Aeroporto

02/10/2025 04:30h

Relatório da Cirium aponta desempenho dos terminais brasileiros acima da média internacional e destaca a eficiência da infraestrutura aeroportuária nacional

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O Brasil ocupa posição de destaque no cenário mundial da aviação civil, com 12 aeroportos entre os mais pontuais do mundo, segundo o relatório On-Time Performance Monthly Report, divulgado pela consultoria internacional Cirium em agosto de 2025.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, atribuiu o bom desempenho dos terminais brasileiros aos avanços na gestão e aos investimentos realizados em parceria com operadores e concessionárias. “A presença de 12 aeroportos brasileiros entre os mais pontuais do mundo mostra a força da nossa infraestrutura. É um reconhecimento da qualidade das operações e da eficiência que buscamos entregar à população todos os dias”, enfatizou o ministro.

Clarissa Barros, diretora de Política Regulatória na Secretaria de Aviação Civil, explica que a pontualidade nos voos é um indicador crucial para a qualidade do transporte aéreo. "Quando os aeroportos operam com eficiência, os benefícios são muitos. Menos atrasos, porque os passageiros perdem menos conexões e têm mais confiança nos horários. Redução de custo, porque as empresas aéreas economizam com combustível e compensações por atrasos. Satisfação do passageiro. Viagens mais previsíveis significam menos estresse e mais comodidade. E atração de novos voos. Aeroportos mais eficientes atraem novas rotas e investimentos."

Critérios de avaliação do ranking

Segundo a metodologia adotada no relatório, os aeroportos são classificados em três categorias, com base na capacidade anual de assentos ofertados:

  • Grande porte: entre 25 e 40 milhões de assentos por ano;
  • Médio porte: entre 15 e 25 milhões de assentos por ano;
  • Pequeno porte: entre 5 e 15 milhões de assentos por ano.

Para entrar no ranking, os terminais também precisam ter pelo menos 90% dos voos rastreados com informações reais de partida e chegada, fator que assegura a comparabilidade internacional.

O estudo da Cirium utiliza dados de mais de 2 mil fontes globais e avalia a pontualidade com base nas partidas dentro dos horários previstos

Aeroportos brasileiros no topo do ranking mundial

Grandes aeroportos

  • Congonhas (SP): 3º lugar mundial, com 88,62% de pontualidade

Médios aeroportos

  • Viracopos-Campinas (SP): 2º lugar, com 93,22%;
  • Brasília (DF): 3º lugar, com 90,97%;
  • Confins-Belo Horizonte (MG): 4º lugar, com 88,70%;
  • Galeão (RJ): 6º lugar, com 86,50%.

Pequenos aeroportos

  • Santos Dumont (RJ): 1º lugar mundial, com 95,02%, numa análise que considerou 4.930 voos;
  • Salvador (BA): 4º lugar, com 91,32%;
  • Belém (PA), Recife (PE), Florianópolis (SC), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS): entre os 20 mais pontuais do mundo.

Desempenho acima da média mundial

O relatório da Cirium traz ainda os chamados “Destaques operacionais”, que apresentam as médias globais de pontualidade por categoria de aeroporto. Esses indicadores permitem comparar o desempenho de cada terminal com o padrão internacional.

Nesse recorte, os aeroportos brasileiros ranqueados superaram as médias mundiais em diferentes portes. Entre os pequenos, o Santos Dumont registrou 95% de voos pontuais, bem acima da média global da categoria, de 85%. O Aeroporto de Salvador também se destacou, com 91,32%.

Na categoria de médio porte, aeroportos como Viracopos-Campinas e Brasília registraram índices superiores a 90%, frente à média mundial de 81,4%. Outros terminais brasileiros listados – como Confins, Galeão, Belém, Recife, Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre – também ficaram próximos ou acima desse patamar. Entre os grandes aeroportos, Congonhas (SP) obteve 88,62% de pontualidade, contra uma média global de 81,66%.

Para Clarissa Barros, o desempenho dos terminais coloca o país em destaque no cenário global, comprovando a eficiência da infraestrutura aeroportuária brasileira e a excelência na gestão de operações aéreas.

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01/10/2025 04:40h

Investimentos em infraestrutura e expansão da malha aérea impulsionam aeroportos de Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis e cidades do interior

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Os aeroportos da Região Sul já respondem por 33,7% do tráfego aéreo do país em 2025. Impulsionado pelas capitais Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis, o crescimento também se reflete nos aeroportos regionais, que ampliam a integração entre cidades, fortalecem o turismo, dinamizam os negócios e aprimoram a logística local.

Segundo o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a alta reflete os investimentos aplicados nos aeroportos da região, tanto pelo governo quanto pelas concessionárias. “A aplicação de recursos em infraestrutura aeroportuária melhora os serviços prestados à população, amplia a conectividade entre cidades e contribui para o crescimento econômico da região”, afirmou.

Investimentos

O crescimento da aviação regional é acompanhado por investimentos federais em infraestrutura. O governo destinou R$ 13,6 milhões para sistemas de aproximação de precisão (PAPIs) em 13 aeroportos regionais e promoveu melhorias na segurança das operações aéreas.

Concessões e parcerias público-privadas também viabilizaram aportes em operação, manutenção e expansão de aeroportos, como os de Passo Fundo (R$ 66,24 milhões) e Santo Ângelo (R$ 35,99 milhões), no Rio Grande do Sul. Além disso, o governo alocou recursos para obras de construção e recuperação de vias de acesso, o que fortalece a integração e facilita o transporte de passageiros e cargas.

Movimentação de passageiros

Em agosto deste ano, os principais aeroportos da região registraram intensa movimentação de passageiros, com destaque para o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, que contabilizou 599,4 mil embarques e desembarques. Confira:

Aeroporto (cidade) Passageiros (mil)
Porto Alegre (Salgado Filho) 599.4
Curitiba 495.2
Florianópolis 310.4
Navegantes 180
Maringá 78.7
Londrina 57
Joinville 50
Chapecó 44

Fonte: MPor

Para o secretário Nacional de Aviação Civil, Daniel Longo, “o aumento na quantidade de passageiros na Região Sul é reflexo das políticas públicas que o Ministério de Portos e Aeroportos e o Governo Federal vêm implementando para aumentar a conectividade da malha aérea das empresas brasileiras”. 

De acordo com Longo, essas ações possuem dois focos principais: promover a massificação do consumo, com a incorporação de novos passageiros ao mercado, e ampliar a regionalização da malha, o que permite atender localidades que antes estavam fora do alcance da aviação comercial.

Voos internacionais

A expansão da aviação regional também se reflete no cenário internacional. Em agosto, as três capitais da região concentraram praticamente toda a movimentação de voos internacionais, com destaque para os seguintes aeroportos:

  • Florianópolis (52,47%);
  • Porto Alegre (31,27%);
  • Curitiba (13,26%).

O fluxo inclui passageiros em viagens de turismo, compromissos profissionais e transporte de cargas. Além de contribuir para conectar os polos econômicos locais aos principais mercados do país e do exterior.

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26/09/2025 04:45h

Novo acordo prevê leilão do Galeão em 2026 e meta de 30 milhões de passageiros até 2028

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O Governo Federal assinou, nesta quinta-feira (25), no Rio de Janeiro (RJ), a repactuação do contrato de concessão do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão. A reestruturação do terminal ocorreu por meio de uma construção coletiva entre a Prefeitura do Rio, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Tribunal de Contas da União (TCU).

O termo prevê o leilão de venda assistida da concessionária RIOGaleão em março de 2026, com lance mínimo de R$ 932 milhões e contribuição variável de 20% sobre o faturamento bruto até 2039. Além de estabelecer a saída da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que detém 49% das ações, até o mesmo período.

O acordo também descarta a obrigação da construção de uma terceira pista e demanda a criação de um mecanismo de compensação para caso haja restrições operacionais no Santos Dumont.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, esteve na cerimônia de assinatura e projetou que nos próximos três anos, o hub do Rio de Janeiro irá alcançar 30 milhões de passageiros. “Saímos de pouco menos de 5 milhões de passageiros, em 2023, para mais de 18 milhões neste ano, e a projeção é alcançar 30 milhões nos próximos três anos”.

Costa Filho ainda destacou o Galeão como um “ativo valorizado” do Brasil. “Hoje celebramos a retomada de um planejamento estratégico que consolida o Galeão como hub internacional da América do Sul. Essa reestruturação fortalece o turismo, a logística e a geração de emprego e renda, reafirmando o papel do Galeão como um ativo estratégico para o Brasil”.

O diretor-presidente substituto da Anac, Rui Chagas Mesquita, afirmou que a repactuação do Galeão é resultado de quase três anos de trabalho técnico. “É uma modelagem excepcional, adaptada ao caso concreto, que reafirma o compromisso com eficiência, sustentabilidade financeira e interesse público”.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também participou da cerimônia e apontou a decisão como estratégica para a cidade: “O Galeão representa muito mais do que um aeroporto: é a principal porta de entrada do Rio e motor da economia fluminense”.

Indicadores

Um levantamento recente do Ministério de Portos e Aeroportos confirma o avanço nas operações aéreas do Galeão. Entre janeiro e agosto de 2025, o terminal movimentou 66,8 mil toneladas de cargas, alta de 54% em relação ao mesmo período de 2023, e se firmou como o quarto maior do país em volume de carga aérea.

O fluxo de passageiros também apresentou crescimento expressivo. No mesmo intervalo, mais de 11,2 milhões de pessoas passaram pelo aeroporto, o que representa aumento de quase 25% na comparação com o ano anterior.

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26/09/2025 04:35h

A região concentra mais da metade dos passageiros do país e amplia presença internacional com crescimento de hubs e aeroportos regionais

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Aeroportos do Sudeste movimentaram 55% dos passageiros do país em 2025. De janeiro a agosto deste ano, os aeroportos da região movimentaram 82,9 milhões de passageiros, um crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 76 milhões de viajantes. 

Segundo levantamento do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), a partir de dados estatísticos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), somente em agosto, foram registrados 11 milhões de embarques e desembarques, o maior volume mensal desde o início da série histórica da Anac, em 2000.

O mercado doméstico é responsável pela maior parte do fluxo. Entre janeiro e agosto de 2025, 67,2 milhões de passageiros voaram dentro do Brasil por meio dos aeroportos do Sudeste, contra 61,8 milhões no mesmo período de 2024. A alta reflete a ampliação da oferta de assentos pelas companhias aéreas e a retomada da demanda por turismo e viagens corporativas. 

Imagem: Destaques da aviação no Sudeste. Fonte: Divulgação/MPor

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou a região como principal hub aéreo do país. “O crescimento da aviação no Sudeste mostra a força da região como principal porta de entrada e saída do Brasil para o mundo. Estamos trabalhando para ampliar ainda mais essa conectividade, fortalecendo os grandes hubs e, ao mesmo tempo, criando condições para que aeroportos regionais também ganhem novas rotas. Isso significa mais turismo, mais negócios e mais oportunidades para a população brasileira”.

Rotas internacionais

Além de manter a posição de liderança nos voos internacionais, o Sudeste apresentou avanço de 11,8%. De janeiro a agosto de 2025, os aeroportos da região contabilizaram 15,7 milhões de embarques e desembarques em rotas intercontinentais, frente aos 14 milhões no mesmo período de 2024. Na prática, quase sete em cada dez passageiros internacionais que circulam pelo Brasil passam por terminais da região.

Esse protagonismo se deve, sobretudo, aos hubs de Guarulhos (SP) e Galeão (RJ), que concentram as principais conexões com Europa, América do Norte e Ásia. O crescimento do setor também reflete o fortalecimento de terminais como Confins (MG) e Vitória (ES), que ampliam destinos e diversificam o tráfego internacional no Sudeste.

Diversidade aeroportuária

Devido à variedade de vocações econômicas, o Sudeste apresenta uma movimentação aérea ampla e diversificada:

  • São Paulo mantém-se como principal centro de conexões nacionais e internacionais, com destaque para negócios e turismo;

  • Rio de Janeiro alia a força do turismo de lazer e de eventos à conectividade para América Latina, Europa e América do Norte;

  • Minas Gerais, com o Aeroporto Internacional de Confins, se consolida como hub regional e amplia gradualmente suas ligações diretas;

  • Espírito Santo, por meio do aeroporto de Vitória, fortalece a aviação regional e tem avançado na integração logística.

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24/09/2025 04:50h

Novo combustível sustentável será submetido à ANP e pode impulsionar a transição energética da aviação. Para Ministério dos Portos e Aeroportos, produção nacional do combustível se conecta às ações do governo para descarbonizar o transporte aéreo e ampliar a competitividade do setor

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A Petrobras produziu, pela primeira vez em escala industrial, querosene de aviação com conteúdo renovável. O marco ocorreu em setembro, na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP).

O novo combustível, conhecido como SAF (sigla em inglês para Sustainable Aviation Fuel – combustível sustentável de aviação), tem potencial para reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa. 

O SAF vem no contexto do compromisso do Governo Federal com a transição energética, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). É o que ressalta a diretora de Sustentabilidade do ministério, Larissa Amorim:  “O Ministério de Portos e Aeroportos está engajado em acelerar a transição energética, garantindo segurança regulatória, previsibilidade e incentivos para que o uso do SAF ganhe escala. Além disso, a gente reforça nossa atuação institucional por meios de iniciativa como FOTEA [Fórum de Transição Energética na Aviação Civil], grupos de trabalho a projetos pilotos, investimentos e pesquisa, certificação, para assegurar que o Brasil aproveite suas vantagens comparativas, como abundância de matérias-primas renováveis e bases tecnológicas, e se posicione como protagonista global na aviação sustentável”, afirma.

Combustível do presente

O SAF é produzido a partir de matérias-primas renováveis, como óleos vegetais, resíduos gordurosos e etanol. O combustível pode ser utilizado nas aeronaves sem necessidade de adaptação de motores ou infraestrutura, pois é quimicamente compatível com o querosene de aviação fóssil (QAV).

No âmbito internacional, o SAF está alinhado às metas climáticas da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), especialmente ao CORSIA (Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional), que prevê emissões líquidas zero até 2050.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, aponta a importância do uso desse combustível. 

“Representa um passo decisivo para a descarbonização da aviação e para o fortalecimento da competitividade do Brasil no cenário internacional. Nosso papel é criar as condições para que esse combustível sustentável ganhe escala, com segurança regulatória e previsibilidade.”

Luana Amorim ressalta o potencial da iniciativa na preservação do meio ambiente. “Esse é um compromisso que a gente assume, avançar com equilíbrio entre desenvolvimento econômico, inovação e competitividade internacional, buscando sempre a preservação ambiental. O futuro é sustentável e é brasileiro.”

Produção e utilização no Brasil 

De acordo com o gerente geral da Revap, Alexandre Coelho, a Petrobras deve concluir o relatório técnico e encaminhá-lo à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) até o fim de setembro. 

Em seguida, a companhia contratará uma certificadora para comprovar a redução das emissões de carbono do produto. Com a aprovação regulatória e a certificação, o combustível poderá ser comercializado.

Segundo o MPor, a adoção do SAF representa uma mudança estrutural na aviação brasileira, com potencial de reduzir emissões de CO₂ em todo o ciclo de vida do combustível.

Além dos benefícios ambientais, a produção estimula empregos em novas cadeias produtivas ligadas à bioenergia, à indústria química e ao agronegócio, gerando também oportunidades para pesquisa, inovação e atração de investimentos de empresas aéreas e refinarias.

Além dos benefícios ambientais, a produção do SAF no país também estimula a geração de empregos em novas cadeias produtivas ligadas à bioenergia, à indústria química e ao agronegócio, com estímulo à pesquisa, desenvolvimento e inovação. 

Resultados inéditos

A Petrobras, com sua produção experimental de SAF, obteve resultados inéditos em suas refinarias, na Revap. Alexandre Coelho destaca o papel da iniciativa para o país, tendo em vista o trabalho da refinaria no país. “A consolidação desta rota tecnológica é especialmente relevante considerando que a Revap é responsável por aproximadamente 50% de todo o querosene de aviação produzido no país. A refinaria possui interligação direta com o Aeroporto Internacional de Guarulhos, o que confere grande competitividade logística ao produto.”
 

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07/09/2025 04:00h

Custos em dólar e crise levam empresas a cortar rotas no Brasil; especialista explica por que isso acontece, quem é mais afetado e quais são os direitos do consumidor

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A malha aérea brasileira encolheu. Segundo o Relatório de Oferta e Demanda da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em julho de 2025 apenas 137 aeroportos tiveram operações comerciais, contra 155 no mesmo mês de 2024 e 162 em 2023. O recuo ultrapassa 15% em dois anos, mesmo em um cenário de recorde no transporte de passageiros — foram 11,6 milhões apenas em julho, o maior volume já registrado.

A redução não é apenas fruto de ajustes sazonais. O advogado Rodrigo Alvim, especialista em direito do passageiro aéreo, explica que companhias enfrentam dificuldades estruturais.

“Reduzir a malha aérea significa que empresas deixam de atender trechos que não são rentáveis. Muitas vezes, as aeronaves voam vazias. Além disso, as companhias brasileiras têm 60% de seus custos atrelados ao dólar, desde o combustível até contratos de leasing. Elas ganham em real, mas gastam em dólar, e o aumento do IOF agrava ainda mais esse desequilíbrio”, detalha.

Rotas e bases que saíram do mapa

Nos últimos dois anos, a redução da malha aérea atingiu especialmente a Azul, que em 2025 encerrou operações em 14 cidades, a maioria no interior do país e onde era a única operadora. As suspensões, iniciadas entre janeiro e março, representaram o abandono de mais de 50 rotas, numa estratégia de concentrar voos em hubs mais rentáveis e reduzir custos diante da recuperação judicial.

Outras companhias também promoveram cortes, ainda que pontuais. A LATAM, por exemplo, suspendeu rotas como Rio de Janeiro (Galeão) – Natal e São Luís –Teresina a partir de março de 2025, justificando “necessidades comerciais”. Além disso, ajustes sazonais têm modificado a malha em diversas regiões, diminuindo a conectividade em trechos considerados de menor rentabilidade.

Quem mais sofre

Segundo Alvim, os maiores prejudicados são moradores de cidades menores, sobretudo do Norte e do Nordeste.

“O interior é o mais vulnerável. Quando a rota some, a população perde acesso direto ao transporte aéreo e passa a depender de barco, ônibus ou deslocamentos longos até outros aeroportos. São as populações mais pobres que acabam isoladas”, afirma.

Campos dos Goytacazes no Rio de Janeiro e Ponta Grossa Paraná, são exemplos de cidades que perderam os voos comerciais em 2025, ambas operadas pela Azul.

Impacto social e econômico

O isolamento aéreo tem reflexos que vão além da mobilidade. Em cidades que perdem conexão, o turismo e os negócios locais sofrem queda imediata, já que investidores, representantes comerciais e turistas enfrentam mais barreiras para chegar. O encarecimento das passagens nos trechos remanescentes também limita o acesso da classe média e popular ao transporte aéreo, considerado essencial em um país continental como o Brasil.

Especialistas do setor lembram que a aviação regional é fundamental para a integração nacional. Quando as rotas desaparecem, serviços de saúde, educação e até segurança pública são afetados, já que deslocamentos de emergência dependem, muitas vezes, da aviação. “É um problema que não se limita ao consumidor individual, mas atinge toda a dinâmica social das regiões afetadas”, avalia Alvim.

Direitos do passageiro

Apesar da lógica de mercado que rege o setor, há limites. “O que a companhia não pode fazer é vender uma passagem e, depois do cancelamento da rota, deixar o passageiro sem suporte. Nesse caso, ela deve oferecer reacomodação em outro voo, em outra empresa ou até em outro meio de transporte, como ônibus, além da opção de reembolso integral”, explica Alvim.

O que fazer se o voo for cancelado

O especialista orienta um passo a passo:

  1. Contato imediato com a companhia, de preferência por telefone, guardando protocolos ou até gravando a ligação;
  2. Caso não haja solução, registrar reclamação no Consumidor.gov.br, plataforma oficial do governo;
  3. Persistindo o problema, procurar Procon ou advogado de confiança, podendo recorrer à Justiça.

O que diz o governo

O Ministério de Portos e Aeroportos informou que trabalha em medidas para reduzir custos operacionais e estimular a aviação regional. Entre elas estão alíquota diferenciada para a aviação regional na Reforma Tributária e a oferta de R$ 4 bilhões em linhas de crédito do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), com contrapartidas que incluem ampliar rotas na Amazônia Legal e no Nordeste.

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13/08/2025 02:00h

Ação será veiculada em mais de 60 terminais e conta com apoio de concessionárias e companhias aéreas para conscientizar e proteger mulheres contra violência

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Na terça-feira (12), o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) lançou, no Aeroporto Internacional de Brasília, a primeira campanha nacional de combate ao assédio nos aeroportos brasileiros. Com o slogan “Assédio não Decola”, a iniciativa busca conscientizar passageiros e profissionais do setor sobre como identificar, prevenir e denunciar situações de violência.

O ministro Silvio Costa Filho ressaltou que a ação tem caráter pedagógico e educativo, reunindo esforços de órgãos do Governo Federal, concessionárias e entidades da sociedade civil para ampliar a proteção às mulheres que circulam pelos terminais aéreos. “Essa campanha é um marco histórico para a aviação brasileira”, afirmou.

A ação será veiculada nos mais de 60 principais aeroportos do país, com o apoio das 12 concessionárias que administram os terminais e das três companhias aéreas nacionais. Costa Filho destacou ainda que a mobilização da sociedade é fundamental para dar visibilidade à campanha e fortalecer o combate ao assédio contra mulheres no ambiente aeroportuário:

“É muito importante que a sociedade nos ajude a contribuir com essa divulgação nas suas redes sociais, nos seus canais de diálogo, para que a gente possa divulgar para todo o Brasil que o assédio não decola. Então, é uma campanha pedagógica educativa e a gente espera cada vez mais incutir essa campanha anualmente para que a gente possa diminuir o assédio nos aeroportos e nos espaços públicos. Sempre dizemos que o lugar de mulher é onde ela quiser e isso vale, sobretudo, para os aeroportos do Brasil”, afirmou o ministro.

O ministro explicou que ainda não há dados detalhados sobre assédio no setor. No entanto, disse que a pasta vem realizando um estudo mais amplo sobre o tema. Ele frisou, ainda, que espaços como shoppings e aeroportos, entre outros espaços, são áreas onde podem ocorrer maior volume de assédio: “é o que vem acontecendo; então, é por isso que nós resolvemos lançar essa campanha”, destacou.

O evento também contou com a participação de autoridades dos ministérios das Mulheres e dos Direitos Humanos e da Cidadania, de representantes de concessionárias e da sociedade civil.

A iniciativa fortalece as medidas promovidas em prol do “Agosto lilás” – mês de conscientização e enfrentamento à violência contra as mulheres.

Campanha “Assédio não decola”

Conforme o MPor, a campanha vem sendo divulgada desde o dia 6 de agosto, abrangendo concessionárias aeroportuárias e aeroportos em canais oficiais, com ênfase nas redes sociais. Entre as participantes estão Aena, BH Airport, COA, Fraport, Guarulhos, Inframerica, Motiva, NOA, RIOgaleão, Vinci, ABV/Viracopos e Zurich.

Durante o lançamento, a diretora de Planejamento e Fomento da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), Júlia Lopes, disse que, inicialmente, todas as concessionárias dos aeroportos federais concedidos aderiram à campanha. 

Aliado à campanha, o MPor e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também lançaram em maio o guia de Combate ao Assédio e à Importunação Sexual na Aviação Civil. 

A ferramenta traz informações sobre os tipos de assédio, como denunciar, medidas de acolhimento às vítimas e, ainda, orienta sobre a promoção do respeito e dignidade. 

“Esse material é importante não só para as mulheres, para elas poderem identificar, mas também para os homens, para que eles não pratiquem eventuais ações que possam ser consideradas uma importunação sexual, um assédio sexual. É importante também deixar claro quem pode denunciar, não só a vítima, mas também os terceiros que presenciem alguma situação, podem entrar em contato com um dos canais de denúncia ou, eventualmente, com alguma autoridade aeroportuária. Ou alguma autoridade dentro das aeronaves para fazer essa denúncia e assegurar um ambiente seguro tanto para as mulheres quanto para toda a sociedade”, afirmou Júlia Lopes.

Divulgação

Com vistas a aumentar o alcance da campanha, os materiais são veiculados de forma digital em telas, totens e feeds nos principais terminais. A ideia é ampliar a efetividade da iniciativa a partir da divulgação tanto para passageiros, quanto para os funcionários dos aeroportos.

Além da comunicação voltada aos passageiros, a iniciativa também deve promover ações internas com enfoque na sensibilização, capacitação e comunicação para profissionais da comunidade aeroportuária. Para essa finalidade será utilizada a intranet, newsletters, boletins, TVs internas, murais digitais e físicos.

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05/08/2025 02:00h

Movimentação ultrapassa 2,1 milhões de viajantes e reforça retomada da aviação regional após reabertura do aeroporto de Porto Alegre

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Os aeroportos da Região Sul registraram mais de 2,1 milhões de passageiros no mês de junho deste ano. O número representa um aumento de 36,5% em comparação com o mesmo período de 2024 – quando foram registrados cerca de 1,5 milhão. Os dados integram o relatório de demanda e oferta da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, o avanço da aviação civil na Região Sul do país demonstra a retomada da aviação sulista. O cenário é relevante, considerando que ocorre após a recuperação das operações no Aeroporto Internacional Salgado Filho (SBPA), em Porto Alegre (RS), cujas atividades foram interrompidas em maio de 2024 por conta das fortes chuvas.

Na avaliação do Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o desempenho mostra a importância da aviação para o desenvolvimento regional.

“O avanço expressivo da aviação na Região Sul, especialmente com a plena retomada do Salgado Filho, demonstra o papel fundamental do setor ao conectar pessoas, impulsionar o turismo local e gerar emprego e renda para a região”, apontou o ministro.

A diretora de Planejamento e Fomento da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), Júlia Lopes, destacou que os resultados positivos da aviação no Sul do país refletem os investimentos em infraestrutura. 

“Os investimentos feitos pelo Governo Federal na região se refletem nos recentes números positivos da movimentação de passageiros. Fizemos entregas importantes em aeroportos como os de Foz do Iguaçu, Londrina, Bagé, Pelotas, Paranavaí e Joinville, fortalecendo a malha regional e conectando o Sul do país também com destinos internacionais, o que contribui para que mais brasileiros e estrangeiros estejam voando pela região”, disse Júlia Lopes.

Destaques regionais

Entre os destaques da movimentação regional, Porto Alegre (RS) liderou, movimentando mais de 600 mil passageiros. O montante representa 28,53% do total de viajantes da Região Sul. Em seguida, aparece São José dos Pinhais (PR), que respondeu por 23,66%. Já Florianópolis (SC), por 15,98%, e Navegantes (SC), por 8,39%. No Paraná, Foz do Iguaçu (PR) ficou responsável por 7,82% de participação.

Entre os terminais, Londrina (PR), Pelotas (RS) e Joinville (SC) também contribuíram para o crescimento da aviação sulista no período. Em junho, Londrina registrou 56,9 mil passageiros (2,71%), Pelotas 8,4 mil (0,40%) e Joinville 43,4 mil (2,07%), reforçando a retomada da aviação regional.
 

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01/08/2025 05:00h

Com seis terminais entre os mais movimentados, região responde por mais de 50% dos embarques e desembarques no país

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No primeiro semestre de 2025, os aeroportos de Guarulhos, Congonhas, Confins, Campinas, Galeão e Santos Dumont – todos no Sudeste do país  responderam por mais da metade da movimentação aérea registrada no Brasil. Os dados constam no relatório de demanda e oferta da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Com o resultado, a região segue na liderança em relação à quantidade de embarques e desembarques registrados no período. Somente o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), por exemplo, contou com 14.094.849 passageiros, ou seja, 28,73% do volume total.

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Em segundo lugar no ranking aparece o Aeroporto de Congonhas, também na capital paulista, com movimentação de 11.515.675 usuários, o que corresponde a 23,47% de participação.

Na avaliação da diretora de Gestão Estratégica do Ministério de Portos e Aeroportos, Thairyne Oliveira, entre os fatores que têm contribuído para os resultados estão os investimentos com recursos federais destinados ao setor.

"A movimentação aérea tem relação direta com o cenário econômico nacional. A liderança do Sudeste, região que concentra a maior parte do PIB do país, mostra que a economia brasileira está aquecida e nossos aeroportos prontos para atender a demanda de passageiros ", disse.

Outros destaques:

  • Aeroporto de Confins (MG): 5.960.395 passageiros (12,15% de participação);
  • Aeroporto de Campinas (SP): 5.680.383 passageiros (11,58% de participação);
  • Galeão (RJ): 5.368.842 passageiros (10,94% de participação);
  • Santos Dumont (RJ): 2.950.925 passageiros (6,01% de participação).

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, considera que o desempenho do Sudeste no setor aéreo está relacionado à força da região no crescimento econômico do país. "Nosso compromisso é garantir que esse motor continue a girar, com uma infraestrutura aeroportuária moderna e eficiente, que integre regiões e países, atraia mais investimentos e impulsione a economia, gerando emprego e renda para população", pontuou.

Voos Internacionais

O levantamento da Anac também mostra que o Sudeste concentra quase a totalidade das operações internacionais do país. Nesse caso, Guarulhos é apontado como o principal ponto de conexão com o exterior, responsável por 68,45% dos voos internacionais. O terminal concentra um total de 7.844.132 partidas e chegadas com destinos fora do Brasil.

O Aeroporto do Galeão aparece com 2.839.265 voos internacionais. O volume representa 24,78% do total. Juntos, os dois terminais respondem por mais de 93% das operações internacionais no Brasil.

Já os terminais de Campinas e Confins aparecem na sequência, com 4,54% e 2,22% de participação, respectivamente.

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29/07/2025 23:30h

Obras fazem parte da 7ª rodada de concessões e miram transformar terminal em novo polo da aviação regional no Rio

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O Aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro (RJ), começou a passar por obras de requalificação. A cerimônia de início dos trabalhos foi realizada na última terça-feira (29) e marca um novo ciclo de investimentos na aviação regional.

O projeto, que integra a 7ª rodada de concessões aeroportuárias, prevê aporte de R$ 115 milhões por parte da concessionária responsável. A iniciativa faz parte da estratégia do governo federal de fortalecer a infraestrutura aeroportuária e ampliar a conectividade regional no país.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participou da cerimônia e destacou o papel da obra para o desenvolvimento da aviação regional. 

“Esperamos que aqui possa ser um novo hub de desenvolvimento da aviação do Rio de Janeiro. Na medida que o Galeão e o Santos Dumont crescem, automaticamente esse aeroporto vai crescer e vai se transformar não só no aeroporto offshore, pelo papel institucional que cumpre para Petrobras, mas sobretudo pode, no futuro próximo, ser aqui um hub e um centro também de São Paulo, Rio, Rio-São Paulo. E aqui a gente buscar novos destinos próximos ao Rio de Janeiro que possam pousar aqui. Então aqui vai ajudar no desenvolvimento e fortalecer automaticamente o turismo de negócios na região”, ressaltou o ministro.

O secretário Nacional de Aviação Civil, Tomé Franca, destacou o atual cenário positivo da aviação civil brasileira. Segundo ele, 2024 registrou diversos recordes no setor. Foram mais de 25 milhões de passageiros internacionais em aeroportos do país, 84% de média de ocupação dos assentos e a maior oferta de voos da série histórica.

“Esses números mostram a força e a potência do setor para o desenvolvimento social e econômico do Brasil”, afirmou Franca. Ele também reforçou que o sucesso do empreendimento é fundamental para aumentar a confiança na infraestrutura como catalisadora do desenvolvimento.

Também presente na cerimônia, o diretor da XP, Rafael Furlanetti, disse que o projeto do Aeroporto de Jacarepaguá é financiado por mais de 8 mil investidores pessoas físicas, por meio de um fundo de infraestrutura.

“Esse aeroporto não é apenas um projeto de um investidor em busca de retorno. É um investimento da população brasileira na infraestrutura do país”, lembrou.

Construções

O início das obras, denominado como Fase 1-B, conta com um investimento de R$ 115 milhões – montante que integra um total superior a R$ 146,6 milhões previstos ao longo da concessão.

Confira as intervenções da Fase 1-B:

  • Construção da cerca operacional;
  • Implantação de nova via de serviço;
  • Área de segurança na extremidade da pista (RESA);
  • Nivelamento e reforço da pista de pouso e decolagem;
  • Melhorias na faixa preparada;
  • Substituição do sistema PAPI;
  • Modernização do balizamento luminoso;
  • Ampliação e iluminação do pátio de aeronaves;
  • Reorganização das posições de estacionamento.

O aeroporto atende operações de helicópteros, especialmente para apoio às plataformas de petróleo na Bacia de Santos. No entanto, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor),  possui vocação para a aviação geral.

O terminal também congrega voos executivos, táxi aéreo e voos regionais operados pela Azul Conecta.

Além dos investimentos obrigatórios, a concessionária já reformou o Terminal de Passageiros (TPS), instalou uma sala VIP e prevê novas ações, como, por exemplo, a revitalização da fachada e a construção do Boulevard – voltado à convivência e circulação de usuários.

Jacarepaguá 

O bairro de Jacarepaguá fica localizado em uma das regiões mais tradicionais da Zona Oeste carioca. A região foi marcada por engenhos de açúcar e fazendas cafeeiras, como a Fazenda da Taquar. Hoje, concentra mais de 20 mil empresas.

Conforme o ministério, Jacarepaguá abriga um importante polo econômico da capital fluminense, já que dispõe de uma infraestrutura urbana consolidada e mercado imobiliário em valorização.

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