cair em abril pela primeira vez em 18 meses, manteve-se estável em maio e junho. No segundo trimestre, houve leve retração de 0,1%, mas no acumulado do semestre o número de postos aumentou 2,4% na comparação anual.

“As expectativas para esse segundo semestre de 2025 são permeadas por alguns desafios para a indústria de transformação. Tanto no mercado internacional, que tem sido permeado por um ambiente de bastante incerteza, quanto por outros problemas que já vêm de longa data, sejam eles relacionados à elevada carga tributária, ao ambiente de juros elevados, à demanda interna insuficiente e à falta ou alto custo da mão de obra especializada”, avalia a especialista em Políticas e Indústria da CNI, Larissa Nocko.

De acordo com a especialista, indicadores como faturamento e horas trabalhadas mostram perda de dinamismo tanto na passagem de maio para junho quanto do primeiro para o segundo trimestre. “No período mais recente, esse comportamento tem sido de perda de dinamismo, de um crescimento mais fraco, em alguns indicadores, inclusive, de queda. É possível dizer que o aumento das tarifas contribuiu para a elevação da incerteza do ambiente de negócios internacional. No entanto, isso não é um fator isolado. Existem outros fatores que seguem como desafios à produção”, afirma.

Cenário da indústria: UCI e salários

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria ficou praticamente estável entre maio e junho, passando de 78,7% para 78,8%. No segundo trimestre, houve queda de 0,1 ponto percentual em relação aos três primeiros meses do ano. No acumulado do semestre, a UCI recuou 0,8 ponto percentual frente a 2024.

Em relação à renda, em junho, houve um aumento de 1,3% no quadro salarial, acumulando alta de 1,2% no trimestre. O rendimento médio real dos trabalhadores cresceu 1,2% no mês e 1,7% no segundo trimestre, reflexo de um mercado de trabalho ainda aquecido.

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31/07/2025 03:00h

Programa conecta técnicos, graduados, mestres e doutores a empresas interessadas em desenvolver projetos nas áreas de tecnologia e inovação

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O Instituto Euvaldo Lodi (IEL) está com 167 vagas abertas em todo o país para o programa Inova Talentos, iniciativa que conecta profissionais qualificados a empresas interessadas em desenvolver projetos de inovação e tecnologia. As bolsas podem chegar a R$ 12 mil mensais, dependendo do nível de formação e da complexidade do projeto.

A superintendente nacional do IEL, Sarah Saldanha, destaca a importância estratégica do programa Inova Talentos para aproximar a academia do setor produtivo. “O programa Inova Talentos é um dos principais mecanismos disponíveis à inovação no país. É utilizado por grandes empresas brasileiras que lideram o processo de inovação no Brasil. Os bolsistas trazem conhecimentos atuais, aplicam metodologias inovadoras, têm um olhar sobre o avanço tecnológico e podem contribuir para a competitividade da empresa”, ressalta.

As oportunidades são voltadas para técnicos, graduados, mestres e doutores das áreas de engenharia, administração, biotecnologia, ciência de dados, sistemas de informação, entre outras. O objetivo do programa é fomentar o ecossistema de inovação brasileira, ao mesmo tempo em que contribui para a formação prática de profissionais altamente qualificados. A seleção dos bolsistas é feita de acordo com os requisitos de cada projeto e o perfil técnico do candidato.

Inova Talentos: experiência de bolsista

Ryan de Souza ingressou no programa Inova Talentos como estagiário do bacharelado em agronomia, há aproximadamente seis meses, e atua na Suprema Máquinas Concessionária Case IH, em Alta Floresta (MT). Ele é assistente e realiza todo o acompanhamento e monitoramento da frota de máquinas da concessionária.

O bolsista mostra como o programa impacta a sua trajetória profissional. “O Programa Inova Talentos é um projeto de grande importância, que tem sido fundamental. Tem dado todo o suporte e apoio necessário, oportunidade de estar ingressando em uma grande empresa e com uma grande responsabilidade de buscar novos talentos para o mercado de trabalho”, afirma.

Ele orienta aos novos participantes a aproveitarem a oportunidade que o programa oferece. “Criem um network e dediquem-se ao máximo. Isso pode ser o que vai transformar a sua vida no mercado de trabalho e na sua jornada futura”, aconselha.
 

Inova Talentos: oportunidades em destaque

Entre as empresas que oferecem oportunidades para bolsistas atuarem em projetos de inovação e tecnologia no programa, destacam-se a seguintes:

● General Motors do Brasil
Modalidade: Remoto
Perfil: Bacharel em Ciência da Computação, Engenharia de Software ou áreas correlatas
Projeto: Manufatura inteligente com foco em ingestão, transformação e integração de dados de chão de fábrica
Bolsas: De R$ 7 mil a R$ 12 mil, conforme a especialidade
Carga horária: 40h semanais
Duração: 12 meses

● Globe Química LTDA
Modalidade: Presencial
Perfil: Técnico em Química, graduado em Química ou Farmácia, mestre em Química Orgânica
Projeto: Otimização de produtos farmacêuticos, atualização regulatória, aumento de rendimento, redução de custos e expansão de mercado
Bolsas: De R$ 2 mil a R$ 4.200
Carga horária: 40h semanais
Duração: 12 meses

● Companhia Brasileira de Alumínio
Modalidade: Híbrido
Perfil: Doutores ou Doutores Tecnológicos em Ciência da Computação, Engenharias, Sistemas de Informação, TI ou áreas afins
Projeto: Revisão e implementação da arquitetura de dados 2.0
Bolsa: R$ 11 mil
Carga horária: 40h semanais
Duração: 12 meses

● Whirlpool S.A.
Modalidade: Híbrido
Perfil: Graduados em Engenharia
Projeto: Otimização dos processos logísticos externos, com foco na redução do lead time
Bolsa: R$ 3.500
Duração: 12 meses

O Inova Talentos é uma parceria entre o IEL, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que já promoveu a inserção de milhares de profissionais em empresas de diversos setores. Os participantes atuam por tempo determinado em desafios reais do setor produtivo, com orientação de especialistas e supervisão técnico-científica.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas diretamente no site do programa. Para conferir as vagas disponíveis e se candidatar, acesse a página do Inova Talentos, no Portal da Indústria.

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28/07/2025 01:00h

Com formações gratuitas e alinhadas às demandas do setor produtivo, entidade reforça oportunidades em todo o país. Ceará, Paraná e São Paulo lideram em número de vagas

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O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) está com 53.193 vagas abertas para jovens aprendizes, em todo o Brasil, no segundo semestre de 2025. As oportunidades, oferecidas de forma gratuita, abrangem diversas áreas industriais, como Logística, Análise de Dados, Construção Civil, Eletromecânica, Tecnologia da Informação, Têxtil e Vestuário. Os cursos têm foco na formação profissional aliada à experiência prática em empresas, permitindo que os jovens ingressem no mercado de trabalho com qualificação técnica.

“O SENAI sempre busca oferecer os seus cursos alinhados à demanda do setor produtivo e na aprendizagem não é diferente. As indústrias buscam o SENAI para a oferta de cursos customizados à necessidade da indústria”, explica Felipe Morgado, superintendente de Educação Profissional e Superior da instituição.

A iniciativa acontece em um momento histórico para a aprendizagem profissional no Brasil. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, entre janeiro e maio de 2025, foram contratados mais de 664 mil jovens aprendizes, o maior número registrado desde a última atualização na legislação em 2000. O SENAI contribuiu com esse avanço, com mais de 192 mil matrículas na aprendizagem industrial no período.

Para Morgado, o modelo da aprendizagem é “o estado da arte da educação profissional”, já que une formação técnica e vivência prática na indústria. “Além de estudar, ele [o aluno] está sendo remunerado para estudar e para trabalhar. Isso o ajuda a ter uma profissão, adquirir uma experiência e se destacar depois da conclusão do programa de aprendizagem”, afirma.

Desde o início da formação, os alunos têm acesso a metodologias modernas de ensino, com aulas realizadas em ambientes simulados e laboratórios de ponta, além de plantas didáticas que espelham os processos reais da indústria. O modelo alia teoria e prática e permite que o jovem se desenvolva com foco no trabalho e na carreira.

Segundo o especialista, cerca de 90% dos jovens que concluem o programa são contratados, o que evidencia o impacto positivo da iniciativa. “A aprendizagem profissional é um acesso rápido ao mercado de trabalho industrial e também um desenvolvimento da sua carreira e do seu projeto de vida, uma vez que ele se forma e ao mesmo tempo está se formando, ele está trabalhando”, pontua.

Jovem Aprendiz: destaques regionais

Alguns estados se destacam pelo número de vagas e pela diversidade de áreas de formação:

  • São Paulo lidera em números absolutos, com 6.228 vagas. As oportunidades estão distribuídas entre áreas como Manutenção de Sistemas Metroferroviários, Projetista de Estampas de Corte e Mecânico de Bombas.
  • O Paraná oferece 5.044 vagas, com destaque para Montador de Chicote Elétrico Automotivo, Análise de Dados e Preparador de Máquina Injetora e Extrusora de Plástico.
  • O Rio de Janeiro aparece logo atrás, com 4.802 vagas, incluindo Soldador de Estruturas Metálicas e Planejamento e Controle da Produção.
  • No Nordeste, o Ceará concentra o maior número de vagas: 2.702. Há oportunidades para jovens atuarem como Mecânico de Máquinas Industriais, Costureiro Industrial e Confeccionador de Calçados.
  • O Rio Grande do Sul disponibiliza 4.056 vagas para formações em áreas como Desenvolvimento Mobile Android, Eletromecânico de Equipamentos de Siderurgia e Operador de Sistemas Automatizados.
  • No Centro-Oeste, Goiás se destaca, com 3.369 vagas para Mecânico de Máquinas Industriais, Assistente de Controle de Qualidade, Instalador Hidráulico, Modelador Digital de Edificações e Auxiliar de Laboratórios.

Outros estados também registram números expressivos de oportunidades: Santa Catarina (3.687 vagas), Minas Gerais (2.333), Rondônia (2.345) e Bahia (1.440).

Jovem Aprendiz: como participar

As vagas são direcionadas a jovens entre 14 e 24 anos, conforme previsto na Lei da Aprendizagem Profissional. Para participar, os interessados devem procurar o SENAI de seus respectivos estados, onde poderão obter informações sobre os cursos, os critérios de seleção e o início das turmas.

A iniciativa reforça o compromisso do SENAI com a formação de mão de obra qualificada, estimulando o ingresso dos jovens no mercado de trabalho formal e contribuindo para o desenvolvimento da indústria brasileira.

“O programa de aprendizagem pode ajudar tanto as empresas, na sua estratégia de desenvolvimento de capital humano, quanto também ajudar o jovem, na escolha da sua profissão. Então, é uma ótima oportunidade, uma alternativa de sucesso e de futuro”, destaca Morgado.

Para mais informações e inscrições, acesse o site ou entre em contato com o SENAI do seu estado.

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25/07/2025 12:00h

Programa de aprendizagem profissional oferece oportunidades reais para jovens e ganhos estratégicos para empresas

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O início da vida profissional costuma ser cercado de inseguranças e dúvidas, especialmente para quem busca o primeiro emprego. Mas existe um caminho que pode transformar esse desafio em oportunidade: o Programa Jovem Aprendiz, tema do episódio #59 do podcast Indústria de A a Z, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O episódio reuniu quatro convidados que vivem na prática tudo que o programa proporciona aos jovens e às empresas: o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Felipe Morgado; o diretor de Políticas de Trabalho para a Juventude no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), João Vitor Mota; a ex-jovem aprendiz e hoje retificadora ferramenteira na Bosch, Thais Fischer; e o ex-aprendiz e atual coordenador da Escola de Aprendizes da Bosch em Curitiba, Fábio Silveira. Eles mostraram como o Jovem Aprendiz pode ser uma porta de entrada para o mundo do trabalho, além de ser também uma ponte para sonhos, oportunidades e conquistas.

Jovem Aprendiz: um programa que forma talentos e muda trajetórias

O programa Jovem Aprendiz é uma política de Estado que busca integrar educação, capacitação técnica e inclusão social. No Brasil, mais de 400 mil jovens participam da iniciativa, sendo grande parte deles atendidos por instituições como o SENAI, referência na formação de mão de obra para a indústria.

A Aprendizagem Profissional é uma política prevista na legislação trabalhista que permite (em alguns casos, exige) que empresas contratem jovens de 14 a 24 anos. O objetivo é promover a formação profissional de forma integrada à prática no ambiente de trabalho. Nesse modelo, teoria e prática se complementam de maneira simultânea e contínua, garantindo aos jovens uma oportunidade estruturada de qualificação e crescimento. Para as empresas, o programa possibilita o desenvolvimento de trilhas de capacitação alinhadas às suas necessidades de médio e longo prazo.

Para o superintendente do SENAI, mais do que cumprir a cota exigida por lei, o programa Jovem Aprendiz pode ser uma ferramenta estratégica para atrair e desenvolver talentos. “As empresas que olharem a aprendizagem como um processo de formação dessa mão de obra, de uma maneira mais estratégica, elas vão ver que a produtividade delas vai crescer, e isso vai fazer com que todos ganhem. O jovem ganha uma oportunidade no mercado de trabalho, a empresa ganha produtividade e o Brasil ganha com desenvolvimento”, avalia Felipe Morgado.

O diretor de Políticas de Trabalho para a Juventude do MTE destaca a aprendizagem como uma política pública importante para oferecer formação técnica com qualidade. “Quando a gente pensa nas políticas públicas para a juventude, a aprendizagem é, na média, uma política pública muito conhecida.  Então, é muito importante que a gente garanta esse conhecimento pleno e garanta também que as pessoas conheçam a boa aprendizagem, a aprendizagem que é feita com qualidade, que é feita com o pensamento de uma construção de um profissional de uma forma integral, que prepare ele para o mundo do trabalho da melhor forma possível”, pontua João Vitor Mota. 

Jovem Aprendiz: experiências que vão além do crachá

A Bosch conta com uma escola de aprendizes dentro da organização. Segundo Fábio Silveira, é um ambiente simulado, que conta hoje com mais de 100 aprendizes e a empresa dispõe de um espaço com máquinas, salas de aula e instrutores de aprendizagem, que são colaboradores da Bosch. Esses profissionais têm o trabalho exclusivo de proporcionar a continuidade do desenvolvimento dos jovens aprendizes, em parceria com o Senai. 

Os ex-aprendizes que participaram do podcast abordaram a insegurança que costuma atingir os jovens no início da jornada profissional. Eles se lembraram como o medo de errar, a falta de experiência e a pressão para corresponder às expectativas podem gerar ansiedade e dúvidas sobre suas próprias capacidades. 

“O que eu percebo é que o jovem se cobra demais. Então, ele muitas vezes coloca patamares de uma expectativa de atingimento de um resultado muito alto, que nós educadores, às vezes, não colocamos. A gente vê os erros como uma oportunidade de aprendizado maravilhosa. E na nossa escola, a gente valoriza também uma coisa muito importante, que é: cada jovem tem o seu tempo de aprendizagem”, ressaltou Fábio Silveira.

Para Thaís Fischer, o Jovem Aprendiz foi essencial para o seu crescimento profissional. “Participar do programa de aprendizado foi uma base pra mim, porque hoje eu atuo numa área muito técnica. Então, tudo que eu aprendi na aprendizagem, eu consigo aplicar hoje onde eu trabalho”, completa. 

Indústria de A a Z: sobre o podcast

O Indústria de A a Z é uma produção quinzenal da Agência de Notícias da Indústria. O programa discute os principais temas da indústria brasileira, com convidados especialistas e histórias inspiradoras.

O podcast está disponível nos principais tocadores e no YouTube da CNI.
 

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03/07/2025 02:45h

Comércio e serviços puxam geração de empregos formais; rendimento real também cresceu acima da inflação, o que pode mostrar “esgotamento da mão de obra”, avalia especialista

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O mercado de trabalho vem apresentando sinais de recuperação e fortalecimento ao longo dos últimos trimestres. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que o país criou 1.051.244 postos com carteira assinada entre janeiro e maio de 2025. Só nos últimos três meses, foram mais de 1 milhão de novas vagas, somando trabalhadores CLT, autônomos e PJs.

O número de empregados com carteira assinada chegou a 48,2 milhões, enquanto o total de trabalhadores sob o regime CLT já atinge 39 milhões — o maior da série histórica. Além disso, o desemprego está próximo de sua mínima histórica, em 6,1%, índice que representa uma trajetória de forte queda desde o pico de 15% em 2020, durante a pandemia.

O que permitiu esse aumento?

Segundo o economista André Galhardo, da consultoria Análise Econômica de São Paulo, o fortalecimento do mercado de trabalho está diretamente ligado a uma melhora geral nos indicadores macroeconômicos e a uma retroalimentação positiva do próprio emprego formal.

“O que tem sustentado esse movimento forte no mercado de trabalho é uma espécie de ciclo virtuoso. É o mercado de trabalho forte que aumenta a renda das famílias, que por sua vez traz um volume de consumo mais forte, que abre espaço para que os empresários contratem mais”, afirma Galhardo.

Ele explica que, embora existam outros vetores de crescimento, o próprio ambiente de contratações contribui para manter a engrenagem girando.

“É como se o próprio mercado de trabalho estivesse sustentando a melhora do mercado de trabalho. A renda das famílias tem subido – de forma tímida, dentro do trabalho CLT, é verdade –, mas isso melhora o ambiente de consumo, que por sua vez acaba permitindo novas contratações.”

Setores de comércio e serviços lideram geração de empregos

Os setores de serviços e comércio foram os grandes responsáveis pelo bom desempenho do mercado formal de trabalho em maio. Juntos, eles criaram 93.397 vagas com carteira assinada no mês — 70.139 nos serviços e 23.258 no comércio — o que corresponde a 70% do total de 148.992 novos postos formais.

No acumulado do ano, de janeiro a maio, os dois segmentos também lideraram a geração de empregos: o setor de serviços criou 562.984 vagas, um crescimento de 2,44%, enquanto o comércio adicionou 56.708 postos, alta de 0,54% em relação ao mesmo período de 2024.

O economista André Galhardo destaca que a baixa taxa de desemprego também começa a revelar desafios para setores intensivos em mão de obra.

“Nós temos uma taxa de desemprego de 6,2% no trimestre encerrado em maio. Essa taxa é uma das mais baixas de toda a série histórica e indica uma possibilidade de estarmos próximos do esgotamento do mercado de trabalho. Alguns setores, como o da construção civil, já mostram dificuldade de encontrar funcionários para executar as funções.”

Salários crescem acima da inflação

O levantamento mostra ainda que a renda real do trabalhador cresceu 3,1% na comparação com o mesmo período do ano passado, ou seja, acima da inflação acumulada. Isso significa um ganho efetivo no poder de compra das famílias, o que também retroalimenta o consumo e o próprio mercado de trabalho.

Galhardo explica que os dados de renda reforçam o momento de aquecimento, mas também alertam para uma possível limitação da capacidade de expansão do mercado:

“A renda tem crescido de forma consistente. Isso indica duas coisas: primeiro, um dado positivo, já que você está entregando mais salário na mão do trabalhador, o que se traduz em mais consumo. Mas indica também um mercado de trabalho sobreaquecido. Quando você tem menos trabalhadores à disposição, isso acaba fazendo com que o nível de renda e o salário suba.”

O economista, no entanto, pondera que o cenário pode mudar nos próximos meses:

“A gente espera, sim, uma desaceleração no segundo semestre. Isso acontece porque o período tem menos drivers de crescimento e porque vamos começar a sentir com mais força os impactos defasados da política monetária, especialmente da Selic elevada. Ainda assim, por ora, os números são muito positivos.”

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13/05/2025 00:10h

Especialista avalia que norma só torna processo mais burocrático e impede evolução de acordos entre empregadores e trabalhadores da categoria

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A nova regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego que muda o expediente aos domingos e feriados no setor de comércio entrará em vigor em 1° de julho. A determinação consta na Portaria nº 3.665/2023.

O principal ponto da medida diz respeito à previsão em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para que diversas atividades do setor possam funcionar nesses dias, com exceção das feiras livres. 

Vale destacar que legislação atual não proíbe o trabalho no comércio aos domingos e feriados, já que essa possibilidade está regulamentada em lei existente há 25 anos. No entanto, a portaria do governo modifica uma norma anterior, que permitia o trabalho nesses dias por meio de simples acordo entre patrões e empregados.

Empresas Sustentáveis: Confederação das Associações Comerciais oferece qualificação em ESG

A norma prevista para valer a partir de julho estabelece que é necessário que esse acordo seja firmado por meio de convenções coletivas. Isso significa que, de um lado, deve estar o sindicato patronal, e, de outro, o dos trabalhadores. 

Na avaliação do mestre em direito das relações sociais e trabalhistas, Washington Barbosa, essa norma só torna todo o processo mais burocrático e impede a evolução dos acordos entre empregadores e a categoria. “Não tem que ter essa burocracia de ter que fazer um dissídio coletivo, fazer uma convenção, um acordo coletivo para depois, somente depois, poder trabalhar aos finais de semana”, destaca. 

“Imagina hoje, com praticamente tudo funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Imagina o impacto que vai ser isso na economia. Não tem nem tempo hábil de se fazer uma convenção, um acordo coletivo. E ainda, para que essa necessidade, se nós estamos trabalhando cada vez mais com a autonomia dos empregados e a validação das negociações individuais? Questiona, o especialista. 

A medida determina, ainda, que, os patrões serão obrigados a respeitar as legislações municipais acerca do tema, o que não era obrigatório anteriormente.

Reclamações

O atual governo tentou fazer com que a norma passasse a vigorar ainda em 2023. No entanto, a medida foi adiada várias vezes devido à reclamação dos empregadores, que se diziam insatisfeitos com a proposta. Além do setor comercial, que considerou a nova regra um retrocesso, houve uma pressão significativa por parte dos parlamentares ligados ao setor.
 

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10/05/2025 00:10h

Avanço histórico foi puxado por aumento no rendimento do trabalho e expansão dos programas sociais. Desigualdade de renda cai ao menor patamar da última década

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O Brasil registrou, em 2024, um avanço expressivo nos indicadores de renda e redução da desigualdade social. Segundo dados divulgados nesta semana pelo IBGE, o rendimento mensal real domiciliar per capita atingiu R$ 2.020, o maior valor da série histórica iniciada em 2012. O crescimento foi de 4,7% em relação a 2023 e de 19,1% frente a 2012.

Além disso, a massa de rendimentos da população, que corresponde à soma de todos os rendimentos dos brasileiros, também bateu recorde: R$ 438,3 bilhões, com alta de 5,4% em relação ao ano anterior. Esses dados fazem parte do módulo Rendimento de Todas as Fontes da PNAD Contínua.

Desigualdade em queda

Um dos destaques mais positivos do levantamento é a queda na desigualdade de renda. O índice de Gini, que mede a concentração de renda (quanto mais próximo de 0, mais igualitária é a distribuição), caiu para 0,506 — o menor nível da série histórica. Em 2018, por exemplo, o índice havia atingido o pico de 0,545.

Outro indicador mostra que o 1% mais rico da população recebia 36,2 vezes mais do que os 40% com menor renda, o menor índice desde 2012. Em 2019, essa diferença chegou a ser de quase 49 vezes.

Renda do trabalho cresce e amplia participação

A principal fonte de renda da população continua sendo o trabalho, que representou 74,9% da composição do rendimento domiciliar per capita — ligeiramente acima dos 74,2% registrados em 2023. O rendimento habitual do trabalho atingiu R$ 3.225, também recorde da série.

Os programas sociais mantiveram uma participação estável: passaram de 3,7% para 3,8%, bem abaixo do pico de 5,9% em 2020, durante a pandemia.

Diferenças regionais persistem

Apesar do avanço geral, as diferenças regionais ainda são marcantes. O Distrito Federal apresentou o maior rendimento per capita em 2024 (R$ 3.276), enquanto o Maranhão registrou o menor (R$ 1.078). Entre as regiões, o Sul lidera com média de R$ 2.499 e o Nordeste tem o menor valor, com R$ 1.319.

No rendimento total de todas as fontes, a Região Sul também se destacou, com R$ 3.576, seguida do Centro-Oeste (R$ 3.569) e Sudeste (R$ 3.497). Já o Nordeste ficou com R$ 2.080.

Mais brasileiros com algum tipo de rendimento

Outro dado relevante é que 143,4 milhões de brasileiros declararam ter algum tipo de rendimento em 2024, o maior número desde 2012. A população com rendimento do trabalho foi de 101,9 milhões, enquanto 29,2 milhões receberam aposentadoria ou pensão.

Os beneficiários de programas sociais cresceram de 18,6 milhões em 2023 para 20,1 milhões em 2024, mas ainda estão longe do pico de 27,5 milhões registrado durante a pandemia.

Aposentadoria segue como principal fonte entre rendimentos não laborais

Entre as rendas não provenientes de trabalho, a aposentadoria e pensão lideram com média de R$ 2.528. Apesar do leve crescimento frente a 2023, esse valor ainda está 3,1% abaixo do registrado em 2019.

Sobre a pesquisa

A PNAD Contínua: Rendimento de Todas as Fontes é uma pesquisa do IBGE que traz dados anuais sobre a renda dos brasileiros, considerando tanto o trabalho quanto outras fontes, como aposentadorias e programas sociais. A série histórica foi iniciada em 2012 e oferece recortes por regiões e estados.

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14/04/2025 00:04h

74% dos nordestinos defendem a medida, enquanto 19% se dizem contrários

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O Nordeste brasileiro é a região mais favorável à diminuição da jornada máxima de trabalho no país. De acordo com levantamento feito pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, 74% dos nordestinos defendem a medida, enquanto 19% se dizem contrários. No âmbito nacional, são 65% a favor e 27% contrários.

Em segundo lugar na defesa do fim da chamada escala 6x1 está o Sudeste. Na região, 66% apoiam essa redução. No Norte do país, a taxa cai para 59%. Entre os que vivem no Centro-Oeste, o índice é de 57%, enquanto no Sul chega a 56%.

Opinião sobre a PEC 6x1

De toda forma, a Proposta de Emenda à Constituição que pretende reduzir a carga horária de trabalho de 44 para 36 horas semanais tem mais adeptos do que contrários em todas as regiões. Nesse recorte, o Nordeste e o Sudeste também se destacam: 67% dos nordestinos e 64% da população do Sudeste são favoráveis à PEC 6×1. 

Já o Centro-Oeste tem 57% dos habitantes que concordam com a mudança, enquanto no Norte são 60%. A Região Sul, por sua vez, conta com o menor índice de aprovação da medida, são 55% favoráveis.

Opinião sobre impacto econômico do fim da escala 6×1

Quanto ao impacto da redução das horas trabalhadas para o desenvolvimento econômico, há uma divisão na opinião dos brasileiros. No âmbito nacional, 40% acreditam em benefícios, enquanto 27% defendem que haverá prejuízos. Para outros 27%, não faria diferença.

Nas regiões Sudeste (43%), Nordeste (42%) e Norte (34%), prevalece o entendimento de que a medida seria mais benéfica. Já no Sul (35%) e Centro-Oeste (35%), predomina a ideia de que traria prejuízos. 

Setores mais afetados 

O advogado especialista em Direito do Trabalho do escritório Albuquerque Melo Advogados, Thiago Baptista de Oliveira, afirma que as categorias mais impactadas com a redução da carga horária máxima de trabalho seriam as que atuam no setor de Comércio e de Serviços, como hotéis, bares e restaurantes. Além disso, ele pontua quais seriam as consequências para os empregadores. 

“Os custos estão atrelados justamente aos impactos econômicos que essa redução trará, pois teremos aumento dos custos operacionais para as empresas, especialmente as de pequeno e médio porte. Também há perda de renda da economia, pressão para manter o mesmo nível de produção e serviço, necessidade de contratar mais trabalhadores e aumento das despesas permanentes”, destaca. 

Outro setor afetado pelas mudanças seria a Indústria. Um estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que a diminuição da jornada de trabalho semanal para 36 horas, em quatro dias por semana, pode custar R$ 115,9 bilhões ao ano para o setor, no país. 

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Para a entidade, o custo total com gastos com pessoal pode ter uma elevação de 15,1%. Segmentos como Extração de Petróleo e Gás Natural podem ser ainda mais impactados, com aumento de 19,3%.

Além disso, uma análise divulgada pela FVG Ibre revela que, no caso de uma redução para 40 horas semanais, haveria uma perda de renda da economia de 2,6%. Se essa redução cair para 36 horas, no mesmo período, a perda é de 7,4%.   

O que é a escala de trabalho 6x1

A chamada escala 6x1 é aquela em que se trabalha por seis dias na semana e folga em um. Trata-se de um dos regimes mais comuns no Brasil, normalmente adotado nos setores de comércio e da indústria, por exemplo. 

Esse modelo está em vigor no país desde 1943, com a publicação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Nesse formato, os trabalhadores precisam cumprir 44 horas semanais.

Mesmo com Reforma Trabalhista de 2017, que introduziu alterações na CLT, a escala 6×1 foi mantida, já que é considerada por companhias como uma maneira de conciliar a carga horária semanal estabelecida atualmente.

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