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Baixar áudioEm meio à programação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou, nesta quinta-feira (13), um estudo que elenca ações para viabilizar a nova meta global de financiamento climático (NCQG). O compromisso foi aprovado na COP29, no Azerbaijão, e prevê a mobilização de US$300 bilhões por ano até 2035. Há a possibilidade de esse valor chegar a US$1,3 trilhão anualmente a partir de fontes públicas, privadas, bilaterais e multilaterais.
Denominado “Nova arquitetura do financiamento climático: mobilização de recursos para a mitigação e adaptação”, o levantamento da CNI defende a reforma da arquitetura financeira internacional, com a disponibilidade de instrumentos mais atrativos, acessíveis e de menor custo de capital.
Entre outros pontos, o estudo recomenda o fortalecimento de políticas públicas e mecanismos nacionais, como por exemplo, a Política Nacional sobre Mudança do Clima, o Plano Clima e o programa Eco Invest Brasil.
O superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, explica que o estudo retrata uma realidade do financiamento no âmbito nacional e no internacional. Na avaliação dele, o progresso das metas dependerá da criação de ambientes regulatórios favoráveis, com instrumentos financeiros eficazes.
“Financiamento é um tema transversal que toca várias temáticas que vêm sendo discutidas aqui na COP, como transição energética, bioeconomia, economia circular, o papel das cidades sustentáveis. Então, todos esses temas precisam ter um alicerce do financiamento, porque fazer uma transição custa e custa caro e a gente precisa identificar quais seriam aquelas linhas mais competitivas para que as empresas possam fazer a sua transição para baixo carbono dentro das suas plantas, dentro dos seus empreendimentos”, destaca.
Apesar de os aportes globais apresentarem crescimento, o estudo revela que há desigualdades no acesso aos recursos. Entre 2021 e 2022, o financiamento climático do mundo registrou uma média anual de US$ 1,3 trilhão. Esse valor equivale um salto de 63%, na comparação com o biênio anterior.
Porém, a maior parte dos fluxos – que corresponde a 89% - foi destinada à mitigação. Para as atividades de adaptação, só foram destinados 11%. Outro fator de alerta é que os países menos desenvolvidos e pequenos estados insulares receberam somente 2,6% e 1%, respectivamente, do total mobilizado.
Mapa lidera agenda do agro sustentável na COP 30
Entre os principais problemas relacionados a esse cenário estão o alto custo do capital, o espaço fiscal limitado, a volatilidade cambial e a ausência de incentivos concretos para projetos climáticos, sobretudo nas nações em desenvolvimento.
“É nesse espírito que a CNI vem contribuindo para divulgar um estudo onde elenca a realidade, mas também mostra como fazer uma melhoria no sistema de financiamento global para que a gente possa cada vez mais acessar financiamentos competitivos, não só para grandes empresas, mas também considerando micro, pequenas e médias empresas, essas que têm mais dificuldades em termos de garantia e também de acesso a esse financiamento climático”, pontua Bomtempo.
Com o intuito de enfrentar esses desafios e promover maior equidade na distribuição dos recursos, a CNI estruturou 24 ações, organizadas em 11 temas prioritários. As medidas apresentadas abordam iniciativas como aprimoramento de políticas climáticas nacionais e criação de arranjos inovadores de garantia e incentivo à participação privada. Confira:
| Tema | Ações |
|---|---|
| Ampliar a adoção de políticas climáticas alinhadas ao financiamento climático | 1. Manutenção e atualização das NDCs, considerando a participação da indústria na formulação das metas, incluindo o Plano Clima e a Política Nacional sobre Mudança do Clima. 2. Políticas específicas de financiamento voltadas para promover ações climáticas. 3. Existência de taxonomias ou políticas verdes. |
| Papel dos países desenvolvidos na mobilização de recursos para financiamento climático | 1. Manter o papel dos países desenvolvidos na liderança da mobilização de recursos, visando à meta de USD 300 bilhões por ano. 2. Doações de países desenvolvidos podem ser prioritariamente usadas para determinados tipos de projetos, como adaptação e perdas e danos. |
| Assegurar a captação de financiamento nos BMD com recursos públicos e privados | 1. Estimular que os BMD garantam a captação pública para projetos climáticos. 2. Aprimorar a governança dedicada a financiamento climático e para biodiversidade. 3. Definir quotas de referência para capital público e privado. 4. Aumentar a capacidade de empréstimo. |
| Abordar os riscos para o financiamento climático | 1. Riscos regulatórios e riscos institucionais. 2. Barreiras devido aos altos custos de empréstimos, resultantes dos riscos da dívida soberana dos países. 3. Endividamento dos países e espaço fiscal limitado e volatilidade cambial. |
| Fortalecer arranjos para garantia que viabilizem projetos de forma efetiva | 1. Aprimorar modelos e arranjos de garantia customizados por tipos de projeto (mitigação ou adaptação). 2. Definir diferenciais de garantia para projetos de adaptação em países de menor desenvolvimento relativo e países em desenvolvimento que envolvam determinados tipos de objetivos (ex.: saneamento, infraestrutura urbana, transporte). |
| Ampliar o acesso a seguros | 1. Integrar riscos climáticos como parâmetros para orientar financiamento associado a instrumentos de seguros. 2. Estimular seguros climáticos para setores, como indústria e agropecuária. |
| Viabilizar a inclusão de valores não reembolsáveis no contexto de instrumentos financeiros | 1. Definir orientações que promovam a inclusão de recursos não reembolsáveis em certos tipos de projeto. 2. Garantir que recursos públicos na forma de doações possam integrar instrumentos de blended finance customizados para apoiar projetos. |
| Aprimorar os diferenciais de financiamento climático vis-à-vis outros tipos de projeto | 1. Definir orientações que devem ser consideradas como base para projetos de financiamento climático, visando garantir diferenciais ligados à taxa de juros, às garantias, aos prazos de pagamento, ao volume de recursos elegíveis, entre outros. 2. Avaliar opções que permitam reduzir os custos de tomada de crédito para financiamentos climáticos. |
| Capacitação para o desenvolvimento de projetos | 1. Expandir plataformas que forneçam liquidez às PMEs para investimentos climáticos. 2. Aprimorar o suporte a países para o desenvolvimento de projetos financeiros. |
| Financiamento para projetos em países que tenham esquemas de precificação de carbono | 1. Definir orientações que incentivem financiamento de projetos que viabilizem a geração de créditos de carbono segundo as decisões dos mecanismos do artigo 6 do Acordo de Paris. |
| Definir regras de reporting para todos os atores do ecossistema de financiamento climático | 1. É essencial que a UNFCCC e o Acordo de Paris definam regras de como reportar financiamento climático no contexto da NCQG. |
Fonte: Agência de Notícias da Indústria
O estudo divulgado pela CNI também destaca oportunidades para o Brasil no novo cenário global. Em 2025, o Fundo Clima conta com orçamento de R$ 21,2 bilhões – valor recorde – representando uma janela importante para financiar projetos nacionais.
No ambiente externo, o país já conta com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). Nesse caso, a alocação chega a US$79,83 milhões no atual ciclo; além do Fundo Verde para o Clima (GCF), com US$12,8 bilhões mobilizados mundialmente.
Outra possibilidade é o fundo Alterra, lançado em Dubai, durante a COP28, com aporte inicial de US$30 bilhões. O Alterra dá prioridade a projetos de inovação tecnológica e soluções sustentáveis relacionadas à transição para uma economia de baixo carbono, com foco em startups e iniciativas escaláveis em setores como descarbonização industrial, tecnologias limpas, economia circular e transição energética.
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Baixar áudioA poluição por plástico é considerada a segunda maior ameaça ambiental ao planeta, atrás apenas da emergência climática, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Mais de 140 países já adotaram medidas regulatórias para reduzir ou restringir a produção de plásticos descartáveis como forma de conter a poluição. O Brasil, no entanto, segue sem uma legislação nacional sobre o tema.
O Projeto de Lei (PL) 2524/2022, que institui medidas para a implementação de uma Economia Circular do Plástico no país, permanece sem avanço na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Há mais de 600 dias, o texto aguarda parecer do senador Otto Alencar (PSD-BA), designado relator em março de 2024.
Essa paralisação legislativa ocorre em meio a uma crise ambiental crescente. Um levantamento da organização Oceana aponta que o Brasil despeja cerca de 1,3 milhão de toneladas de plástico por ano nos oceanos, o equivalente a 8% do total mundial. O país ocupa a oitava posição entre os maiores poluidores do planeta e lidera o ranking na América Latina.
A contribuição brasileira para o agravamento desse cenário reforça a necessidade de medidas como as propostas no Projeto de Lei do Oceano Sem Plástico. De acordo com Lara Iwanicki, diretora de Estratégia e Advocacy da Oceana, “esse projeto se tornará uma política de Estado, não de governo. A poluição por plásticos independe de quem está no poder. Ela continuará acontecendo e é por isso que precisamos de uma política de longo prazo e estável.”
Alinhado aos princípios da Economia Circular, o Projeto de Lei propõe uma mudança estrutural na forma como o plástico é produzido, consumido e descartado no Brasil.
O modelo parte da não geração de resíduos e prioriza a eliminação progressiva de itens de uso único, como canudos, copos, pratos e talheres que não possuem reciclabilidade. O texto prevê:
Em tramitação desde 2022, o PL do Oceano Sem Plástico foi aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, após audiência pública e parecer favorável da Senadora Zenaide Maia. Em outubro de 2023, no entanto, a proposta estagnou na CAE, Comissão de Assuntos Econômicos, sob relatoria do senador Otto Alencar (PSD-BA).
A reportagem procurou o parlamentar, mas não obteve retorno até a data desta publicação.
LINHA DO TEMPO
| Data | Trâmite |
|---|---|
| 27/09/2022 | Início da tramitação no Senado |
| 30/05/2023 | Relatório favorável na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) |
| 11/10/2023 | Audiência pública realizada |
| 18/10/2023 | Aprovação do parecer na CAS e envio para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) |
| 05/03/2024 | Distribuição ao relator na CAE (senador Otto Alencar) |
Segundo Iwanicki, o principal entrave à tramitação do Projeto de Lei é político. Apesar da ampla base de evidências científicas sobre os impactos dos microplásticos na saúde humana e no meio ambiente, especialmente nos oceanos, setores da indústria química e do plástico resistem à proposta e alegam ameaça à sobrevivência do setor. “Isso não é verdade”, destaca a diretora.
“O projeto trata da circulação de embalagens e da redução progressiva de itens que representam apenas 1,83% da produção.” Para ela, há distorção nos dados e reação desproporcional de um setor que já perdeu espaço no mercado. “Esse avanço já é uma realidade nas legislações de vários países e nas negociações do Tratado Global Contra a Poluição por Plásticos, iniciativa da ONU em busca de soluções efetivas para essa crise mundial. Então, é um caminho sem volta”, evidencia.
Atualmente, mais de 90 organizações da sociedade civil, que integram a campanha Pare o Tsunami de Plástico, pressionam pela aprovação do Projeto de Lei.
Iwanicki reforça ainda que o impasse político exige mobilização social: “A sociedade precisa cobrar dos parlamentares a aprovação do projeto. Sem pressão, ele não avança”.
Enquanto o projeto permanece travado no Senado, microplásticos já foram identificados em órgãos humanos, como pulmões, coração, leite materno e placenta. Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com a Universidade Livre de Berlim, também detectou partículas do material sintético no cérebro.
Outro estudo, conduzido por cientistas em Nápoles, revelou que microplásticos presentes nos vasos sanguíneos podem estar associados a riscos graves à saúde. Os pesquisadores analisaram placas de gordura retiradas de pacientes com doenças arteriais e descobriram que mais da metade continha partículas de polietileno ou PVC.
Pessoas contaminadas apresentaram quase cinco vezes mais chances de sofrer acidente vascular cerebral, infarto ou morte por qualquer causa nos 34 meses seguintes. Embora o estudo não comprove uma relação direta de causa e efeito, evidências em testes com animais e células humanas sugerem que essas partículas podem contribuir para o agravamento de doenças cardiovasculares.
Segundo o relatório Fragmentos da Destruição: impactos do plástico na biodiversidade marinha, publicado pela Oceana em outubro de 2024, a contaminação afetou cerca de 200 espécies no Brasil. O estudo revela que, entre tartarugas, aves e mamíferos que ingerem plástico, um em cada dez não sobrevive.
“Não se trata apenas do ambiente marinho, mas de todas as bacias hidrográficas e do caminho que esse resíduo percorre até chegar ao mar”, pontua Iwanicki.

Além de enfrentar a crise ambiental, a diretora ressalta que o Projeto de Lei abre caminho para um novo ciclo econômico. “O projeto propõe medidas concretas e necessárias para enfrentar esse cenário, impulsionando a economia ao fomentar materiais alternativos e embalagens sustentáveis. Isso gera emprego, inovação, tecnologia”, afirma.
Iwanicki destaca que “o Brasil ainda tem condições de liderar esse processo, em vez de apostar num modelo ultrapassado que diversos outros países já deixaram para trás. Mas, para isso, é preciso agir agora”.
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Baixar áudioEm meio à programação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), diversas entidades aproveitam a exposição global para apresentar ações relevantes que unem questões ambientais e econômicas. É o caso da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Durante o evento, a entidade promoverá ações direcionadas à valorização de produtos sustentáveis brasileiros e ao fortalecimento da imagem do país como protagonista na transição verde. A COP30 ocorre entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA).
Mapa lidera agenda do agro sustentável na COP 30
Para o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, além de contribuírem para o desenvolvimento sustentável e econômico, os resultados da COP30 precisam ser efetivados para, assim, darem um retorno positivo à população de todo o planeta, sobretudo à que vive na Região Amazônica.
“Já tivemos muitas ideias de enfrentar a crise climática, a insegurança climática, as mudanças climáticas que afetam tanto quem vive nas cidades como quem trabalha nas áreas rurais e florestais. Mas essa COP talvez seja a última oportunidade que a gente tem e, se der certo, quem mais vai se beneficiar é a população que vive na Amazônia”, destaca.
“Hoje, o mundo movimenta cerca de 300 bilhões de dólares em produtos compatíveis com a floresta. E o Brasil, que tem a maior floresta tropical do planeta, participa com apenas 1% desse total. Isso mostra o tamanho da oportunidade que temos. Se conseguirmos ampliar a presença dos nossos produtos da biosocioeconomia e da floresta, podemos transformar a realidade da Amazônia. Em vez de movimentar cerca de 300 milhões de dólares, poderíamos gerar mais de 2 bilhões de dólares aqui na região”, complementa.
Entre as iniciativas, está a apresentação do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”. Nesse caso, o intuito da ApexBrasil é promover a internacionalização do setor e consolidar o país como líder mundial na produção de cafés especiais. A ideia é dar um destaque para ideias de sustentabilidade e para a qualidade que o segmento dispõe.
Uma das atividades em questão é a degustação sensorial de cafés especiais nos espaços oficiais da COP30 - Pavilhões Brasil, zonas Azul e Verde.
A ação é desenvolvida pela Agência em parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), com apoio do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) e a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS).
As exportações do café amazônico superam US$ 130 milhões. Os estados de Rondônia e Acre lideram o avanço desse produto, que alia tecnologia, sustentabilidade e alto potencial no mercado de cafés especiais.
“A Amazônia passa a ter um papel de protagonista nos cafés especiais. Entramos de vez no mapa mundial desse setor e, na COP, vamos mostrar isso para o mundo, levar café é também levar o sabor e a riqueza da Amazônia”, pontua Viana.
Outra iniciativa da Agência em destaque é o programa Exporta Mais Amazônia – com a terceira edição realizada em outubro de 2025, em Rio Branco (AC). Ao todo, o evento contou com 25 compradores internacionais de 18 países e 76 empresas amazônicas de setores como açaí, café robusta amazônico, castanha-do-Brasil, frutas processadas, carnes e artesanato.
No total, foram efetivadas 337 reuniões bilaterais. Os encontros foram responsáveis por uma expectativa de negócios de R$ 101,5 milhões. Nas duas edições anteriores, o montante movimentado chegou a R$ 85 milhões.
Em novembro, o estado também recebeu a fase “Robusta Amazônico” do Exporta Mais Brasil: Cafés Especiais. O projeto somou 9 compradores, 34 produtores rurais vendedores, 47 amostras de café e R$ 14 milhões em negócios gerados. Desse valor, R$ 4,4 milhões foram realizados no próprio evento e R$ 9,4 milhões estão previstos para os próximos 12 meses.
Além do café, outros produtos se destacam como itens com potencial para agregar valores econômicos e sustentáveis para a Amazônia, como é o caso do açaí e do cacau.
Presente em toda a região, o açaí, por exemplo, movimenta cadeias produtivas que envolvem milhares de famílias, principalmente no Pará e no Amapá. O item também tem papel estratégico na recuperação de áreas degradadas e na consolidação de sistemas agroflorestais (SAFs), que combinam produção e conservação.
Na avaliação de Jorge Viana, o açaí é um produto fundamental na agenda climática: “Com a COP30 no Brasil, teremos recursos inéditos para restauração florestal e sistemas agroflorestais. O açaí precisa estar no centro dessas políticas”, afirma.
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Baixar áudioTrês em cada quatro brasileiros (75%) acreditam que a transição para uma economia sustentável vai gerar novos empregos no país, segundo levantamento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Nexus. Entre eles, 54% esperam o surgimento de “muitos novos empregos” e 21% de “poucos novos empregos”. Apenas 16% avaliam que a mudança possa reduzir as oportunidades profissionais.
Para 54% dos brasileiros, o país já conta com trabalhadores preparados para os empregos que devem surgir com a transição para uma economia mais sustentável, enquanto 42% discordam dessa avaliação.
A expectativa positiva cresce conforme aumentam a renda e a escolaridade, chegando a 79% entre pessoas com ensino superior completo e 78% entre quem ganha mais de cinco salários mínimos. Para o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, esses novos empregos devem exigir profissionais mais qualificados e pagar salários mais altos, por isso há uma percepção mais positiva entre pessoas que possuem mais estudo.
O otimismo também varia por região e perfil. Moradores do Sudeste e do Sul (78%) se mostram mais confiantes que os do Nordeste (67%). Os entrevistados responderam a um questionário de nove perguntas sobre hábitos conscientes. Entre os brasileiros que mais adotam práticas sustentáveis no dia a dia, classificados como ativistas, 79% acreditam na criação de novas vagas, contra 67% dos que não têm nenhum hábito ecológico em seu cotidiano.
A economia sustentável é um modelo que procura equilibrar crescimento econômico, preservação ambiental e justiça social. Seu objetivo é garantir que o progresso atual não comprometa o bem-estar das futuras gerações. Para isso, valoriza o uso responsável dos recursos naturais, a redução do desperdício e a adoção de práticas produtivas que respeitem os limites do meio ambiente, ao mesmo tempo em que promovem inclusão e qualidade de vida para toda a população.
A Nexus realizou 2.021 entrevistas presenciais em uma amostra representativa da população brasileira a partir de 18 anos, nas 27 Unidades da Federação entre 14 e 21 de julho de 2025.
As informações são da Nexus.
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Baixar áudioA ideia de transformar a Amazônia em um motor do desenvolvimento sustentável do Brasil pode contribuir para um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em R$ 40 bilhões. Além disso, a medida pode ajudar na criação de 312 mil empregos e conservar 81 milhões de hectares de floresta.
As projeções constam no SB COP Legacy Report. Trata-se de um documento que contém uma síntese do trabalho da Sustainable Business COP (SB COP) - iniciativa lançada em 2025 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entre os objetivos dessa iniciativa estão acelerar o alcance das metas climáticas e fortalecer o papel das empresas nas negociações globais.
O SB COP Legacy Report foi divulgado na segunda-feira (10). A apresentação foi feita no estande da entidade, na Blue Zone, na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, no Pará.
O documento foi criado para estabelecer uma trajetória de desenvolvimento sustentável para o país responsável por sediar a COP. Desta vez, o foco foi o Brasil e, em especial, a Amazônia. No próximo ano, o relatório será voltado ao país anfitrião da COP31.
O Legacy Report resulta da articulação dos oito grupos de trabalho que integraram a estrutura da iniciativa e cobriram desde bioeconomia e transição energética até finanças e empregos verdes.
O documento também expõe considerações acerca de dois temas que influenciaram os debates da iniciativa: saúde e carbon accounting (contabilidade de carbono).
Ao todo, a SB COP mobilizou mais de 40 milhões de empresas em 60 países e reuniu mais de 600 casos de sucesso. O intuito foi comprovar a viabilidade de soluções sustentáveis já desenvolvidas pelo setor privado.
Clique aqui para ter acesso à íntegra do documento
Além de contar com um valor ecológico, a Amazônia é apontada como uma plataforma capaz de contribuir para o crescimento nacional. Pelos termos do relatório, a região dispõe de setores como bioeconomia, mineração, energia e agronegócio sustentável.
Na avaliação do presidente da CNI, Ricardo Alban, o engajamento do setor industrial tem sido essencial para concretizar essa visão.
"Com o lançamento da SB COP na COP de Belém, a qual garantirá que a SB COP passe a ser uma ferramenta oficial de grande importância nas recomendações, na atuação, na troca de ideias das políticas públicas, para que a gente possa, sim, mostrar o efetivo grau de comprometimento que a indústria brasileira, que a indústria mundial, que os setores produtivos mundiais têm com a sustentabilidade", destaca.
Ainda de acordo com a CNI, o documento destaca essa capacidade de transformação com exemplos práticos e escaláveis, como os seguintes:
O Legacy Report também revela que o mercado de carbono, sob o novo marco legal, previsto na Lei nº 15.042/2024, pode acrescentar US$ 320 bilhões em receitas nos próximos 30 anos.
CNI mantém projeção do PIB em 2,3%, mas reduz previsão de alta da indústria para 1,6%
O professor associado do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília, Gustavo Baptista, considera que a indústria tem um papel fundamental no campo do desenvolvimento sustentável. Na avaliação dele, esse tipo de iniciativa reforça o compromisso que o setor privado precisa seguir para que os objetivos sejam alcançados.
“A indústria brasileira precisa implementar cada vez mais práticas que integrem questões ambientais, sociais e de governança. Para isso, é necessário investimentos não só em pesquisa e desenvolvimento, como também na utilização de tecnologias chamadas limpas. E esse documento que a CNI trouxe traz uma série de orientações para os desafios que devem ser enfrentados pela indústria brasileira para se ajustar melhor a um desenvolvimento sustentável”, afirma.
A fim de alavancar o desenvolvimento socioeconômico e ambiental na região amazônica, o relatório apresenta um plano de ação estruturado em cinco pilares. São eles:
Para o chair da SB COP, Ricardo Mussa, o Legacy Report é apontado como um chamado à continuidade desse tipo de ação.:
“O documento não encerra o debate, mas marca uma etapa fundamental. Ele orienta os próximos passos e reforça a necessidade de um compromisso permanente, com visão de futuro e união entre os diferentes setores da sociedade, para que o Brasil atinja todo o seu potencial”, pontua.
O propósito de continuidade está alinhado à ideia central da SB COP, criada para garantir que o diálogo e a cooperação entre companhias, investidores e instituições perdurem ao longo do tempo.
Dessa forma, a iniciativa visa garantir que os compromissos assumidos hoje promovam resultados duradouros e, assim, contribuam, de forma consistente para o avanço da agenda climática em todo o planeta.
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Baixar áudioA 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) teve início nesta segunda-feira (10), em Belém (PA). O evento reúne líderes globais, especialistas e representantes de diversos setores para o debate sobre soluções climáticas. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) integra a programação em três áreas principais: Blue Zone, Green Zone e AgriZone.
O ministro Carlos Fávaro comparece a eventos estratégicos que reforçam o compromisso do Brasil com práticas agrícolas sustentáveis. Entre os destaques, está a assinatura de um convênio de cooperação técnica entre o Mapa, a Embrapa e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), voltado ao Programa Caminho Verde Brasil. A cerimônia ocorrerá no dia 18 de novembro, na AgriZone.
Outro momento relevante será o lançamento da iniciativa RAIZ (Resilient Agriculture Investment for Net Zero Land Degradation), marcado para o dia 19 de novembro, na Blue Zone. Inspirada no Programa Caminho Verde Brasil, a RAIZ propõe acelerar o financiamento para recuperação de áreas agrícolas degradadas, ampliar a cooperação internacional e viabilizar soluções inovadoras.
Durante a COP30, o Mapa participa de painéis temáticos que abordam desafios globais e soluções intersetoriais:
A Casa da Agricultura Sustentável, instalada na Embrapa Amazônia Oriental, oferece 378 atividades técnicas ao longo de 11 dias. O espaço também apresenta exposição de 45 cultivares, 30 sistemas agropecuários sustentáveis, vitrines tecnológicas voltadas à agricultura familiar e gastronomia regional.
O espaço integra a rota oficial de transporte da COP30, conectada à Blue Zone pela linha 11. Entre 1º e 23 de novembro, 15 linhas de ônibus, com veículos elétricos e modelos de baixa emissão, garantem o acesso aos espaços da conferência a partir de hotéis, navios e pontos estratégicos da cidade.
A AgriZone foi organizada pela Embrapa e pelo Mapa, em parceria com os Ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Pesca e Aquicultura (MPA).
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Baixar áudioEmpresários de todo o país vão lançar, em Belém (PA), uma ação inédita voltada à sustentablilidade. Batizada de Agenda Empresarial de Desenvolvimento Econômico Sustentável 2030, o documento reúne propostas para estimular políticas verdes, promover a inclusão social e estabelecer metas a serem cumpridas até o fim da década. O lançamento está marcado para o dia 19 de novembro, na Associação Comercial do Pará (ACP), durante a programação oficial da COP30.
A Agenda consolida o compromisso das associações comerciais com a transição para uma economia mais sustentável e propõe medidas como a criação de incentivos fiscais, entre eles o IPTU Verde e o ICMS Ecológico, com o objetivo de beneficiar empresas que adotam práticas ambientalmente responsáveis.
Entre as ações previstas, também está o programa CEP Para Todos Amazônia, voltado à regularização de endereços e à inclusão documental de comunidades ribeirinhas e rurais na Região Amazônica – um passo importante para garantir cidadania e acesso a políticas públicas nessas áreas.
A iniciativa é coordenada pelo Conselho Empresarial da Amazônia Legal, vinculado à Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), que representa mais de 2,3 mil associações comerciais em todo o país.
O coordenador do Conselho Empresarial da Amazônia Legal da CACB, Marco César Kobayashi, reforça o potencial da agenda para a sociedade civil:
“A nossa expectativa é que a agenda possa balizar as ações das associações comerciais e federações de todo o país, no propósito de alcançar o avanço do desenvolvimento econômico e social de forma sustentável, justa e responsável”, ressalta.
A proposta tem sete objetivos e marca o início de uma articulação nacional que pretende levar a agenda sustentável para além da Amazônia e envolver empresas de todos os setores até 2030.
Veja os sete objetivos:
● Regulamentar o sistema de gases de efeito estufa;
● Provocar incentivos junto ao governo federal;
● Fomentar a logística reversa;
● Promover educação ambiental nas empresas;
● Apoiar a transição energética do setor produtivo;
● Valorizar a bioeconomia;
● Viabilizar o programa CEP Para Todos Amazônia, em parceria com Instituto Liberal de São Paulo.
A CACB será responsável por executar a agenda por meio da mobilização das federações estaduais e das associações municipais.
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Baixar áudioUm levantamento divulgado nesta quarta-feira (5) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 70% dos empresários avaliam a bioeconomia como importante para o futuro do setor industrial. Desse total, 20% consideram de total importância, 35% muito importante e 20% mais ou menos importante.
Além disso, mais de 80% dos executivos são favoráveis ao uso sustentável da biodiversidade como ativo estratégico das companhias. Os dados também apontam que 89% dos empresários defendem a utilização econômica e responsável dos recursos naturais, distribuídos da seguinte maneira:
Para o superintendente do Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, atualmente, a sustentabilidade está presente na estratégia corporativa de muitas organizações, o que também leva à necessidade de investimento nas áreas de bioeconomia.
“O financiamento é carro-chefe quando se fala de transição para uma economia de baixo carbono. E fazer essa transição custa caro. Por isso é importante desenvolvermos mecanismos que promovam esse acesso. Não tenho dúvida que desenvolver ou até mesmo criar uma área de sustentabilidade dentro de uma organização vai gerar valor, trabalhar a competitividade junto com a sustentabilidade”, afirma.
“Tem várias vantagens competitivas que passam pelo acesso a mercado, atendimento à expectativa do consumidor, atendimento a um arcabouço regulatório e, dessa forma, a empresa passa a ter um desenvolvimento mais robusto”, acrescenta Bomtempo.
Ainda de acordo com o levantamento, somente 5% dos entrevistados apoiam a preservação total, sem uso econômico. Para a CNI, essa diferença é significativa. A entidade considera que, enquanto preservar significa manter a natureza intocada, conservar está relacionado ao uso racional e sustentável dos recursos naturais. Este último ponto representa a visão majoritária dos empresários.
Faturamento da indústria recua 5,3% em agosto e tem quarto resultado negativo no ano, aponta CNI
74% dos industriais avaliam infraestrutura do Norte como regular, ruim ou péssima
A pesquisa foi encomendada pela CNI ao Instituto de Pesquisas Nexus. O estudo ouviu 1.004 empresas industriais de pequeno, médio e grande portes em todas as regiões do país, entre os dias 13 de agosto e 9 de setembro de 2025.
Pelos termos da pesquisa, é possível verificar que a sustentabilidade está cada vez mais incorporada à estrutura formal das indústrias do país, uma vez que praticamente metade das empresas (48%) possui uma área ou departamento específico para tratar do tema. Esse resultado corresponde a um salto de 7 pontos percentuais, na comparação com 2024, quando o índice atingiu 41%.
As companhias também foram questionadas sobre o que mais incentiva uma empresa a aumentar o uso de fontes renováveis. Nesse caso, 55% responderam que é o custo mais competitivo. Em seguida, o fator mais citado foram incentivos fiscais, apontados por 10% dos empresários. A redução na emissão de poluentes aparece em terceiro, como resposta de 8% dos entrevistados.
Para a CNI, esse quadro é refletido pelas ações já implementadas na cadeia produtiva. A pesquisa mostra que as indústrias adotam, em média, seis ações de sustentabilidade em suas linhas de produção. As iniciativas para reduzir a produção de resíduos sólidos são as mais praticadas, citadas por 90% das companhias.
Já a otimização do consumo de energia é destacada por 84% das empresas, enquanto a modernização de máquinas para melhoria de aspectos ambientais foi apresentada por 78%.
O especialista em bioeconomia e engenheiro químico Armando Caldeira destaca que o Brasil tem apresentado avanços nessa área, com a melhora de resultados no setor. Para ele, o país tem potencial para a implementação total da bioeconomia.
“A bioeconomia é aquela economia ligada principalmente ao uso da terra, no sentido de aproveitamento do CO2 da terra utilizada para incorporar o CO2 do ar no vegetal e depois no animal. Se pensarmos dessa forma, o potencial é enorme”, afirma.
“Já existe um sistema conceitual que está sendo aprimorado e que justamente visa otimizar os resultados dos processos econômicos, mas não só do ponto de vista econômico, mas de como ter um sistema em termos de economia, ambiente e social”, complementa Caldeira.
Prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, em Belém (PA), a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) também contará com a presença da CNI. A entidade considera que o evento é “uma oportunidade para a indústria brasileira mostrar suas melhores práticas de sustentabilidade.”
A instituição terá um estande na Blue Zone da COP30, onde serão apresentados painéis e reuniões diárias sobre bioeconomia e outros temas relacionados à sustentabilidade, como economia circular, transição energética, mercado de carbono, financiamento climático e novas tecnologias. A programação conta com a participação de especialistas e representantes de empresas como, por exemplo, Schneider Electric e JBS.
O estudo “O Potencial do Brasil na Bioeconomia do Conhecimento”, elaborado pela ICC Brasil, aponta que o país pode movimentar entre US$ 100 bilhões e US$ 140 bilhões por ano até 2032 com o fortalecimento desse setor, que combina ciência, inovação e biodiversidade para criar produtos e soluções sustentáveis. O crescimento é esperado principalmente nos segmentos de alimentos, agronegócio, saúde e cosméticos.
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Baixar áudioO Brasil e a França celebraram, no dia 27 de outubro, em Manaus (AM), os resultados da primeira chamada pública do Edital AMABIO. A iniciativa selecionou 27 projetos inovadores em cinco estados da Amazônia Legal, somando quase R$ 4 milhões em investimentos voltados à bioeconomia e ao fortalecimento de comunidades locais.
O Edital integra o Programa AMABIO - Financiamento Sustentável e Inclusivo da Bioeconomia Amazônica, uma iniciativa de cooperação franco-brasileira, financiada pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e implementada pela Expertise France, em parceria com o Banco da Amazônia.
Carlos Henrique Salvador, superintendente regional de Varejo do Banco da Amazônia, participou da cerimônia e destacou o papel da instituição na promoção da bioeconomia na região. “Essa parceria com a AFD beneficia projetos de bioeconomia. O Banco da Amazônia também desenvolve diversas ações voltadas para a bioeconomia e a biodiversidade, incentivando a preservação e o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, afirmou.
O Edital Amabio, lançado em junho, recebeu mais de 500 propostas de empreendedores, cooperativas e associações dos estados do Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão e Acre. Os projetos selecionados apresentam soluções sustentáveis que unem inovação, geração de renda e valorização dos saberes tradicionais da floresta.
Distribuição dos projetos selecionados por estado:
| Estado | Projetos contemplados |
|---|---|
| Pará (PA) | 8 |
| Amazonas (AM) | 9 |
| Amapá (AP) | 6 |
| Maranhão (MA) | 3 |
| Acre (AC) | 1 |
| Total | 27 projetos |
Também em Manaus, nos dias 25 e 26, ocorreu o I Encontro do Edital AMABIO, que reuniu representantes dos projetos selecionados. Para Edane Acioli, coordenadora do programa pela AFD, o evento marcou o início da execução das iniciativas. “Dialogamos com cada organização contemplada e pudemos compreender melhor os detalhes de implementação dos projetos. Esse momento representou um marco na parceria com o Banco da Amazônia”, destacou.
Um dos projetos premiados é o da Apoena Agroindústria, liderada por Onésimo Maurilo, em Tefé (AM). A iniciativa cria uma unidade piloto de beneficiamento do pirarucu, com capacidade inicial de cinco toneladas, que utiliza tecnologia social para o aproveitamento integral do peixe — incluindo a pele —, agregando valor ao produto e gerando novas oportunidades econômicas para famílias ribeirinhas.
Segundo Onésimo Maurilo, o apoio do AMABIO e do Banco da Amazônia será fundamental para consolidar o projeto. "Eu e minha esposa somos sócios e somos clientes do Banco da Amazônia. É um banco de investimento, um banco de desenvolvimento. Foi fantástico o nosso encontro e a projeção. Quando a gente soube do AMABIO e soubemos da participação do Banco da Amazônia, foi incrível, queríamos fazer parte e estamos muito agradecidos".
| Proponente | Objetivo do Projeto | Estado |
|---|---|---|
| APOENA Agroindústria e Comércio de Produtos Agrícolas e Silvestres da Amazônia Ltda. | A startup visa implementar uma unidade piloto para o beneficiamento do pirarucu, com aproveitamento integral da pele, agregando valor. | AM |
| Associação das Comunidades da Reserva Extrativista Renascer (Associação Guatamuru) | Restauração ecológica e produtiva de áreas da Resex, como ajuste ao plano de manejo e recuperação do fogo de 2024. | PA |
| Associação das Mulheres Produtoras Agroextrativistas da Foz do Rio Mazagão Velho (AMPAFOZ) | Estruturar biofábrica comunitária para polpas, óleos e nibs de cacau, com energia solar e protagonismo feminino. | AP |
| Associação de Moradores Agricultores e Assentados do Inajá do Piririm (AMAIP) | Formar agricultores para manejo sustentável e implantação de SAFs, inserindo famílias na OCS e promovendo comercialização de orgânicos. | AP |
| Associação de Moradores da Localidade de Cajueiro (AMLC) | Inserção da cajuína artesanal nos mercados local e estadual, com estratégia de comercialização, promoção e qualificação dos produtores. | MA |
| Associação de Moradores e Produtores Reserva Agroextrativista do Baixo Cajari (AMPRAEX) | Implementação de SAFs e reaproveitamento de resíduos (cascas, sementes, bagaços) em bioinsumos, cosméticos e artesanato na Resex do Baixo Cajari. | AP |
| Associação de Moradores Extrativistas da Comunidade São Raimundo (AMECSARA) | Fortalecimento da marchetaria como prática comunitária de uso de resíduos da madeira, para a geração de renda. | AM |
| Associação de Moradores Remanescentes Quilombolas de Rumo (AMRQR) | Instalar casa de farinha mecanizada em comunidade quilombola para modernizar a produção e ampliar a renda. | MA |
| Associação de Moradores, Trabalhadores, Agroextrativista, Artesão e Pescadores da Comunidade de Caranazal Eixo Forte (ACC) | Turismo sustentável, qualificação profissional de jovens e mulheres, valorização da cultura indígena e inclusão digital. | PA |
| Associação de Produtores e Produtoras Rurais da Comunidade de Campo Limpo (APROCAMP) | Inclusão digital para fortalecimento da associação, gestão produtiva e impulsionamento do turismo comunitário com demonstração do papel da bioeconomia local. | PA |
| Associação dos Agroextrativistas da Reserva Extrativista de Canutama (ASARC) | Capacitações, equipamentos e estruturação das bases de vigilância dos lagos sob manejo sustentável de pirarucu na Resex Canutama. | AM |
| Associação dos Moradores e Usuários da RDSM Antônio Martins (AMURMAM) | Aplicação de técnicas consolidadas de pesquisa, com equipamentos e treinamento, para o manejo sustentável do pirarucu em diversos lagos. | AM |
| Associação dos Produtores e Moradores da Aldeia Indígena KUMENÊ | Projeto emergencial na Aldeia Indígena Kumenê, das famílias Palikur, para fortalecer a cadeia agroecológica do açaí em resposta à praga da mandioca. | AP |
| Associação dos Produtores e Produtoras Rurais Extrativistas da RESEX Arapixi (APREA) | Fortalecimento da associação da Resex Arapixi, atendendo suas 200 famílias, com centro comunitário, equipamento de internet, capacitações e drones para vigilância do território. | AM |
| Associação dos Produtores Rurais da Colônia Alto Coraci (APRAC) | Implantação de 1 ha demonstrativo de SAF com aquisição de equipamentos e capacitação para produção e gestão comunitária sustentável. | PA |
| Associação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Lago do Babaçu - Rio Arari (ASTA) | Turismo sustentável a partir da conservação de quelônios. | AM |
| Associação Uasei dos Povos Indígenas de Oiapoque (UASEI) | Aquisição de sistema de energia solar e 2 freezers para garantir a qualidade da produção de açaí na Terra Indígena Uaçá, como modelo de energia comunitária limpa, fortalecendo a cadeia e a associação. | AP |
| Associação Viva Verde da Amazônia (AVIVE) | Fortalecimento da agroindústria para produção sustentável de óleos vegetais da sociobiodiversidade (andiroba, copaíba e tucumã), fruto de associação de mulheres. | AM |
| Cooperativa de Turismo e Artesanato da Floresta (TURIARTE) | Fortalecimento do artesanato de palha de tucumã por mulheres, com estufa para secagem e viveiros para cultivo das espécies para tingimento. | PA |
| Cooperativa dos Agricultores Familiares do Amapá (COAGROFAP) | Projeto para equipar o escritório da cooperativa. | AP |
| Cooperativa Sapó dos Produtores Agroflorestais de Maués do Rio Urupadi (COOPERSAPÓ) | Cooperativa liderada por mulheres quer consolidar a 1ª agroindústria local para beneficiar guaraná e outros produtos, promovendo renda, autonomia feminina e diversificação produtiva. | AM |
| Instituto de Assistência Social e Educacional Apoema (IASEA) | Fortalecimento e organização comunitária de 30 mulheres ribeirinhas (50% jovens) da Ilha do Combu. | PA |
| Instituto Fronteiras | Recuperar áreas degradadas e implantar SAFs para agricultores familiares do PA Santa Luzia. | AC |
| Instituto Muda Meu Pará | Apoiar o reflorestamento produtivo com cacau nativo e sistemas agroflorestais (SAF) na Terra Indígena Koatinemo, aldeia Kwatinema. | PA |
| Instituto Vitória Régia | Criação de rede de organizações que trabalham com óleos e sementes e apoio à regularização fundiária e produtiva. | PA |
| Tefé Peixes Ornamentais da Amazônia | Regularização de pescadores, implementos de pesca e treinamento para estruturar a cadeia de peixes ornamentais no lago homônimo na RDS Amanã. | AM |
| Thermosonic | Produção de superalimento à base de bacuri, com capacitação e política de compra comunitária. | MA |
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Baixar áudioCom a proposta de ir além de uma simples competição esportiva, a Eco Run será realizada em Belém (PA) no dia 26 de outubro, unindo corrida e sustentabilidade. O evento busca chamar atenção para a preservação ambiental e incentivar hábitos de vida mais saudáveis, em uma experiência que alia esporte, conscientização e responsabilidade social.
A iniciativa tem como compromisso adotar práticas que reduzam impactos ambientais, promover o respeito à natureza e reforçar a importância da saúde e do bem-estar. Os participantes também são estimulados a incorporar atitudes sustentáveis em seu cotidiano.
Parceiro da corrida, o Banco da Amazônia apoia a Eco Run por compartilhar da mesma missão: atuar de forma responsável e fomentar projetos que valorizem a sustentabilidade na região.
A assessora de imprensa e comunicação da Norte Marketing Esportivo, comercializadora do evento, Daniela Sevilha, destaca a importância do patrocínio do banco à competição.
“É muito importante contar com o apoio do Banco da Amazônia na realização da Eco Run Belém, porque é uma empresa que está totalmente conectada com o propósito e os valores da corrida, que é a proteção, cuidar do nosso meio ambiente, ter toda essa carga de sustentabilidade que é algo que precisamos cada vez mais. Então, o Banco da Amazônia está totalmente de acordo com essa mensagem passada pela corrida”, afirma.
Já a gerente executiva de marketing do Banco da Amazônia, Ruth Helena Lima, diz que a expectativa é reunir diversos competidores em Belém “celebrando a integração entre esporte, sustentabilidade e compromisso com a Amazônia, consolidando a cidade como um polo de referência em corridas de rua”.
A Eco Run já foi realizada em diversas cidades, como Londrina (PR), Sorocaba (SP) e Brasília (DF). Além de fomentar a modalidade em território nacional, a competição visa ofertar uma estrutura organizada, bem como condições técnicas ideais voltadas a melhorar a experiência dos participantes. As edições buscam, ainda, garantir segurança, qualidade e bem-estar dos inscritos.
Daniela avalia que cada passo dado representa uma atitude responsável: “É um evento que convida todos os participantes e as marcas que patrocinam a correrem por um futuro mais responsável. Cada passo carrega uma mensagem, que é cuidar do planeta; e esse cuidado é urgente”, reforça.
Daniela Sevilha explica que, ao longo do evento, os competidores têm acesso a conteúdos sustentáveis que promovem a conscientização sobre a preservação do meio ambiente. Os temas envolvem economia de água e energia, reciclagem e mobilidade sustentável.
Durante o evento, a Eco Run também adota ações voltadas ao cuidado do meio ambiente. Por exemplo, todo material reciclável gerado ao longo dos percursos é destinado a cooperativas locais.
A edição conta também com um parceiro responsável por calcular as emissões de gases de efeito estufa geradas pelo evento. Além disso, a organização adota medidas para reduzir os impactos ambientais, como o cuidado em evitar o uso de materiais não recicláveis.
Segundo Sevilha, as ações de sustentabilidade não se limitam à corrida. “Ao final, cada participante recebe uma muda para plantar. A ideia é que, depois de viver essa experiência marcada pela conscientização ambiental, ele possa dar continuidade ao gesto, contribuindo de forma prática para o meio ambiente”, explica.
A Eco Run acontece na capital paraense em 26 de outubro, em percursos de 5 e 10 quilômetros. A largada está marcada para às 6h da manhã, no Shopping Bosque Grão-Pará – Av. Centenário, 1052 - Mangueirão, Belém.
Os interessados podem se inscrever pelo site www.ecorun.com.br/belem. Os kits custam a partir de R$ 49,00.
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