A população de Belém (PA) passou a contar com mais um avanço em relação à medicina moderna. Isso porque o Hospital São João de Deus – gerido pela
Beneficente Portuguesa - agora dispõe de novas instalações e equipamentos de última geração. Entre os itens adquiridos estão 253 leitos de apartamentos e enfermaria e 50 leitos de UTI, sendo 10 dedicados à pediatria.
O empreendimento contou com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), administrados pelo Banco da Amazônia. As obras tiveram início em 2014, com investimento da própria Beneficente Portuguesa do Pará, mas houve um impulso em 2016, quando os recursos do FNO passaram a ser utilizados.
Microcrédito: moradores de Barcarena (PA) conhecem linhas de crédito do Banco da Amazônia
A unidade hospitalar prestou uma homenagem ao Banco da Amazônia, nesta quarta-feira (1°), em reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pela instituição financeira, em relação à parceria para captação dos recursos. O evento foi realizado no auditório da Unidade São João de Deus, na Rua Boaventura da Silva, Bairro Umarizal, na capital paraense.
Na ocasião, o presidente da Beneficente Portuguesa do Pará, Alirio José Duarte Gonçalves, destacou a importância do envolvimento do banco na evolução da unidade hospitalar.
“Quero parabenizar e agradecer ao Banco da Amazônia pela confiança que teve nesse hospital, desde o início. Esse importante legado fica para Belém, porque a Beneficente Portuguesa se torna um dos maiores hospitais da Região Norte. Se torna o maior e melhor hospital em relação a equipamentos modernos, com avanços, inclusive, na área da robótica”, pontua.
Para o presidente do Banco da Amazônia, Luiz Lessa, os investimentos vão proporcionar melhor qualidade de vida para a população do estado.
“Todas essas ações do banco sempre têm, como pano de fundo, gerar desenvolvimento, emprego, renda e melhoria da qualidade de vida das pessoas que aqui vivem. Nesse caso, também investimos em projetos que trazem benefício social direto para a população, e essa nova unidade da Beneficente Portuguesa é a representação máxima disso”, destacou.
Fonte fotovoltaica gerou 3.881 MWmed, frente a 3.544 MWmed no mesmo período de 2024, segundo a CCEE
A geração de energia solar das usinas fotovoltaicas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) cresceu 9,5% na primeira quinzena de setembro, atingindo 3.881 megawatts médios (MWmed). No mesmo período de 2024, o resultado foi de 3.544 MWmed. Os dados são da análise preliminar da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
As usinas térmicas tiveram alta de 5,5%, enquanto as hidrelétricas e eólicas registraram queda de 7,7% e 6,2%, respectivamente. No total, a geração de energia no SIN somou 69.966 MWmed, uma retração de 5% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
O consumo de energia recuou 5,7% na primeira metade de setembro. Entre os estados, Maranhão registrou aumento de 7,1% no consumo e Ceará, 3,1% a mais em relação ao mesmo período de 2024. As maiores reduções ocorreram no Rio de Janeiro (-17,8%), Espírito Santo (-14,6%), Rondônia (-12,4%), e Maranhão (-11,7%).
Entre os setores, as maiores reduções foram em Serviços (-12,8%), Telecomunicações (-11,4%) e Químicos (-9,1%). Apenas o setor têxtil apresentou aumento, de 1,4%.
O Brasil enfrenta um déficit estrutural em infraestrutura e precisa dobrar os investimentos no setor para alcançar o patamar médio global. A conclusão está no estudo Raio-x do Setor de Infraestrutura Brasileiro 2025, lançado pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), durante o painel “Raio-x da infraestrutura: caminhos para o desenvolvimento do Brasil”, realizado na quinta-feira (25), no Rio Construção Summit.
O levantamento revela que o país ocupa a 62ª posição, em um ranking de 67 países em desenvolvimento, quando o assunto é infraestrutura. Nos últimos 15 anos, os investimentos médios ficaram em apenas 2,31% do PIB, chegando a 2,22% em 2024. O dado chama a atenção, porque, segundo o estudo, o Brasil vem investindo abaixo da taxa de depreciação anual dos ativos de infraestrutura.
O gerente de Infraestrutura da Firjan, Isaque Ouverney, reforça a relevância do estudo ao mostrar como o setor é estratégico para o país. “O que o Raio-X mostra é a importância do setor da construção pesada, não só pelos empregos e geração de riqueza que o próprio setor consegue produzir, mas por todo o impacto na cadeia produtiva da construção, além, claro, do impacto na competitividade nacional. O Brasil tem a necessidade de reduzir esse gap de infraestrutura em relação aos países desenvolvidos. E é fundamental que haja bons planos setoriais, para atender a essa demanda nos próximos anos”, afirmou.
O diretor-executivo do Sinicon, Humberto Rangel, destacou ainda a necessidade de o país tratar o investimento em infraestrutura como prioridade nacional. “Chamo atenção para um dos dados fundamentais que estão aqui expressos nesse raio-x, que se refere ao estoque de infraestrutura que o Brasil tem na sua totalidade, que corresponde a 35% do PIB nacional. Uma parte do investimento, talvez cerca de 2% do PIB, seria o valor necessário só para você ficar no mesmo lugar e nós não podemos ficar no mesmo lugar. O Brasil precisa atingir cerca de duas vezes esse valor, 60% seria um patamar mínimo de valor de estoque de infraestrutura para que o Brasil possa se colocar na posição de equivalência com países desenvolvidos”, ressaltou.
O estudo aponta entraves históricos que prejudicam a competitividade do Brasil e a qualidade de vida da população. Os principais desafios internos são:
O país também registrou uma perda de relevância no mercado global de serviços de engenharia. Segundo dados do Sinicon e da Firjan, o faturamento das construtoras brasileiras no exterior sofreu uma queda de 60%, entre 2013 e 2022. Essa retração resultou na eliminação de mais de 4 milhões de empregos. A principal razão para essa queda foi a redução no financiamento à exportação de serviços, especialmente por parte do BNDES.
O estudo do Sinicon e da Firjan reforça que ampliar os investimentos em infraestrutura é essencial para destravar o crescimento econômico, melhorar a competitividade do Brasil e garantir avanços sociais e ambientais.
A Agência Nacional de Mineração (ANM) divulgou a lista de municípios que poderão receber a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), os chamados royalties da mineração.
A lista é provisória, resultante da análise de recursos em primeira instância. Nela, constam centenas de cidades afetadas pela presença de estruturas de mineração, como ferrovias, dutovias e portos.
Entre os afetados por ferrovias, estão Criciúma (SC), Belo Horizonte (MG), Barra Mansa (RJ), Mogi das Cruzes (SP), e Sobral (CE).
Pelas dutovias, constam na lista Manaus (AM), Barcarena (PA), Vila Velha (ES), Maceió (AL) e Ladário (MS). Já entre os portos, estão Barra dos Coqueiros (SE), Ilhéus (BA), Charqueadas (RS), Santana (AP) e Triunfo (RS).
Confira a lista completa de municípios.
A Agência recebe, até 2 de outubro, recursos em segunda instância para alterar beneficiários ou para correção de informações para o cálculo. Saiba como recorrer.
De acordo com a ANM, a lista de estruturas foi elaborada em parceria com o SERPRO, garantindo maior segurança, rastreabilidade e transparência na apuração dos dados.
Em setembro, a ANM antecipou a distribuição de R$ 166,9 milhões a 476 municípios afetados pela atividade minerária – impactados pela atividade mineral, mas não são classificados como produtores de minérios.
O pagamento ocorreu após a conclusão da fase de recursos e da publicação da Resolução nº 143/2023, que definiu os critérios para o repasse.
Conforme a Lei nº 13.540, de 18 de dezembro de 2017, a distribuição da CFEM é realizada de acordo com os seguintes percentuais e critérios:
Um total de 235 municípios de 26 estados foi contemplado com obras de drenagem urbana e contenção de encostas selecionadas pelo Novo PAC, conforme anúncio feito na última quinta-feira (18). Os investimentos somam R$ 11,7 bilhões e têm como foco reduzir a vulnerabilidade de comunidades que vivem em áreas de risco, reforçando a capacidade de prevenção a desastres climáticos.
Desse total, 102 cidades receberão intervenções de contenção de encostas, com aporte superior a R$ 1,4 bilhão. Já as obras de drenagem urbana contarão com R$ 10,3 bilhões destinados a 174 municípios. Os recursos virão do Orçamento Geral da União (OGU) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Entre os empreendimentos selecionados estão obras de macrodrenagem em Duque de Caxias (RJ), Camaçari (BA) e projetos de contenção de encostas em Santarém (PA), São Bernardo do Campo (SP) e Olinda (PE).
Confira a lista completa de obras pelo Brasil:
Fonte: Casa Civil/Presidência da República
Com o resultado, o Novo PAC acumula mais de R$ 25,8 bilhões aplicados em 600 obras de prevenção a desastres naturais, considerando as seleções de 2023 a 2025.
A edição 2025 do Novo PAC Seleções prevê R$ 49,2 bilhões em investimentos, distribuídos em quatro áreas prioritárias: Saúde; Educação, Ciência e Tecnologia; Infraestrutura Social e Inclusiva; e Cidades Sustentáveis e Resilientes. No total, foram apresentadas 35.119 propostas por 5.537 municípios, o que corresponde a 99,4% das cidades brasileiras.
A universalização do saneamento na Amazônia Legal pode gerar benefícios socioeconômicos superiores a R$ 330 bilhões. O diagnóstico faz parte do estudo “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento na Amazônia Legal”, realizado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a Ex Ante Consultoria.
O levantamento aponta que a expansão do saneamento básico impulsiona avanços para população, economia local e meio ambiente.
A presidente executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, destaca a importância da universalização do saneamento básico para a população da Amazônia Legal.
“A população quando passa a ter acesso ao saneamento, passa a ter mais saúde e isso se reverbera na educação, na produtividade e no desenvolvimento econômico social de toda a região”, afirma.
Entre os benefícios à população mediante acesso universal aos serviços sanitários estão o aumento da produtividade no trabalho, a diminuição de custos com saúde e a valorização imobiliária e do turismo.
Luana Pretto reforça que, para alcançar a universalização do saneamento na Amazônia Legal, o tema precisa ser tratado como prioridade no Parlamento, com maior destinação de investimentos.
“Nosso objetivo é que a gente enxergue que a Amazônia ainda convive com problemas do século passado em relação ao saneamento, a falta do acesso ao saneamento básico, que isso deteriora o meio ambiente de uma maneira geral. E que o investimento em saneamento, a priorização desse tema na agenda pública vai fazer com que haja benefícios enormes para a população”, pondera.
Entre 2024 e 2040, os benefícios devem alcançar R$ 516,6 bilhões, sendo:
R$ 273,7 bilhões em benefícios diretos – relacionados à renda gerada pelos investimentos, atividades de saneamento e impostos sobre consumo e produção;
R$ 242,9 bilhões associados à redução de perdas e externalidades.
Os custos sociais no período devem somar aproximadamente R$ 186,5 bilhões.
Entre as capitais, Rio Branco (AC), Porto Velho (RO) e Macapá (AP) apresentam os maiores potenciais de ganhos per capita:
De acordo com a publicação, o acesso universalizado do saneamento na Amazônia Legal deve implicar em ganhos nas áreas de saúde pública, na geração de emprego e renda, valorização ambiental e imobiliária. Além disso, os ganhos também devem abranger a escolaridade das crianças e adolescentes e turismo, promovendo justiça social.
Entre 2024 e 2040, a estimativa é de haja redução do custo com horas pagas e não trabalhadas por conta do afastamento por diarreia ou vômito e por doenças respiratórias, bem como redução das despesas com internações por infecções gastrointestinais e respiratórias na rede hospitalar do SUS nos municípios da Amazônia Legal.
Conforme o estudo, o valor economizado com a melhoria das condições de saúde da população desses municípios entre 2024 e 2040 deve ser de R$ 2,702 bilhões – que resultará num ganho anual de R$ 158,9 milhões.
Em relação à produtividade, estima-se que o valor do aumento de renda do trabalho com a expansão do saneamento entre 2024 e 2040 será de R$ 192,9 bilhões. Nesse caso, o ganho anual será de R$ 11,3 bilhões.
Levando em conta o acesso às moradias aos serviços de esgotamento sanitário e de abastecimento de água potável, em termos de renda imobiliária, estima-se que os proprietários de imóveis tenham ganhos na ordem de R$ 1,477 bilhão por ano no conjunto dos municípios da Amazônia Legal. No total, o ganho será de R$ 25,1 bilhões entre 2024 e 2040.
Na avaliação de Luana Pretto, os benefícios devem contribuir, ainda, para o desenvolvimento regional.
“Vemos um desenvolvimento de toda a economia local. Tudo isso traz um benefício enorme para a população e para o desenvolvimento da região.”
A valorização ambiental também deve fortalecer o turismo regional. Pelo levantamento, no período estimado, os ganhos do ramo devem alcançar R$ 22,1 bilhões, com um fluxo médio anual de R$ 1,303 bilhão no período. A valorização pode ser alcançada com a despoluição dos rios e córregos e a oferta universal de água tratada.
Para formalizar a infraestrutura de saneamento, é necessário investimento consistente "Na região Norte, o investimento médio em saneamento básico é de R$ 66,52 por ano para habitante, quando a gente deveria estar investindo em média para alcançar as metas do Marco Legal, R$ 223 por ano para habitante. Então o investimento em saneamento básico na região norte ele está bastante abaixo da média do Brasil que é de 126 reais por ano por habitante", aponta.
Em termos de território, a publicação reforça que a Amazônia Legal possui uma grande relevância para a preservação ambiental, bem como para a proteção dos povos tradicionais e contribui para a manutenção das florestas.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, os 772 municípios do território abrigam 26,651 milhões de pessoas. O montante corresponde a 13,1% da população brasileira. Além disso, os nove estados da região – Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso – representam quase 60% do território nacional.
O Brasil avançou em saneamento nos últimos anos, mas os dados retratam um cenário heterogêneo entre as 27 unidades da federação. O estudo “Avanços do Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil de 2025”, elaborado pela GO Associados e divulgado pelo Instituto Trata Brasil, com base em informações do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA), apresenta as evoluções de três indicadores de interesse ao nível estadual, no período de 2019 a 2023: abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.
Para a presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, os desafios para universalizar o saneamento até 2033 passam pelo aumento dos investimentos e pela regularização dos contratos. “Os principais entraves estão relacionados a ainda existirem contratos irregulares. O estudo apontou que nós temos 363 municípios com contratos irregulares, 6,7 milhões de pessoas vivem nesses municípios com contratos irregulares, onde o investimento médio é de R$ 53 por ano por habitante apenas. Então, esse é um ponto importante porque só haverá perspectiva de universalização nesses locais caso haja um contrato estabelecido, haja um maior aporte de investimentos”, afirma.
Segundo o levantamento, nenhuma unidade da federação brasileira atingiu a meta do Marco Legal do Saneamento Básico de 99% da população coberta com abastecimento de água. A maior evolução registrada foi do Ceará, com um avanço de 19,92%.
O Distrito Federal é a unidade que mais se aproxima da meta, com 97,04%, e o Amapá é o estado com situação mais distante do ideal, com 40,14%.
Os dados mostram que a coleta de esgoto é o ponto mais crítico do saneamento no país. Entre as 27 unidades da federação, apenas São Paulo já alcançou a meta do Marco Legal, com 91,54% da população atendida.
O Piauí foi o estado que mais avançou nos últimos anos, com ganho de 19,24 pontos percentuais. Apesar desse progresso, dois estados da região Norte registraram que menos de 10% da população conta com esgotamento sanitário: Acre, com apenas 8,75%, e Amapá, com 4,93%.
O tratamento de esgoto segue como o indicador mais atrasado entre os avaliados no estudo. Apenas Roraima e o Distrito Federal conseguiram atingir a meta da NBR 9.649/1986, que prevê o tratamento de 80% do volume de água consumida, com índices de 81,96% e 81,26%, respectivamente.
O Rio de Janeiro se destacou pela maior evolução recente, com avanço de 23,51 pontos percentuais. Já o Amapá aparece na outra ponta, sendo o único estado do país que ainda trata menos de 10% do esgoto gerado.
De acordo com o estudo, embora o Marco Legal do Saneamento esteja contribuído aos avanços, para o Brasil atingir a meta de universalizar o saneamento até 2033, será necessário acelerar investimentos, regularizar contratos e reduzir as desigualdades regionais.
Clique aqui para conferir o estudo completo.
O Brasil registrou avanços importantes nos principais indicadores de saneamento básico entre 2019 e 2023, segundo o estudo “Avanços do Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil de 2025”, elaborado pela GO Associados, a partir de dados do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA, 2023), a pedido do Instituto Trata Brasil.
Os números mostram que o Brasil ainda corre atrás quando o assunto é saneamento. Em 2023, apenas 83,1% da população tinha acesso à água tratada, pouco mais da metade (55,2%) contava com rede de esgoto e só 51,8% do volume coletado recebeu tratamento, segundo o SINISA. O desempenho nacional fica atrás até de outros países em desenvolvimento.
Apesar da tendência positiva, o estudo destaca as disparidades regionais. Sul e Sudeste apresentam índices próximos da universalização, com taxas de atendimento de água e esgoto superiores à média nacional. No outro extremo, Norte e Nordeste concentram os maiores déficits. No Norte, apenas 60,9% da população têm acesso à água e 22,84% à coleta de esgoto; no Nordeste, a coleta de esgoto ainda não alcança metade dos habitantes, registrando apenas 33,7%.
Outro indicador crítico é o de perdas de água na distribuição, que seguem elevadas. Embora tenha havido uma melhora (de 39,2% em 2019 para 36,6% em 2023), o índice ainda é considerado alto frente aos padrões internacionais e representa desperdício de recursos e pressão sobre o setor.
O tratamento de esgoto segue como o indicador mais atrasado do saneamento no país. Nenhuma região brasileira atingiu a meta da NBR 9.649/1986, que prevê o tratamento de 80% do volume de água consumida até 2033. Em 2023, o Sudeste foi quem mais se aproximou, com 62,24% de atendimento. A região também registrou o maior avanço no período, com alta de 6,72 pontos percentuais. Já o Norte e o Nordeste tiveram os piores resultados: 22,88% e 34,67%, respectivamente, além de apresentarem piora no índice em vez da melhora esperada.
Para a presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, os desafios para universalizar o saneamento até 2033 passam pelo aumento dos investimentos e pela regularização dos contratos. “Os principais entraves estão relacionados a ainda existirem contratos irregulares. O estudo apontou que nós temos 363 municípios com contratos irregulares, 6,7 milhões de pessoas vivem nesses municípios com contratos irregulares, onde o investimento médio é de R$ 53 por ano por habitante apenas. Então, esse é um ponto importante porque só haverá perspectiva de universalização nesses locais caso haja um contrato estabelecido, haja um maior aporte de investimentos”, afirma.
Luana lembra que o Brasil deveria estar investindo R$ 45 bilhões anuais, mas aplicou apenas R$ 25 bilhões no último ano. Além disso, alerta para as consequências de não cumprir as metas. “Se o Brasil não conseguir cumprir essas metas estabelecidas até 2033, nós temos muitas consequências. A primeira delas, claro, a questão ambiental envolvida. Nós lançamos, por dia, mais de 5.200 piscinas olímpicas de esgoto bruto na natureza. Esse esgoto vai infiltrar no solo, vai chegar nos rios, causando poluição e depois também nos mares. Então temos uma consequência de degradação ambiental de uma maneira geral, mas também temos uma consequência social bastante grande, porque há uma piora na saúde da população, sem saneamento básico”, ressalta.
Segundo a executiva, em 2024, o Brasil registrou 344 mil internações e mais de 11.500 óbitos por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI). O Instituto Trata Brasil aponta que a ausência de acesso à água tratada e à coleta e tratamento de esgoto favorece a transmissão de doenças e impacta especialmente os grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos. “Isso traz prejuízos para o desenvolvimento das crianças, compromete o futuro dessas crianças, traz uma escolaridade média menor, de cerca de 1.8 ano de diferença em crianças que não tiveram acesso ao saneamento”, completa Luana.
O estudo conclui que, embora o Marco Legal do Saneamento esteja estimulando avanços, para o Brasil atingir a meta de universalizar o saneamento até 2033, será necessário acelerar investimentos, regularizar contratos e reduzir as desigualdades regionais.
Clique aqui para conferir o estudo completo.
O superintendente de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Wagner Cardoso, chamou atenção para o colapso nos portos brasileiros. Ele destacou que a falta de áreas para armazenagem de contêineres representa um dos principais gargalos nas exportações brasileiras. A declaração foi feita durante audiência pública da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, na terça-feira (19), conduzida pelo deputado federal Leônidas Cristino (PDT-CE), ex-ministro dos Portos, que reuniu representantes do setor portuário e outras autoridades.
Segundo Cardoso, em 2024, a movimentação de contêineres no Brasil aumentou 20% em relação a 2023. “Nossos portos de contêiner estão congestionados. A carga vem aumentando e o espaço para movimentação de carga aumentou muito pouco. Nossos terminais de contêiner são altamente eficientes, mas não cabe a um terminal de contêiner aumentar o espaço do porto”, declarou.
Dados apresentados indicam que 77% dos embarques foram afetados por cancelamentos ou atrasos. Para Cardoso, os terminais deveriam operar a 65% de sua capacidade para garantir eficiência. “Está sendo comum no Brasil um contêiner ficar 30, 40 dias no terminal para ser exportado. Isso não existe lá fora. No país industrializado, isso só existe em tempo de guerra, em tempo de covid”, enfatizou.
O superintendente da CNI frisou a urgente necessidade de avançar nas licitações de novos terminais, citando o Tecon Santos 10 e o Terminal de Contêineres de Fortaleza (MUC04) como “fundamentais” para destravar o escoamento de cargas.
O debate foi promovido pela Comissão de Viação e Transportes, presidida pelo deputado Leônidas Cristino (PDT-CE). Ele ressaltou a relevância estratégica dos portos para o comércio exterior e a necessidade de modernização para garantir competitividade, reduzir custos logísticos e aprimorar a infraestrutura multimodal.
Outros participantes, como o presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino, destacaram a falta de acessos adequados, seja ferroviário ou rodoviário, como problema crítico. “Quando fala de acessos terrestres, imaginar que nós temos portos no Brasil que nem acesso ferroviário dispõem. Isso é um absurdo, pensar num país que queira ser competitivo”, ressaltou. E o diretor do Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI), Mário Povia, alertou que o gargalo muitas vezes está fora dos terminais portuários, em seus acessos.
Além disso, foi cobrada a retomada das dragagens, para assegurar a navegabilidade e a segurança dos canais, especialmente em Santos, onde já se acumula mais de uma década sem intervenção significativa.
O Projeto de Lei 733/2025, que trata da atualização da legislação portuária e irá substituir a Lei 12.815/13, também foi criticado pelo superintendente da CNI. “Nós temos sérias restrições sobre esse PL. Ele enfraquece, justamente, um artigo muito importante, que é da modicidade tarifária, que é o artigo que o exportador ou importador consegue entrar na justiça quando o operador portuário faz preço de monopólio”, avalia. Para ele, a legislação que está em vigor não precisaria ser revogada, mas adaptada.
A CNI defende que a construção de mais terminais de contêineres poderá desafogar os portos brasileiros e recuperar a eficiência do sistema logístico. Parlamentares, especialistas e o setor industrial concordam que esse avanço precisa seguir com melhorias nos acessos terrestres e atualizações legislativas para garantir competitividade e sustentabilidade do setor portuário nacional.
Hoje é o Dia Nacional da Habitação, e a CAIXA celebra o impacto da política habitacional no Brasil. Só de janeiro a julho deste ano, já foram contratados mais de R$ 126 bilhões de reais em crédito para habitação. Isso significa mais de um milhão e trezentas mil pessoas beneficiadas e mais de um milhão e duzentos mil empregos gerados.
Para a vice-presidente da Caixa, Inês da Silva Magalhães, enquanto muitos países enfrentam crises habitacionais, o Brasil avança com políticas públicas voltadas para o setor.
"Hoje, podemos dizer que a gente enfrenta o tema da habitação como uma estratégia de desenvolvimento, porque ela é uma política pública que ao mesmo tempo garante o direito à moradia e também contribui para o desenvolvimento do país, gerando emprego, nossos números mostram isso e acho que a gente tem um grande ano pela frente."
Entre os beneficiados, do crédito habitacional da CAIXA mais de cento e vinte e sete mil contratos são de famílias com renda de até R$ 2.850, o que reforça o compromisso da CAIXA com a população de baixa renda.